CIA CARNE AGONIZANTE

Cia Carne Agonizante estreia espetáculo online inspirado em Carlos Lamarca e Iara Iavelberg

Dedicado aos mortos, torturados e desaparecidos políticos pela ditadura militar brasileira, MR-8 estreia dia 17 de julho na Plataforma Zoom, sob direção de Sandro Borelli

Imagem em preto e branco de homem em pé

Descrição gerada automaticamente

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Créditos: Junior Cecon

A mais recente criação da Cia Carne Agonizante se apoia na figura de Carlos Lamarca, militar desertor e guerrilheiro brasileiro e um dos líderes da acirrada luta armada contra a ditadura militar que ocorreu no Brasil a partir de 1964. A temporada é de 17 a 21 de julho, às 20h, na Plataforma Zoom.  A concepção e direção geral é de Sandro Borelli e no elenco estão os intérpretes-criadores Alex Merino, Rafael Carrion e Renata Aspesi.

MR-8 foi criado em período de isolamento social para ser apresentado em plataforma virtual. Para Sandro Borelli, “foi um modo diferente de construção de dança. Tivemos que criar outros dispositivos criativos. Confesso que gerou uma angústia estranha. Uma dança que foi arrancada do útero da cena”.

Para o intérprete-criador Rafael Carrion, “foi um grande desafio iniciar uma criação em um momento tão conturbado. (Fazer o trabalho em isolamento social) implicou em diversas dificuldades técnicas, que envolvia toda a tecnologia que mediava nossos encontros. Então, fomos encontrando novas maneiras de trabalhar. Gosto muito do que está sendo produzido e acho que reflete muito sobre os objetivos do grupo e também sobre o momento atual, que interfere de uma maneira muito incisiva na nossa forma de trabalho e corporeidade”.

Lamarca assumiu suas posições políticas frente aos conflitos sociais e políticos pelos quais o país passou entre o final da década de 1950 até o final do século XXI, oficialmente em 1985 com a retirada dos militares do poder maior. Para alguns, um herói que lutou pela restauração da democracia no Brasil, para outros, um traidor do exército brasileiro. Por conta disso, morreu fuzilado em uma emboscada organizada pelos seus perseguidores no interior da Bahia em 1971.

O espetáculo pretende-se transformar em gestos e movimentos, a poesia revolucionária que Lamarca construiu enquanto esteve vivo, mesclando momentos de delicadeza e intensidade, contida em sua trajetória, em um ambiente mesclado de violência e ternura. Além disso, também se apoiará na energia revolucionária de Iara Iavelberg, sua amante e companheira, igualmente sendo assassinada pela repressão militar.

Lamarca e Iara foram mortos pelos donos do poder porque foram potentes vozes dissonantes de um sistema político arcaico e escravizante. Estado, um estuprador constante da Utopia, progenitor de animais dóceis, decentes e covardes.

Ficha Técnica:
Concepção e Direção Geral – Sandro Borelli
Intérpretes-criadores: Alex Merino, Rafael Carrion e Renata Aspesi
Trilha Sonora: Gustavo Domingues
Programação Visual: Gustavo Domingues
Imagens: Alex Merino, Rafael Carrion e Renata Aspesi
Edição: Alex Merino
Fotografia: Júnior Cecon
Direção de Produção: Júnior Cecon

Classificação Indicativa – 16 anos

Apresentações acontecerão de 17 a 21 de julho, às 20h, pela Plataforma Zoom.
Os ingressos podem ser reservados gratuitamente pelo Sympla –
https://www.sympla.com.br/espetaculo-de-danca—mr-8__902872

O espetáculo integra o projeto ‘Corpo: protagonista perpétuo das dores do mundo’ contemplado pela 26ª edição do Programa de Fomento à Dança para a cidade de São Paulo.