BRIAN OU BRENDA?

Brian ou Brenda?, de Franz Keppler, reestreia no Viga Espaço Cênico no dia 25 de outubro

Com direção de Yara de Novaes e Carlos Gradim, peça discute identidades a partir do polêmico caso real de David Reimer. Elenco conta com Augusto Madeira, Daniel Tavares, Giovanni Venturini, Jimmy Wong, Kay Sara, Lavínia Pannunzio, Fabia Mirassos e Paulo Campos

Uma imagem contendo pessoa, homem, interior, parede

Descrição gerada automaticamente

Fotos de Heloísa Bortz
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Cada vez mais pulsante na sociedade, a discussão sobre identidade de gênero ganha uma abordagem surpreendente em Brian ou Brenda?, com dramaturgia de Franz Keppler e direção de Yara de Novaes e Carlos Gradim, que recria com liberdade ficcional o polêmico caso de David Reimer. Depois de uma breve passagem pelo CCSP, o espetáculo ganha uma temporada popular no Viga Espaço Cênico, de 25 de outubro a 17 de novembro, com ingressos a R$20.

Em 1965, nascem os gêmeos Brian e Bruce, que são submetidos a uma cirurgia de fimose aos 8 meses. Durante esse procedimento, o pênis de Brian é acidentalmente cauterizado. Atônitos, os pais procuram o psiquiatra John Money, que defende a tese de que os bebês nasceriam neutros e teriam seu gênero definido pela criação. Ele aconselha a família a fazer em Brian uma operação de redesignação sexual e a educá-lo conforme uma menina.

A criança passa a ser chamada de Brenda. O resultado é uma menina que cresce infeliz em um corpo que não é seu e, ainda adolescente, tenta se matar. Os pais decidem contar a verdade e, então, Brenda resolve ir em busca da real identidade que nunca havia deixado de ter.

Conhecida como um dos casos mais polêmicos da psiquiatria, a violência sofrida por David Reimer é usada por pesquisadores e instituições de todo mundo para fomentar a discussão sobre identidade de gênero. Os grupos conservadores argumentam que este é um exemplo de que uma pessoa biologicamente nascida com o sexo masculino sempre se identificará como um homem. Já os teóricos de gênero defendem que o sofrimento causado pela tentativa de impor uma identidade a David é o mesmo pelo qual as pessoas transgêneras passam na sociedade conservadora que tenta impor seus padrões.

A encenação mescla fatos reais e ficcionais para propor uma reflexão sobre gênero e o direito às escolhas e desejos de cada um, bem como os limites dos tratamentos médicos e psiquiátricos. O grupo faz questão de frisar o respeito pelas diferentes identidades, colocando a pauta, inclusive, na boca de David. Ao final da trama, por exemplo, ao ser questionado em uma entrevista, ele afirma que não é contra a cirurgia de redesignação sexual, se isso for um desejo de uma pessoa que se sente no corpo errado, contrapondo essa possibilidade ao que aconteceu.

Para celebrar a diversidade e contribuir ainda mais com essa discussão, o elenco escolhido traz Augusto Madeira, Daniel Tavares, Giovanni Venturini, Jimmy Wong, Kay Sara, Lavínia Pannunzio, Fabia Mirassos e Paulo Campos, pessoas com diferentes origens, condições físicas, etnias e identidades de gênero.

O texto começou a ser escrito em 2015, quando Franz Keppler foi contemplado em um edital de dramaturgia do ProAC – Programa de Ação Cultural da Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo. Em 2018, o grupo foi contemplado na 1ª edição do Prêmio Cleyde Yáconis, da Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo.

SINOPSE

Baseada em um episódio conhecido como um dos mais trágicos da psiquiatria, a peça conta a história de Brian. Depois de uma operação malsucedida logo após o nascimento, em que seu pênis é cauterizado, ele é submetido a uma redesignação sexual e passa a ser educado como menina: Brenda. A imposição de crescer em um corpo que não é seu, no entanto, afeta a sua própria vida e a de todos ao seu redor.

FICHA TÉCNICA

Texto: Franz Keppler

Direção: Yara de Novaes e Carlos Gradim

Assistência de direção: Ronaldo Jannotti

Elenco: Augusto Madeira, Daniel Tavares, Giovanni Venturini, Jimmy Wong, Kay Sara, Lavínia Pannunzio, Fabia Mirassos e Paulo Campos

Cenário: André Cortez

Figurino: Cassio Brasil

Iluminação: Aline Santini

Trilha sonora: Dr. Morris

Preparação corporal: Ana Paula Lopez

Visagismo: Louise Helène

Direção de produção: Ronaldo Diaféria e Kiko Rieser

Produção executiva: Marcos Rinaldi

Assistente administrativa: Juliana Rampinelli

Fotografia: Heloísa Bortz

Design gráfico: Angela Ribeiro

Assessoria de imprensa: Pombo Correio (Douglas Picchetti e Helô Cintra)

Realização: Rieser Produções Artísticas, Diaferia Produções e Da Latta Cultura

SERVIÇO

Brian ou Brenda?, de Franz Keppler

Viga Espaço Cênico – Rua Capote Valente, 1323, Pinheiros

Temporada: 25 de outubro a 17 de novembro

Às sextas e aos sábados, às 21h, e aos domingos, às 19h

Ingressos: R$20 (inteira) e R$10 (meia-entrada)

Classificação etária: 14 anos

Duração: 85 min