OCUPAÇÃO FOLIAS
Por conta da pandemia, Ocupação Folias será transposta para plataforma digital
Dividida em duas etapas “Festival Virtual”, com 14 espetáculos e “Circulação”, com 4 intervenções, a ação do grupo Folias D’arte de acontece de 9 a 19 de julho.
Esta ação surgiu a partir da intervenção “Relato de uma morte que aconteceu na esquina” dirigida por Rogério Tarifa, dentro do projeto Folias Brechtianas que contava com um cortejo cênico-musical ocupando toda a rua. Para conseguir realizar foi necessário fechá-la, através de uma autorização da CET. O grupo aproveitou a oportunidade para fazer um grande festival: foram três dias com atrações de teatro (infantil e adulto) e música. As tardes de domingo se encheram de atividades para os mais variados públicos. A experiência foi tão potente que o festival tornou-se um objetivo do grupo, realizando edições frequentes. Um evento aberto e gratuito em um espaço que consegue abarcar as mais diferentes classes sociais, um lugar de troca entre artistas das mais diversas áreas, momento de habitar a rua, de fazer dela local de convívio.
Com o novo contexto da pandemia, o grupo decidiu transpor este evento comunitário e de ocupação da rua para a plataforma virtual, com cada pessoa assistindo de sua tela, de sua casa. A ação virtual possibilita atingir um público diverso que poderá acompanhar uma rica e diversificada programação cultural de 48 horas de duração, de 17 a 19 de julho, além de quatro intervenções que acontecem de 9 a 12 de julho. O link de acesso estará no site – www.galpaodofolias.com.br
Em 2020, o Galpão do Folias comemora 20 anos de portas abertas ao público. Este lugar, que já foi igreja e oficina mecânica, inaugurou no dia 14 de abril de 2000 a configuração que mantém até hoje: a de um teatro. Abarcando diversas linguagens: espetáculos teatrais, performáticos, de música, ensaios, além de encontros de formação e reflexão. Ponto de convergência de fazedores/criadores teatrais e de cidadãos interessados em reconstruir a vida social e política.
“Sobrevivendo a duras penas às chuvas, aos ratos, à toda espécie de carniça e intempéries do tempo e do capital, é com muito orgulho que comemoramos os 20 anos de existência deste palco pisado por tanta gente interessante e talentosa em um evento virtual. Já que a pandemia colocou a todos dentro de casa, queremos olhar neste momento de isolamento social para as ações que aconteceram e acontecem na rua: nosso mais recente oceano de pesquisa, espaço público de encontro, de arte e de lazer. Estão todos convidados a fazer parte desta experiência.” Comenta Clara Moser, atriz e integrante do grupo.
Programação:
Festival Virtual – de 17 a 19 de julho – Disponibilização de intervenções do Folias Brechtianas por 48 horas: dia 17 de julho a partir das 19h.
Intervenções disponibilizadas:
Destas cidades restará: o vento que por elas passa, direção de Georgette Fadel. Duração 10 minutos
Canções de Guerra e Poesia, direção de Cida Moreira. Duração 42 minutos
Brecht Sample, direção de Eugênio Lima. Duração 38 minutos
Relato de uma Morte que Aconteceu na Esquina, direção de Rogério Tarifa. Duração 45 minutos
Ocupação Brecht, direção de Humberto Vieira. Duração 33 minutoS
Atrações Convidadas:
Trupe Lona Preta – disponibilização de vídeo do espetáculo O Circo Fubanguinho – 17 de julho, aberto a partir das 16h.
SINOPSE – “O Circo Fubanguinho” é um espetáculo inspirado nas charangas, farsas e bufonarias. As músicas pontuam e costuram o enredo. Nele, dois palhaços, demitidos e expulsos do picadeiro, tentam se inserir a qualquer custo.
Cumbia Calavera – live de lançamento do seu primeiro clipe – 18 de julho às 16h.
SINOPSE – A Cumbia Calavera propõe releituras instrumentais de cumbias clássicas além de composições próprias, difundindo melodias e elementos rítmicos da cumbia chicha, da cumbia colombiana e da música folclórica andina. Com integrantes vindos de diversos países – Argentina, Brasil, Chile, Cuba, Togo e Uruguai, o grupo se apresenta em formato de fanfarra – instrumentos de sopro e de percussão- e de maneira performática, baseada na iconografia da Fiesta de los Muertos do México. A Cumbia Calavera celebra a vida e reverencia a morte, derrubando fronteiras e aproximando culturas através da música.
DJ Evelyn – live Balaio Grove- 18 de julho às 21h
SINOPSE – Em seus sets Evelyn comanda a festa com sonoridades que vão além do entretenimento. Em uma interatividade rítmica, música e memória proporcionam o encontro de várias gerações onde dialogam ritmos afetivos com reflexões etnomusicais em passeio harmônico desde o lounge, nu-jazz, indie, da soul music à eletro bossa, pelos nossos sambas, maracatu e a força do afrobeat. Além de sua potente presença enquanto DJ que atravessa a pratica do play list, seus samples mixam um repertório eclético atualizado da música de todos os tempos.
Barracão Teatro – disponibilização de vídeo do espetáculo O Circo do Só Eu – 19 de julho, aberto a partir das 10h – Criação, direção e atuação: Ésio Magalhães.
SINOPSE – O majestoso Circo do Sol, com todas as suas atrações fenomenais, aceitou prazerosamente o convite para se apresentar nesta cidade até que recebe outra proposta muito mais lucrativa e decide cancelar, de última hora, a apresentação do espetáculo. Zabobrim, o palhaço, se apresenta sozinho com números de equilíbrio de pratos, macacos em monociclo, hipnose, mágica, acrobacia, música e muito mais! Muitas são as atrapalhações e confusões desse palhaço durante o esforço imensurável de realizar sozinho o espetáculo de uma companhia inteira.
OCUPAÇÃO BRECHT (17 a 19 de julho)
Direção: Humberto Vieira
Sinopse: Sete personagens da dramaturgia brechtiana à procura de um palco, de um espaço para apresentar suas potências cênicas e que juntos ocupam o espaço “entre” o teatro e a via pública, onde transeuntes transmutados em espectadores são chamados a interagir e a jogar com as criaturas que mostramos. Sete seres caminham sobre o fio da navalha, borderlines, clandestinos que tentam existir em um cenário inóspito, na selva das grandes cidades, à margem do tecido social que permeia e estrutura as grandes metrópoles, todos reféns de um país insano.
BRECHT SAMPLE – Aos que hesitam ou Somos o que sobrou?
Direção: Eugênio Lima
Sinopse: Trata-se de uma intervenção cênica que integra discursos históricos, imagens, depoimentos pessoais, personagens e poemas do dramaturgo alemão Bertolt Brecht. Cada performer trará em cena samples (recortes da obra de Brecht), unindo este material com os dilemas do tempo que nos toca viver. Um mosaico-sonoro-imagético-performático no território Ana Cintra /Santa Cecília/São Paulo/Brasil. Em mãos o microfone e a pergunta que não cala: “Somos o que Sobrou? Com quem podemos contar?”
Relato de uma Morte Que Aconteceu na Esquina
Direção: Rogério Tarifa
Sinopse: A partir do poema de Brecht “A Infanticida Marie Farrar”, da canção “A Balada do Soldado Morto” e a narrativa da morte de um morador de rua da Santa Cecília, o Grupo Folias com a sua Rádio Rato criou um cortejo cênico-musical que desfila pelas ruas. A direção musical é de William Guedes, composições de Jonathan Silva e conta ainda com a participação do Núcleo Musical da Cia. do Tijolo e da Cia. Mevitevendo, responsável pela criação e orientação cênica de máscaras e bonecos.
Canções de Guerra e Poesia – As Estrelas Estarão Sempre Lá, Sr. Brecht?
Direção: Cida Moreira
Sinopse: A intervenção é composta por canções compostas por Brecht, Weill e Hans Eisler e textos de personagens que estão dentro da guerra, no seio das lutas dos homens por sua liberdade, onde a palavra atrocidade é talvez a mais branda. Aqui, juntos, somos infanticidas, soldados vivos e mortos, ratos, mães, bêbados, perdedores, prostitutas, viúvas na guerra, mães comerciantes da guerra, nas palavras do Sr. Keuner (alter ego de Brecht): escravos dos nossos fins. E mais que tudo somos poetas, estrelas caídas de um universo manipulado por um deus perverso e piedoso, reconstruindo a cruel poesia de todas as guerras.
Destas cidades restará: apenas o vento que por elas passa!
Direção: Georgette Fadel
Sinopse: Um coletivo, um único poema, uma única ideia: ventar. A partir da conexão estabelecida entre os jogadores e o espaço público, relações são criadas na tentativa de entender “Essa Confusão Babilônica”. O poema do Brecht é material criativo para encontros e desencontros com o outro e consigo mesmo.
Circulação de 9 a 12 de julho
INTERVENÇÕES
Disponibilização de link com vídeos inéditos da intervenção por 24h, sendo estes divulgados em parceria com equipamentos municipais, abertos sempre às 15h nas seguintes datas:
(09/07) “Relato de uma Morte que Aconteceu na Esquina”, direção: Rogério Tarifa
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em parceria com Casa de Cultura Vila Guilherme.
(10/07) “Brecht Sample”, direção: Eugênio Lima
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em parceria com Centro de Formação Cultural Cidade Tiradentes.
(11/07) “Canções de Guerra e Poesia”, direção: Cida Moreira
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em parceria com o Teatro Arthur Azevedo.
(12/07) “Destas cidades restará: o vento que por elas passa”, direção: Georgette Fadel
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em parceria com Biblioteca Mário de Andrade e Centro Cultural Olido.