INFIÉIS
Infiés, de Marco Antônio de La Parra, estreia dia 17 de junho no Teatro Jaraguá
Com direção de Débora Dubois, Infiéis trata do cruzamento entre as paixões eróticas e as paixões políticas. Dois casais formam os personagens da peça e coincidentemente o elenco é composto por atores que são casados na vida real, são eles: Marcela Pignatari (idealizadora do projeto) e José Trassi, Veridiana Toledo e Marcelo Galdino.
Felipe (personagem de Galdino) é um publicitário com sonho de ser poeta e que não vê espaço para exercer seu lado de esquerda em uma sociedade de consumo de um mundo neo liberal.
Ao reencontrar-se com Andreia (Veridiana Toledo) deixa vir à tona confusões e indecisões pois sente que pode recriar épocas revolucionárias, que o sexo e o amor são subversivos, que o matrimônio é uma instituição ditatorial e que merece uma nova oportunidade na vida. Convida Andreia, sem medir as consequências, a reviver uma paixão arrebatadora.
Daniela, sua mulher (personagem de Marcela Pignatari), se adaptou à vida de casada e defende o matrimônio como um lugar onde se renuncia a alguns sonhos, mas se consegue outros.
Carlos (José Trassi), é marido de Andreia, não conhece e nem conhecerá o amor verdadeiro. Se casou com Andreia atraído por seu jeito debochado, sua impulsividade e sensualidade. Quando se vê traído não vacilará em destruir Daniela. Ele sente que ela é sua parceira na penúria e que deve sofrer o quanto ele está sofrendo.
Andreia por sua vez se destruirá nesta aventura, um sonho a mais em sua vida.
A obra mescla a história destes quatro simultaneamente frente ao adultério, um espetáculo em que jamais os personagens deixam de se olhar, sempre presentes em cena os amantes e os enganados.
Para Gustavo Kurlat que traduziu a obra para esta montagem talvez uma das questões mais fortes da atualidade seja a relação plena de tensões entre o público e o privado. E provavelmente o par “Relações amorosas – ação política” seja um elemento simbólico extremamente significativo dessa tensa relação.
“O que será mais revelador daquilo que somos como indivíduos? O posicionamento político, o que dizemos e fazemos com relação ao que é público, ou nossa maneira de nos relacionarmos com nossos afetos, o que dizemos e fazemos com relação ao outro – que é privado?”.
Nesse lugar está a dramaturgia de “Infieis”. No entrecruzamento sem pudores dessas paixões que envolvem nossas vidas. Daí sua atualidade renovada, e seu questionamento – sem juízo de valor – de como somos e o que fazemos pelo outro e pelos outros, e na busca pessoal daquilo que chamamos de “felicidade”.
A diretora Debora Dubois vê na dramaturgia de Marco Antônio de La Parra muita semelhança com o mundo atual. “Com certeza o público irá se identificar – cada um à sua maneira – com alguma das formas de afeto que os personagens revelam nesse embate de corações e mentes que a peça propõe.” comenta a diretora.
A cenografia é assinada por Márcio Macena, os figurinos são de Marichilene Artizevskis e a iluminação de Hugo Peake.
O projeto é idealizado pela atriz Marcela Pignatari. “A ideia de realizar Infieis surgiu há cinco anos, quando me apaixonei pelo texto e pela poesia de Marco Antonio de La Parra. Desde então fui movida por essa paixão. Me dediquei aos estudos para poder trazer vida à personagem Daniela. Procurei entender e percorrer os caminhos da produção cultural. E, hoje, estar em cena com este espetáculo é motivo de grande alegria e emoção. Agradeço a todos que me acompanharam nesta trajetória e especialmente a Marco Antonio de La Parra e a Debora Dubois que acreditaram em mim sabendo que ainda tenho uma longa estrada a percorrer”.
Um pouco sobre o dramaturgo Marco Antônio de La Parra
Estudou no Instituto Nacional e depois na Universidade do Chile, onde se graduou médico cirurgião em 1976 e depois se especializou em Psiquiatria. Sua carreira como dramaturgo começou no teatro da faculdade de medicina. Em 1975 ganhou menção honrosa no Concurso de dramaturgia na universidade do Chile, a peça premiada “Matangos, disparen sobre el zorzal” foi encenada 3 anos mais tarde. Entre 1984 e 1987 dirigiu a Companhia La Teatroneta, na mesma época funda o Teatro de la Pasión Inextinguible, e posteriormente foi diretor artístico do Projeto Transatlântico, que buscou intercâmbio entre as cenas teatrais espanholas e chilenas. Foi crítico de televisão, e mergulhou em diversos gêneros literários, como contos, novelas, peças, ensaios e crônicas. Foi profesor de Dramaturgia na Universidad Católica entre 1993 e 1995. A partir de 2012 o dramaturgo passou a ter uma coluna semanal no La Segunda. É membro da Academia Chilena de Bellas Artes e suas obras são traduzidas em diversos idiomas.
Ficha Técnica:
Autor: Marco Antonio de La Parra
Tradução: Gustavo Kurlat
Concepção e Direção: Débora Dubois
Diretor Assistente: Marcio Macena
Elenco: José Trassi, Marcela Pignatari, Marcelo Galdino, Veridiana Toledo
Cenários: Márcio Macena e Débora Dubois
Figurinos: Marichilene Artisevskis
Iluminação: Hugo Peake
Assistente de Direção: Felipe Correa
Preparação vocal: Renata Ferrari
Preparação corporal: Leo Bertholini
Visagismo: Luciana Alvarez
Programador visual: Alê Pessoa
Fotografia: Priscila Prade
Operador de luz: Hugo Peake
Operador de som: Robson Mello
Camareiro e contra regra: Luciano de Freitas
Direção de Produção: Elza Costa
Realização: Brancalyone Produções e Rhaiz Produções
Serviço
Teatro Jaraguá: Rua Martins Fontes, 71 – Centro, São Paulo.
Telefone: 11 32554380
Estreia: de 17 de junho
Temporada: Sextas às 21h30, sábados às 21h e domingos às 19h.
Preço: R$ 50,00 inteira / R$ 25,00 meia
Vendas Ingresso Rápido e bilheteria do teatro.
Duração: 90 minutos
Censura: 14 anos
Até 31 de julho