SE EU ESTIVESSE AÍ

Criada pelos atores Débora Falabella e Gustavo Vaz, websérie Se Eu Estivesse Aí une experiência imersiva, internet, sonorização 3D e audiovisual, e convida o espectador para dentro da cena e da cabeça dos personagens.

Nova obra da ExCompanhia de Teatro estreia dia 8 de junho no Gshow e propõe um formato inédito onde o público vivencia, em primeira pessoa, episódios de até 5 minutos gravados com áudio 3D, uma tecnologia de som que cria a sensação de presença física do que é escutado por fones de ouvido.

Still de cenas

Fotos de Jorge Bispo

No roteiro escrito por Gustavo Vaz, um casal recém separado e isolado pela pandemia global do COVID-19 tenta resolver o possível final da relação através da troca de áudios pela internet. A imaginação dos personagens transforma cada mensagem sonora na sensação de presença de quem está distante, num encontro impossível com o outro que não está ali.

A partir da pesquisa iniciada em 2012 pela ExCompanhia de Teatro (integrada por Gustavo Vaz, Bernardo Galegale e Gabriel Spinosa), Débora e Gustavo estão criando, produzindo, gravando e editando a série dentro do apartamento onde passam a quarentena. “Esta situação de isolamento social trouxe a necessidade de continuar criando como artista, já que seremos os últimos a poder voltar a trabalhar. Quando o mundo está muito revirado como agora, acontecendo coisas tão difíceis e ruins, precisamos de um pouco de arte como respiro, tanto nós que criamos, como as pessoas que consomem arte. Essa websérie surgiu como uma necessidade de continuar em movimento, fazendo o que a gente acredita. Minha casa então se tornou sala de criação, ensaio, edição, e locação, o que dá muito trabalho, já que temos as limitações do espaço. Ao mesmo tempo, a gente acaba mostrando um pouco das nossas intimidades, o que não é fácil, mas é a opção que a gente tem. Tentamos modificar a casa como pudemos, buscamos gravar em horários que não atrapalhasse a rotina de todos aqui, mas por outro lado é uma experiência, um lugar que a gente conhece muito e que, de repente, quando a gente começa a filmar, descobre outras características.”, comenta Débora

A websérie conta com 10 episódios, sendo 5 na perspectiva em vídeo do personagem ELE e 5 na perspectiva em vídeo da personagem ELA. No projeto, os personagens conversam entre si a cada dois episódios, como se um sempre respondesse ao outro. No roteiro, o público que ouve a cena em primeira pessoa está sempre no lugar do personagem que escuta o outro, fazendo com que os participantes vivenciem um importante movimento de empatia e uma profunda sensação de experiência de encontro, ambos fundamentais nos tempos atuais. A websérie dura 5 semanas, com dois episódios novos a cada segunda-feira sendo veiculados no site GSHOW da Rede Globo, e às quintas-feiras nas redes sociais de Gustavo e Débora, sendo o primeiro episódio postado às 21h e o segundo – a resposta do outro personagem – às 21h30. Ainda nas redes sociais dos artistas (@gustavo_vaz e @deborafalabellaofical) durante as 5 semanas, os seguidores poderão acompanhar uma dramaturgia exclusiva para o Instagram, como fotos e textos trocados pelos personagens da trama, antes e durante a pandemia, reforçando o caráter transmídia do projeto.

Para Gustavo Vaz “o projeto é feito para causar a sensação do encontro durante o isolamento social e colocar público em primeira pessoa potencializa essa sensação. Estamos carentes do toque, do olhar do outro,  e neste trabalho buscamos usar a tecnologia como a ponte para a aproximação, para a sensação de se estar junto, mesmo a partir de uma história de separação.” Coincidentemente, o uso da tecnologia como aliada do teatro e a interdisciplinaridade para a criação de uma obra artística já é um caminho que vem sendo trilhado pela ExCompanhia de teatro, da qual Gustavo é um dos criadores e diretores, além de dramaturgo. O grupo sempre enxergou o teatro como lugar para a experimentação, usando, junto às suas criações, conceitos do cinema, performance, áudio dramaturgia, instalação, internet e redes sociais, às vezes, tudo junto. ”O fato de uma companhia de arte ou de teatro, que experimenta linguagens e cria novos formatos há oito anos, entrar em uma plataforma acessada por milhões de pessoas como o Gshow, significa reafirmar que o trabalho experimental tem grande valor, interesse e função também junto ao grande público”, completa Vaz.

A criação, produção, roteirização, atuação, edição, mixagem, finalização e as demais etapas na construção da websérie são realizadas exclusivamente pelo casal de artistas, que, no momento, encontra-se confinado na mesma casa, além da participação remota do produtor de som, artista transmídia, locutor, músico e ator Gabriel Spinosa, parceiro do projeto.

Sobre Débora Falabella

Filha do ator e diretor de teatro Rogério Falabella, Débora Falabella descobriu desde cedo a vocação para atuar e aos 12 anos já participava de peças de teatro amador na Belo Horizonte.  Quando se mudou mais tarde para o Rio de Janeiro ficou conhecida do grande público por atuações em novelas como O Clone (2001) e Avenida Brasil (2012), ambas da Rede Globo. Depois se dedicou a séries como Dupla Identidade, Nada Será como  Antes, Se eu Fechar os Olhos Agora e Aruanas.  No cinema, Débora pode ser vista no curta metragem Françoise (2000), de Rafael Conde, trabalho que lhe rendeu o prêmio de melhor atriz no Festival de Gramado e no Festival de Brasília, e também em longas como Dois perdidos numa noite suja (2002; prêmio de melhor atriz no Festival de Brasília), de José Joffily, Lisbela e o prisioneiro (2003), de Guel Arraes, A dona da história (2004), de Daniel Filho, e Cazuza – O tempo não para (2004), de Sandra Werneck e Walter Carvalho, o Primo Basílio (2007), de Daniel Filho, Meu País (2011) Andre Ristum, O Filho Eterno (2016), O Beijo no Asfalto (2017). Paralelo a trajetória na TV e no cinema, Débora tem uma vida ativa nos palcos com sua companhia, o Grupo3 de teatro, e nos últimos quinze anos participou de espetáculos teatrais de grande sucesso: Noites Brancas (2004), quando venceu os prêmios de melhor atriz do Troféu USIMINAS/SINPARC e do Prêmio SATED-MG,   A Serpente   (2005),   O   Continente Negro (2007), O amor e outros estranhos rumores (2010), Contrações (2013), pelo qual recebeu os prêmios APCA , APTR e Aplauso de melhor atriz e Love, Love Love (2017) espetáculo pelo qual foi indicada ao prêmio Botequim e Cesgranrio de melhor atriz. Atualmente está em cartaz com o espetáculo Neste Mundo Louco, Nesta Noite Brilhante. Débora também dirigiu dois espetáculos em parceria com sua irmã, Cynthia Falabella, O Rei e a Coroa Enfeitiçada, pelo qual ganhou o prêmio FEMSA de direção revelação e a Mini Costureira.

Sobre Gustavo Vaz

É ator, dramaturgo, diretor e locutor com 16 anos de carreira. Carioca radicado em São Paulo, formou-se na Escola de Teatro Martins Penna e, desde então, busca transitar por diferentes plataformas, linguagens e experimentar novos formatos artísticos em suas criações. Como ator, construiu uma sólida carreira no teatro onde integrou o elenco de inúmeros espetáculos de sucesso. Em 2018 venceu os mais importantes prêmios do Brasil no segmento como Melhor Ator no Prêmio Shell e no Prêmio Cesgranrio e Melhor Ator Coadjuvante no Prêmio Botequim Cultural e Prêmio Cenym pelo espetáculo Tom na Fazenda, além de uma indicação ao Prêmio APTR como melhor ator. Em 2012 criou a ExCompanhia de Teatro onde busca capturar o zeitgeist em projetos que exploram o universo transmídia no Teatro, áudio, instalação, cinema, redes sociais, smartphones, às vezes, tudo junto. A partir de dramaturgias site specific, cria experiências imersivas que colocam o público no centro da obra. Destacam-se na trajetória do grupo “EU – Negociando Sentidos”, uma experiência  cênica transmídia que unia redes sociais, encontros virtuais e presenciais com personagens, com apresentações em São Paulo e na Alemanha; “FREQUÊNCIA AUSENTE 19Hz”, um jornada  existencial em áudio 3D pelas ruas das cidades inspirada em “A Náusea” de Sartre, e apresentada em importantes Festivais e instituições do Brasil, e fora do país, em Portugal e Montenegro, onde recebeu o Special Award de performance destaque do FIAT 2017; e O ENIGMA VOYNICH, thriller de suspense numa série em áudio 3D e grafite digital via app onde o público se tornava o personagem central da história. Atua frequentemente também no cinema, como em Divórcio, O Doutrinador, Maria do Caritó, e nos ainda inéditos Depois a Louca sou Eu e O Jardim Secreto de Mariana. Na Tv e no streaming também marca presença como em Coisa Mais Linda da Netflix, Aruanas na TV Globo e Globoplay e Os Homens São de Marte no GNT.

Sobre a ExCompanhia de Teatro

A ExCompanhia de Teatro é um lugar de experimentação. Teatro, cinema, performance, áudio dramaturgia, instalação, internet e redes sociais, às vezes, tudo junto. O primeiro projeto da companhia foi criado em 2012, “Eu – Negociando Sentidos”, experiência cênica imersiva transmídia com um mês de duração. A experiência unia redes sociais e encontros virtuais com personagens, além de encontros presenciais numa casa e em vários lugares da cidade – com apresentações em São Paulo e Munique na Alemanha. No final de 2013 a ExCompanhia é selecionada no edital de Co-Patrocínio Fomento ao Audiovisual da Prefeitura de São Paulo para reformatar o projeto numa websérie.

Cria em 2015 a experiência “Frequência Ausente 19hz” dentro da programação oficial da Virada Cultural no Instituto Capobianco e do Festival Satyrianas. Em 2016, participa do Festival Imaginarius, em Portugal e em 2017 do FIAT em Montenegro, onde recebe o Special Award pela inventividade do projeto. Em 2018, se apresenta com o mesmo projeto na Mostra Oficial do Festival de Curitiba, e realiza pequena temporada na FUNARTE em SP, participando da programação oficial da Jornada do Patrimônio da Prefeitura de São Paulo.

Em 2017 lança o app O Enigma Voynich, uma série em áudio 3D e grafite digital em primeira pessoa que media o encontro do público com bibliotecas publicas da cidade de São Paulo.

Em 2019 a instalação interativa “frequencia_ausente.doc”, dramaturgia site specific e documental que conduz o visitante em uma experiência imersiva pelos andares da Unidade do Sesc Paulista e versa sobre o desaparecimento de um ator, ex integrante da ExCompanhia de Teatro, nas dependências do Sesc no dia da estreia do seu monólogo.