Terça Aberta no Kasulo – setembro
Em setembro, nova edição do projeto Terça Aberta no Kasulo promove três aberturas de processo de trabalhos de dança e performance
Projeto criado pela Cia Fragmento de Dança tem como atrações A falsa ilusão de ser predadora, de Karla Ribeiro; 0-1, de Beatriz Falleiros; e MATER, de Débora Vaz
Talentosos artistas da dança, do teatro e da performance compartilham entre si e com o público seus processos de criação em andamento no projeto Terça Aberta no Kasulo. Em setembro, as apresentações acontecem no dia 3, a partir das 19h, no Kasulo – Espaço de Arte, com entrada gratuita (reservas antecipadas pelo Sympla).
A atual edição é uma das atividades previstas no projeto ‘’KASULO – ESPAÇO DE ARTE – 15 ANOS’’ – realizado com o apoio da Secretaria da Cultura, Economia e Indústrias Criativas – Governo do Estado de São Paulo.
Confira os destaques da edição:
Em setembro, a Terça Aberta no Kasulo traz três criações em processo: A falsa ilusão de ser predadora, de Karla Ribeiro; 0-1, de Beatriz Falleiros; e MATER, de Débora Vaz.
O público assiste aos espetáculos e, em seguida, participa de um bate-papo mediado pelas curadoras do projeto, a atriz Janaina Leite, e a bailarina e coreógrafa Vanessa Macedo, que dirige a Cia Fragmento de Dança.
O solo performativo e autoficcional A falsa ilusão de ser predadora, de Karla Ribeiro parte da noção de predadores do mundo animal para colocar em cena o corpo de uma mulher negra, sapatão e femme, que reconhece e explora seu erotismo em duas vias: quando desejo e quando sou desejada?
Já a dança-performance 0-1, de Beatriz Falleiros, é a abertura de vários processos, o pinto de confluência de pesquisas e inquietações de vários artistas – Ananda Maranhão, Ian Uivedo, Pedro Luchesi, Kim Cruz, Giorgia Tolaini, Giulia Naccarato, Carolina Semiathz e Beatriz Rivato. Todos esses agentes, irmanados pelo signo da juventude e guiados pela problemática proposta pela coreógrafa, partem de origens díspares para refletir a respeito da percepção contemporânea do tempo e suas práticas de ordenação. Alimentado pelo desejo de comunicar esta problemática de forma a um só tempo questionadora e palatável, 0-1 se apoia em vários meios e referências para acessar o desconhecido através do conhecido. A temporalidade está no centro e também está à margem
Por fim, na dança-performance MATER, Débora Vaz corporifica a história de uma ostra que não consegue mais viver com um intruso que cresce em seu interior. E, para expulsar o que a invadiu, ela se deixa quebrar em pedaços, mas o que vê após a quebra não é o que espera, é maior e não tem volta.
A Terça Aberta no Kasulo acontece em uma terça-feira por mês. A programação é sempre divulgada no site (https://www.ciafragmentodedanca.com.br/programacao-terca-aberta).
O projeto nasceu em 2016, viabilizado pelo Programa de Fomento à Dança para a cidade de São Paulo, como um espaço de troca, debate e difusão de trabalhos artísticos. Ao longo desse tempo, foram realizadas 51 edições, com a participação de 132 artistas que desejavam compartilhar seus processos, trocando impressões entre si e com a plateia.
Em 2017, a Cia. Fragmento da Dança recebeu o prêmio Denilto Gomes, na categoria “difusão em dança”, por essa iniciativa. E em 2020, o projeto foi indicado ao prêmio APCA na categoria de “difusão”.
Serviço
Terça Aberta no Kasulo – Cia Fragmento de Dança
Mediação: Janaína Leite e Vanessa Macedo (Cia Fragmento de Dança)
Quando: 3 de setembro, das 19h às 21h
Kasulo – Espaço de Cultura e Arte – Rua Souza Lima, 300, Barra Funda, Metrô Marechal Deodoro – Linha Vermelha
Capacidade: 40 lugares
Ingressos Gratuitos – Retirada antecipada pelo site https://www.ciafragmentodedanca.com.br/programacao-terca-aberta).
Duração: 70 minutos + bate-papo
Confira abaixo mais detalhes sobre a programação:
A falsa ilusão de ser predadora, de Karla Ribeiro
Sinopse: O solo autoral e autoficional parte da noção de predadores do mundo animal para colocar em cena o corpo de uma mulher negra, sapatão e femme, que reconhece e explora seu erotismo em duas vias: quando desejo e quando sou desejada? Quando a preta fala é ouvida ou seu corpo sempre é narrado e vislumbrado enquanto objeto de satisfação? Em confluência com imagens de Inês Brasil e referências de cinema, e em diálogo com a estética de trabalho das “cam girls”, o solo pergunta: A imagem de predadora insaciável, lhe cabe? O trabalho abarca a lesbianidade, hipersexualização, isolamento e descarte como componentes do corpo que narra.
Duração: 30 minutos
Ficha Técnica: Dramaturgia e performance: Karla Ribeiro
0-1, de Beatriz Falleiros
0-1 não se resume a uma abertura de processo. Trata-se, em vez disso, da abertura de vários processos, o ponto de confluência das pesquisas e as inquietações de diversos artistas. O trabalho reúne a coreografia de Beatriz Falleiros, a identidade sonora de Ananda Maranhão, o universo referencial da dramaturgia de Ian Uivedo, as modulações e captações de movimento de Pedro Luchesi, a cenografia de Kim Cruz, as Luzes de Giorgia Tolaini, o design de Giulia Naccarato e o figurino de Carolina Semiathz e Beatriz Rivato.
É, portanto, um registro e uma investigação mutável de um embate ora conflituoso, ora harmonioso, de diferentes linguagens. Todos estes agentes, irmanados pelo signo da juventude e guiados pela problemática proposta pela coreógrafa, partem de origens díspares para refletir a respeito da percepção contemporânea do tempo e suas práticas de ordenação.
Duração: 30 minutos
Ficha Técnica: Concepção e Coreografia: Beatriz Falleiros | Identidade Sonora: Ananda Maranhão | Cenografia: Kim Cruz | Texto e dramaturgia: Ian Uviedo | Programação e visuais: Pedro Luchesi | Design e operação de Luz: Giorgia Tolaini | Identidade Visual: Giulia Naccarato | Figurino: Carolina Semiatzh, Beatriz Rivato | Fotografia: Helena Ramos.
MATER, de Débora Vaz
Sinopse: Uma Ostra não consegue mais viver com um intruso que cresce em seu interior e para expulsar o que a invadiu se deixa quebrar em pedaços, mas o que vê após a quebra não é o que espera, é maior e não tem volta.Duração: 15 minutos
Ficha Técnica: Direção e Concepção – Débora Vaz | Intérprete – Débora Vaz