MOINHOS E CARROSSÉIS

Pasárgada reencena musical infantil Moinhos e Carrosséis, de José Geraldo Rocha, no Teatro João Caetano

Espetáculo gratuito faz parte da Mostra que comemora os 47 anos de grupo

Uma imagem contendo pessoa, chão, homem

Descrição gerada com alta confiança

Fotos de Weslei Soares

“É possível que acabemos nos destruindo. Talvez o inimigo comum dentro de nós seja forte demais para ser reconhecido e vencido. Talvez o mundo seja reduzido a condições medievais ou muito piores” – Carl Sagan

Encenado pela primeira vez em 1988, o musical infantil Moinhos e Carrosséis, de José Geraldo Rocha, dá continuidade à Mostra retrospectiva Itinerário do Pasárgada, iniciada em 2018, com a proposta de celebrar os 47 anos da companhia.

Com direção de Debora Dubois e José Geraldo Rocha, o espetáculo ganha uma nova temporada gratuita no Teatro João Caetano,  entre 30 de março a 21 de abril, aos sábados e domingos, 16 hs. O elenco traz Carla Margareth, Daniel Langer, Janaina Rocha, Joana Freire, Keila Tasquini, Luiã Borges, Mari Rosinski, Pedro Machitte, Ricardo Aguiar e Tais Orlandi.

A montagem foi embasada em um estudo sobre o impacto que muitos autores de ficção científica – como Júlio Verne, Arthur Clarke, Carl Sagan, Ray Bradbury, provocaram nas décadas de 1980 e 1990. Sobretudo, o predecesor de todos: Ievguêni Zamiátin, com sua literatura visionária, política e libertadora. Uma ficção atual e contundente de sua obra – NÓS, Narrativas da Revolução – escrita em 1920, revela a distopia de um futuro de trajetória cruel e cáustica.

Bradbury retoma esse tema em Farenheit 451 e Frutos Dourados do Sol. Especificamente, no conto Um Som de Trovão, o autor nos leva a uma viagem ao passado, por meio de uma máquina do tempo. Os visitantes caminham por uma pista flutuante para caçar animais pré-históricos em seu habitat natural. Um dos personagens sai da pista e pisa em uma borboleta, provocando um efeito de proporções sem limites, milhões de anos depois, até nossos dias.

Esses autores inspiraram o dramaturgo a falar de emoções e sentimentos que mantenham vivos, nossos sonhos de liberdade, imaginação e escolhas.

A encenação valorizou todas as nuances do texto para realizar um espetáculo sem o tom de caos e catástrofe, como se o futuro estivesse comprometido. Ao mesmo tempo, deixa às claras um alerta sobre a realidade que estamos vivendo, que assusta e amedronta pela falta de esperança que nos envolve e impede de enxergar novos rumos.

Apesar de ter sido escrito em 1988, o texto continua atual mesmo após mais de 30 anos. A reencenação foi assinada por Debora Dubois, em parceria com José Geraldo Rocha e atores do Pasárgada. O espetáculo também tem criação e direção musical de Gustavo Kurlat e Valnice Vieira Bolla, responsável pela criação de adereços, cenografia e figurinos do Grupo; ambos participaram da  primeira montagem.

Sobre a Cia

Criado por ex-alunos da Escola de Arte Dramática da Fundação das Artes de São Caetano, no início da década de 1970, o Pasárgada possui uma longa história de teatro para infância e juventude, caracterizado pela curiosidade e investigação sobre o universo infantil. Tal trajetória também se tornou referência como teatro de grupo, pesquisa de linguagem, estética, espetáculos populares e produções cooperativadas. O resultado desse trabalho aparece nas várias indicações e premiações recebidas pelo grupo e seus integrantes ao longo de todo seu Itinerário.

No currículo do Grupo, com mais de 20 montagens, destacam-se: Panos e Lendas, Velhos Retratos, Moinhos e Carrosséis, Avoar, Pequenas Estórias Sem Pé Nem Cabeça, Até Onde o Vento Levar, O Lixão, Peixe Vivo e Labirinto de Filó.

SINOPSE

Esta é uma obra de ficção e se passa em um ano qualquer do futuro. P.4783 e F.9501 são dois personagens que, junto com outros visitantes, fazem uma viagem para visitar um museu com figuras do passado. Eles caminham sobre uma pista flutuante, não podem tocar nas figuras e são proibidos de sair fora do roteiro de visita. Um Sistema de Segurança e Controle que está em todos os lugares, tem completo domínio sobre a ação dos visitantes. P. e F., atraídos por uma melodia, penetram em uma galeria desconhecida e descobrem outras figuras que provocam emoções e sentimentos com profundo significado para a sobrevivência da espécie humana.

FICHA TÉCNICA
Texto: José Geraldo Rocha
Direção geral: Debora Dubois e José Geraldo Rocha
Elenco: Carla Margareth, Daniel Langer, Janaina Rocha, Joana Freire, Keila Tasquini, Luiã Borges, Mari Rosinski, Pedro Machitte, Ricardo Aguiar e Tais Orlandi
Músicas e direção musical: Gustavo Kurlat
Letras das canções: Gustavo Kurlat e José Geraldo Rocha
Cenários e figurinos: Claudio Cretti e Valnice Vieira Bolla
Criação e confecção de bonecos: Bolla
Criação e confecção de adereços: Bolla e Mariano Marziars
Concepção de luz: Luiz Alex Tasso
Operação de luz: Emerson Fernandes e Vitor Fernandes
Cenografia: André (JAM Cenografia)
Contrarregras: Daniel Langer e Saulo Aguil
Costureira: Jane e Jaqueline
Coreografia e preparação corporal: Fabrício Licursi e Mari Rosinski
Designer visual: Kleber Góes
Produção executiva: Grupo Pasárgada
Direção de produção: Grupo Pasárgada
Administração: VVB Produções Artísticas
Assessoria jurídica: APHH Sociedade de Advogados
Assessoria contábil: ServKeep Contabilidade
Assessoria de Imprensa: Pombo Correio

Agradecimentos especiais

Este espetáculo é dedicado à memória de Plínio Teixeira, Joy João Luiz de Oliveira e Vlad Vladimir Capela que ajudaram a construir a História do Pasárgada e revelaram os caminhos do jogo teatral e a improvisação no teatro para crianças e jovens. Aos meus amigos e parceiros, fundadores do Pasárgada, Belmiro Arruda, Claudio Campana, Darci Spironello, João José Araujo, ZéCarlos Machado, Marilu Dominguez, Neide Calegari, Plínio Teixeira, Richards Paradizzi, Tadeu Faleiros e nossos mestres: Timochenco Wehbi, Dilma de Mello, Jefferson Del Rios, Jura Otero, Antonio Petrin entre outros; nossa eterna gratidão por continuar nos inspirando em 48 anos de estrada. Evoé!

Zé e Bolla

Agradecimentos
Denis, Jorge, Renato Gonda, Gerson Correra, Instand do Brasil, Ricardo Simi, Lindomar (Secretaria de Cultura de Embu das Artes), Rosana, Amanda e Jomar (Secretaria de Turismo de Embu das Artes),  Danilo (Casa de Cultura Butantã), Rogério Tôio, Ricardo Van Meenen, Alexandre Barros (JAM Cenografia), Luis Felipe Correa, Flávia, Alessandra, Thiago Vasconcelos (Cia Antropofágica) e todos os amigos queridos que tornaram possível esse Itinerário de 47 anos.

Projeto contemplado pela 32ª Edição do Programa Municipal de Fomento ao Teatro para a cidade de São Paulo

SERVIÇO
Moinhos e Carrosséis, de José Geraldo Rocha
Teatro João Caetano – Rua Borges Lagoa, 650 – Vila Clementino – São Paulo
Temporada: 30 de março a 21 de abril
Aos sábados e domingos, às 16h
Ingressos: grátis, distribuídos uma hora antes
Classificação: livre
Duração:  65 minutos
Gênero:  Musical
Capacidade: 400 lugares
Informações:(11) 5573-3774