RAINHAS DO ORINOCO
Walderez de Barros está em novo espetáculo dirigido por Gabriel Villela no Teatro Vivo
Comédia do mexicano Emilio Carballido com tradução de Hugo de Villavicenzio é um teatro recheado de canções latino-americanas e traz no elenco também a atriz Luciana Carnieli e o ator e musicista Dagoberto Feliz
Mina (Walderez de Barros) e Fifi (Luciana Carnieli) são duas atrizes de teatro musical que ganham a vida com shows pela América Latina. Viajando em um barco pelo rio Orinoco, cantam e representam seus amores e seus sonhos em uma aventura repleta de lirismo, canções, drama e bom humor. O espetáculo está em cartaz em São Paulo pelo projeto Vivo EnCena até dia 3 de julho no Teatro Vivo.
A encenação foi construída a partir da estética do circo–teatro, tal qual ele existiu no Brasil até meados dos anos 60, que teve seu auge com Vicente Clestino, Gilda de Abreu, Tonico e Tinoco, José Fortuna, Circo Arethusa, Dercy Gonçalves, Grande Otelo, Oscarito, com os grandes circos e grandes melodramas. “Este espetáculo é o irmão ingênuo, formoso, brincalhão da minha montagem de Vem Buscar-me Que Ainda Sou Teu, de Soffredini, em 1990, e que foi um momento em que a arte popular acabou nos dando a matéria prima para a configuração de um teatro mais brasileiro, do interior do Brasil profundo. Carballido teve a sabedoria de fazer uma grande comédia. A peça é um depoimento humanista de alguém que enxerga através da comédia e do melodrama a existência de dois seres humanos desprotegidos na carne e nos grotões da America Latina. Colocamos em cena esse texto usando a linguagem estética do circo-teatro”, comenta o diretor Gabriel Villela.
Para isso, Gabriel conta com parceiros especiais. Os diretores assistentes Ivan Andrade e Daniel Mazzarolo estão juntos com Gabriel desde o primeiro ensaio. A direção musical, preparação vocal, arranjos vocais e a partitura dos textos coube à mineira Babaya, que já fez 29 espetáculos com o diretor, enquanto os arranjos instrumentais foram elaborados pelo musicista, diretor e ator Dagoberto Feliz. Os figurinos com cores, texturas e caimentos inspirados em toda a América Latina são de Gabriel Villela. A cenografia de William Pereira remete a um pequeno picadeiro em formato de barco com telões naif reproduzindo a fauna e a flora de uma floresta equatorial. A iluminação é de Caetano Vilela e os adereços e objetos de cena foram confeccionados em sua maioria por Shicó do Mamulengo. A direção de produção é de Cláudio Fontana.
“Meu trabalho como diretor é como uma pesquisa em laboratório cientifico: ela não é feita sozinha. Existe porque há 10, 15 criadores em volta. É uma grande oficina, um ateliê de criadores diversos”, completa Gabriel. A música tocada e cantada ao vivo pelos atores é um elemento fundamental nesta montagem. A peça de Carballido foi escrita como teatro musicado. Nesta montagem, as esquetes, os entreatos trarão canções diferentes das sugeridas pelo autor no texto original. A base da pesquisa são canções da América Latina cantadas na voz de Cascatinha e Inhana.
As atrizes Walderez de Barros e Luciana Carnieli e o ator Dagoberto Feliz têm uma parceria antiga com o diretor Gabriel Villela. Para Gabriel, “Walderez e Luciana são duas atrizes de gerações diferentes, mas de muita importância para todas as gerações. Elas congregam inteligência com estudo, entendimento e devoção à arte. Dagoberto é um grande clown-palhaço, um grande artista e esteve na montagem de Vem Buscar-me, ou seja, ele entende o que eu estou pensando para esta peça”.
A atriz Walderez de Barros comenta ainda se surpreender com a quantidade de estímulos visuais que o diretor oferece ao ator. “Desde a leitura de mesa, até o levantamento de cena, fico vendo, por exemplo, o Shicó do Mamulengo trabalhando no ateliê. Quando acaba o ensaio e vejo uma tela acabada por ele, tudo faz mais sentido. Tudo isso já apresenta um clima, o cheiro da cena. Coisas que normalmente a gente demora para adquirir já estão oferecidas na sala de ensaio, então você mergulha nesta criação”.
A atriz Luciana Carnieli trabalhou pela primeira vez com Gabriel na montagem de A Ópera do Malandro e Gota d´Água, de Chico Buarque. “Me formei na EAD e, alguns anos depois fui trabalhar com o Gabriel e nesta montagem eu aprendi tanto que posso dizer que ele me deu uma espécie de segunda formação, não só como maneira de trabalhar, mas como linguagem” comenta Luciana.
Vivo EnCena
Rainhas do Orinoco integra o projeto cultural Vivo EnCena, uma iniciativa da Telefônica Vivo. “A Vivo acredita que o teatro vai além do espetáculo e investe na música e nas artes cênicas como elemento de transformação. Por isso, além de viabilizar esta peça maravilhosa com texto do mexicano Emilio Carballido e com direção do premiado Gabriel Villela, promovemos também uma turnê nacional” revela a diretora de Gestão Responsável e Sustentável da Telefônica Vivo, Heloísa Genish.
“Além da peça, a programação traz também os “Encontros Vivo EnCena”, que acontecem após o espetáculo e geram a aproximação do público com o artista, convidando para a reflexão criativa quem produz e quem consome cultura”, destaca Heloísa. O Vivo EnCena oferece ainda workshops gratuitos que buscam a formação de plateia e a inclusão cultural. Realizado há mais de doze anos, o projeto beneficia 20 estados brasileiros e tem curadoria e gestão do Teatro Vivo, na capital paulista.
Vivo Transforma
O Vivo EnCena integra a plataforma Vivo Transforma, criada pela Telefônica Vivo em 2015 para promover a democratização do acesso à cultura e o envolvimento das comunidades em iniciativas voltadas essencialmente à música e às artes cênicas. Em 2016, são mais de 90 projetos apoiados por meio das leis de incentivo fiscal, em diferentes regiões do país, com foco em transformação social, revelação de novos talentos e valorização da cultura nacional.
Ficha Técnica
Texto: Emilio Carballido Tradução: Hugo de Villavicenzio. Direção: Gabriel Villela. Elenco: Walderez de Barros, Luciana Carnieli e Dagoberto Feliz. Figurino: Gabriel Villela Cenografia: William Pereira. Arranjos Instrumentais: Dagoberto Feliz. Direção Musical: Babaya. Iluminação: Caetano Vilela. Assistentes de direção: Ivan Andrade e Daniel Mazzarolo. Produção Executiva: Luiz Alex Tasso. Direção de Produção: Claudio Fontana. Patrocínio: Vivo e 2S Inovações Tecnológicas
Serviço para Roteiros
RAINHAS DO ORINOCO, de Emilio Carballido, tradução de Hugo de Villavicenzio. Comédia. Mina e Fifi são duas atrizes de teatro musical que ganham a vida com shows pela América Latina. Viajando em um barco pelo rio Orinoco, cantam e representam seus amores e seus sonhos em uma aventura repleta de lirismo, canções, drama e bom humor. Elenco: Walderez de Barros, Luciana Carnieli e Dagoberto Feliz Direção: Gabriel Villela. Duração: 90min. Onde: Teatro VIVO: Av Dr Chucri Zaidan, 2460, Morumbi – telefone:(11) 974201529. Temporada: Sextas às 21h30, sábados às 21h e domingos às 18h. Ingresso: R$ 50 (sex), R$ 50 a 80 (sáb e dom). Classificação 14 anos. Estreia 13/05. Até 3 de julho.
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