AS SOMBRAS DE DOM CASMURRO
As Sombras de Dom Casmurro faz curta temporada no Teatro Livraria da Vila do Shopping JK Iguatemi até dia 29 de maio
Fotos de Matheus Heck e Dave Santos
Vídeo: http://youtu.be/Ww2N__ap1yM
“As Sombras de Dom Casmurro” é um recorte do clássico de Machado de Assis feito por Toni Brandão (escritor premiado pelo APCA, Mambembe e Coca-Cola), que só utilizou trechos do próprio livro para compor essa versão teatral em forma de um monólogo. Depois de temporada bem-sucedida no SESC Ipiranga, espetáculo está em cartaz até dia 29 de maio no Teatro Livraria da Vila do Shopping JK Iguatemi.
Espetáculo é dirigido por Débora Dubois (“Lampião e Lancelote”, “Rita Lee Mora ao Lado”) e interpretado por Marcos Damigo (“Lampião e Lancelote”, “Deus é um DJ” e “Insensato Coração” – Rede Globo), que completa este ano vinte anos de carreira. A trilha sonora original foi composta por Gustavo Kurlat (responsável pela trilha de “O Menino e o Mundo” – que concorreu ao Oscar de Melhor Animação em 2016).
O espetáculo oferece novas possibilidades de olhar para um dos maiores clássicos da nossa literatura, reavivando seu interesse. Segundo Brandão, “extraímos do livro seus conflitos mais importantes e demos a eles a potência da palavra encarnada e viva, despertando o interesse para a literatura brasileira e atraindo um público ávido por cultura e entretenimento de qualidade. Além do enorme poder de alcance junto ao público jovem.”
O figurino, assinado por Alexandre Herchcovitch e desenvolvido nas gravações do seu novo reality show “Corre e Costura” (estreia em março no canal Fox Live), retrata a origem aristocrática do personagem, um proprietário de casas e bens, da esposa e da própria história narrada. Ao mesmo tempo, aproxima a obra dos tempos atuais, questionando o quanto se ultrapassaram as condições sociais e históricas que permitiram a criação de uma das mais conhecidas tragédias da literatura brasileira.
A opção pelo monólogo reforça o recurso utilizado pelo autor do romance, de apresentar apenas o ponto de vista do narrador. Machado de Assis foi o primeiro escritor brasileiro a se valer desse procedimento, considerado avançado inclusive para a época em que foi publicado pela primeira vez em 1900.
Sinopse
Dom Casmurro revisita o lugar onde estão guardadas suas memórias, uma espécie de sótão na casa antiga: em cena estão apenas uma mesa, duas cadeiras e alguns objetos. Ele conversa com as pessoas que participaram de sua vida, lembra diálogos que já repassou incontáveis vezes dentro da própria cabeça e divide com o público – as “inquietas sombras” que o visitam – o desenrolar dos fatos que o levaram a concluir que sua esposa, Capitu, o traiu com seu melhor amigo, Escobar, que seria o verdadeiro pai de seu filho, Ezequiel.
Foram feitos ensaios abertos em novembro de 2015 com ótima repercussão:
Thelma Guedes (escritora e roteirista da Rede Globo): “A adaptação de Dom Casmurro de Toni Brandão elege e ilumina o que há de mais poderoso na obra prima de Machado. Mas é a interpretação arrebatadora de Marcos Damigo que nos serve numa bandeja o coração de Bentinho, fazendo-nos crer – e viver por alguns minutos – no amor de um protagonista vil, ciumento e cínico.”
Tony Goes (roteirista e jornalista): “Toni Brandão consegue concentrar toda a força do romance de Machado de Assis em pouco mais de uma hora. E a direção elegante de Débora Dubois permite que Marcos Damigo encarne todos os personagens de “Dom Casmurro”, inclusive a inescrutável Capitu.”
Cássio Junqueira (poeta e autor teatral): “O monólogo Dom Casmurro traz excelentes adaptação, direção e interpretação, a serviço de um dos maiores clássicos da literatura brasileira, o livro de Machado de Assis. Prova com a contemporaneidade do espetáculo a imortalidade de uma verdadeira obra de arte. A opção de ter um único personagem no palco nos põe diante do drama de como “escrevemos” a nossa própria história em face dos fatos da nossa vida (interna e externa) e de como, depois de tê-la “escrito”, nós a contamos… Um belo espetáculo, que deve ser visto!”
Eromar Bonfim (escritor): “A ficcionalização de matéria jornalística e a autoficção em moda supõem um lugar para a literatura artística que não é o dela. A peça D. Casmurro desfaz esse equívoco e mostra onde se situa a propriedade da arte literária. A peça D. Casmurro mostra à perfeição a literatura que é para se ver.”
Luciana Carnieli (atriz): “Poesia e arrebatamento… Marcos Damigo se transforma no solitário e irônico D. Casmurro e em outros personagens do clássico romance de Machado de Assis numa interpretação vigorosa e contundente. O ciúme, a dúvida e a ambiguidade da trama são levados à cena pela diretora Débora Dubois com beleza e criatividade. Uma forma deliciosa de conhecer, se reaproximar ou consolidar a paixão por esta obra fundamental da literatura brasileira.”
Leonel Braga Neto (psicanalista membro do Ebep – Espaço Brasileiro de Estudos Psicanalíticos): “Marcos Damigo não carrega nem ‘incorpora’ Casmurro e Bentinho (e Capitu, e Ezequiel, e o agregado), incorpora o autor: ele desliza tão completamente pelas nuances da língua e do idioma, que revela uma dimensão de partitura do texto machadiano e a executa não como músico, mas como faz um hábil bailarino em um solo dos mais complexos. Machado de Assis está lá. Não houve traição!”
Lucas Brandão (ator e diretor teatral): “Casmurro parece tentar agir sob controle diante de tantas evidências que o levariam à culpa. Ele falha: enlouquece novamente, revive cada instante como se ali estivessem acontecendo. É uma visita a um certo território de nossa sociedade, de nossa consciência, de nossa memória que achamos não existir mais, e o fazemos como quem vai a um museu. Mas, ao chegar, percebe-se que o museu é a própria vida, aqui e agora.”
Ficha Técnica
Obra de Machado de Assis
Direção: Débora Dubois
Intérprete: Marcos Damigo
Adaptação: Toni Brandão
Assistência de Direção: Luis Felipe Corrêa
Luz: César Augusto Pivetti
Figurino: Alexandre Herchcovitch
Cenário: Duda Huck e Márcio Macena
Trilha sonora original: Gustavo Kurlat
Consultoria literária: Gilberto Martins
Fotografia: Matheus Heck e Dave Santos – Elemento Cultural
Direção de Produção: Fernanda Bianco e Guilherme Maturo – Elemento Cultural
Produção Executiva: Renata Nastari – Elemento Cultural
Comunicação: Dave Santos – Elemento Cultural
SERVIÇO
De 7 a 29 de maio de 2016.
75 minutos.
12 anos.
Teatro Livraria da Vila do Shopping JK Iguatemi.
Av. Pres. Juscelino Kubitschek, 2041.
125 lugares.
(11) 5180-4790.
Sábados às 20h, domingos às 18h.
R$ 60.
Até dia 29 de maio.