MÃE CORAGEM

Daniela Thomas estreia clássico Mãe Coragem, do alemão Bertolt Brecht, no ginásio do Sesc Pompeia em junho, com Bete Coelho no papel título

Espetáculo marca parceria de mais de 30 anos entre a encenadora e a atriz. Elenco ainda traz Luiza Curvo, Amanda Lyra, Carlota Joaquina, Luisa Renaux, Ricardo Bittencourt, Murilo Grossi, Roberto Audio, Rodrigo Penna, Wilson Feitosa, Cacá Toledo e Murillo Carraro. Os músicos Juliana Perdigão/Gui Augusto, Felipe Antunes e Allan Abbadia/Ednaldo Santos, interpretam a trilha sonora ao vivo

Uma imagem contendo parede, pessoa, interior

Descrição gerada automaticamente

Fotos de Jeniffer Glass

 

A encenadora Daniela Thomas e a atriz Bete Coelho convivem e trabalham juntas há 33 anos. Neste novo projeto para encenar o clássico “Mãe Coragem e Seus Filhos”, de Bertolt Brecht (1898-1956), com tradução direta do alemão assinada por Marcos Renaux, toda essa trajetória em comum se torna uma grande aliada. O resultado de mais este encontro criativo pode ser conferido no espetáculo Mãe Coragem, que estreia no dia 11 de junho no ginásio do Sesc Pompeia, onde segue em cartaz até 21 de julho.

Escrita em 1941, a peça se passa durante doze anos dentro da Guerra dos Trinta Anos (1618-1648), uma série de batalhas devastadoras na Europa central, sobretudo na Alemanha, que deixaram mais de oito milhões de mortos. Nesse contexto, o texto narra a trajetória de Anna Fierling, a dita Mãe Coragem, uma comerciante que acompanha as tropas com sua carroça, vendendo suprimentos para os soldados agonizantes. Ela comemora a chegada da guerra e lucra com seus horrores, mas não quer que nenhum de seus três filhos – Eilif, Queijinho e Kattrin – sejam convocados para a luta.

Quando Anna cuida dos seus negócios, negligencia seus deveres maternos e, quando se preocupa com os filhos, o comércio é deixado de lado. Mesmo assim, quer lucrar a todo custo. O resultado é que ela não consegue impedir que Eilif e Queijinho se tornem soldados e morram na guerra, nem que a filha muda, Kattrin, também vire vítima.

“Acho que a Mãe Coragem é uma espécie de Hamlet das mulheres, ou melhor, seu oposto complementar. Em Hamlet você tem que ser um ator maduro e jovem, e em Mãe Coragem você tem que ser uma atriz madura e velha. Então, geralmente você tem disposição para fazer quando é jovem, mas tem que esperar ficar mais velha. E Hamlet você quer fazer e não tem maturidade quando você é jovem, né? Mas eu sempre achei muito difícil, li várias vezes, mantive esse desejo remoto, e sempre guardei na estante, como uma perolazinha”, diz a idealizadora da montagem Bete Coelho.

A mensagem que Brecht quer passar com a peça é o entendimento de que aquele que quer lucrar mais, vai ter que pagar mais. A fome por dinheiro é ao mesmo tempo a ruína pessoal de Coragem e em grande parte, se não totalmente responsável por ela perder todos os seus filhos. Sua falta de discernimento deve ser um aviso de que sempre haverá guerras enquanto o homem não aprender com os erros do passado e continuar a fazer do dinheiro o motor de suas ações.

A encenação de Daniela Thomas destaca o caráter dialético no texto de Brecht. “Quando recebi o convite de Bete para dirigir o Mãe Coragem, logo imaginei uma trupe de atores chafurdando na lama, num espetáculo que não se dirigisse ao público, mas que fosse testemunhado por ele. Ou ainda: que além de assistir os atores, o público, organizado em torno da arena, assistisse o clássico de Bertolt Brecht sendo visto por uma outra plateia, em mais um testemunho da alienação pretendida pelo diretor/filósofo. Enquanto discutíamos sobre a montagem, nesses anos, assombraram-nos os rompimentos das barragens de Mariana e Brumadinho: a lama inerte, implacável, que assassinou famílias, florestas e rios. Assombrou-nos também a luta diária dos pobres, pardos e negros do Brasil frente ao genocídio de seus jovens: nossa guerra particular. Assombraram-nos ainda os slogans intolerantes e cada vez mais vocais dos que falam em nome de Deus. Mãe Coragem é uma peça escrita nos anos de 1930 e 1940 do século XX, no norte da Europa, sobre a guerra religiosa que os assolou nos anos 1600 e ressoa atual e pertinente nos nossos tristes trópicos”, revela a diretora.

SOBRE BRECHT

Brecht (Eugen Bertholt Friedrich Brecht) nasceu em 10 de fevereiro de 1898 em Augsburgo, na Alemanha. Filho de pai católico e de mãe protestante, começou a escrever poemas ainda na escola secundária e publicou vários deles já em 1914. Apesar de muito cedo se interessar por teatro, estudou ciência e medicina para evitar ser recrutado, o que não funcionou muito bem, já que ao final da guerra serviu como assistente no hospital militar de Augsburgo.

Brecht rejeitou os valores burgueses de sua juventude e desenvolveu uma compreensão muito própria sobre religião, economia e política. Os horrores da guerra, que viveu em seus tempos no hospital das forças armadas, decididamente ajudaram a forjar sua índole pacifista. Começou a escrever peças já em 1922, com a produção de sua primeira obra, “Baal”. Suas ideias francamente contrárias à guerra levaram-no a ter simpatia pelo comunismo já antes que a primeira guerra acabasse. Depois de abandonar seus esporádicos estudos de medicina, tornou-se dramaturgo de um teatro em Munique.

No decorrer dos 13 anos seguintes (até 1933, quando o nazismo passa a ser o poder político dominante), publicou vários contos e poemas, e encenou, com sucesso, várias de suas peças. Em colaboração com Kurt Weill escreveu e encenou várias peças musicais, inclusive a mais conhecida delas, “Ópera dos Três Vinténs”, de 1929. Já pelo início dos anos de 1930, suas peças passaram a ser cada vez mais políticas, de acordo com sua crença de que o comunismo salvaria o mundo de suas iniquidades e de seus problemas políticos. Com a subida dos nazistas ao poder, suas peças foram simplesmente banidas. Os próximos 15 anos foram de exílio para ele e seus familiares.

Brecht continuou a escrever no exílio, vivendo entre vários países europeus e os Estados Unidos. Escreveu inúmeras peças críticas ao regime nazista e à guerra, sendo a mais conhecida e aclamada “Mãe Coragem e seus filhos”. O fim da Segunda Guerra Mundial resultou em uma Alemanha dividida, e ele optou por aceitar o convite para trabalhar na Alemanha Oriental, onde receberia fundos e um teatro. Fundou a companhia de teatro Berliner Ensemble em 1949, que existe até hoje. Continuou a escrever poesia e a adaptar peças de outros autores para seu teatro. Morreu em 14 de agosto de 1956.

SINOPSE

O clássico de Bertolt Brecht se passa durante doze anos dentro da Guerra dos Trinta Anos, e conta a história de uma vendedora ambulante que acompanha exércitos com uma carroça, vendendo suprimentos para os sobreviventes. Ela celebra a guerra e lucra com seus horrores, ignorando a ameaça que seus três filhos – Eilif, Queijinho e Kattrin –sofrem.

FICHA TÉCNICA
TRUPE CORAGEM

Texto

Bertolt Brecht

Música original

Paul Dessau

Tradução

Marcos Renaux

Direção

Daniela Thomas

Assistência de direção

Gabriel Fernandes

Direção musical

e arranjos

Felipe Antunes

Cenário

Daniela Thomas

e Felipe Tassara

Figurino

Cassio Brasil

Iluminador

Beto Bruel

Desenho de som

Gustavo Breier

Elenco

Bete Coelho

Luiza Curvo

Amanda Lyra

Carlota Joaquina

Luisa Renaux

Ricardo Bittencourt

Murilo Grossi

Roberto Audio

Rodrigo Penna

Wilson Feitosa

Cacá Toledo

Murillo Carraro

Músicos

Juliana Perdigão/ Gui Augusto

Felipe Antunes

Allan Abbadia/Ednaldo Santos

Wilson Feitosa

Murilo Grossi

Cacá Toledo

Assistentes cenografia

Iara Ito e Tania Menecucci

Produtora de figurino

Patricia Sayuri Sato

Assistentes figurino

Daniela Tocci, Alice

Tassara, Maria Pini Piva

e Thomas Carvalho

Assistente e

operadora de luz

Sarah Salgado

Engenheiros de som,

gravações e mixagem

Gustavo Breier e Randal Juliano

Diretor de palco

Murillo Carraro

Contrarregras

Theo Moraes e Davi Puga

Camareiras

Lili Santa Rosa

e Luciana Galvão

Cenotécnicos

Murillo Carraro, Nietzsche,

José Roberto Tomasim

e Alberes Souza da Costa

Aderecistas

Jesus (Walkir Pedroso)

e Bosco Bedeschi

Visagismo

Gabi Moraes

Assistente de visagismo

Amanda Tedesco

Costureiras

Yrondi Moço Rillo, Salete

Paiva e Lili Santa Rosa

Harmonização das

partituras originais

Kezo Nogueira e Felipe Antunes

Diretor técnico

Nietzsche

Arquitetura

Alvaro Razuk

Equipe de arquitetura

Daniel Winnik, Ligia Zilbersztejn, Tabata Sung

e Anselmo Turazzi

Diretor de comunicação

Maurício Magalhães

Assessoria de imprensa

Pombo Correio

Arte gráfica

Celso Longo e Daniel Trench, Caterina Bloise (assistente)

Videomaker

Annick Matalon

Fotos

Jennifer Glass, Daniela Thomas

e Roberto Audio

Assessoria jurídica

Olivieri Advogados (pro bono) / NBPF Advogados

Assistentes de produção

Diogo Pasquim, Theo Moraes

e Davi Puga

Produtor executivo

Arlindo Hartz e

Camila Bevilacqua

Direção de produção

Luís Henrique Luque Daltrozo

 

SERVIÇO

Mãe Coragem, de Bertolt Brecht, com direção de Daniela Thomas

SESC Pompeia – Rua Clélia, 93, Água Branca

Temporada: 11 de junho a 21 de julho de 2019

De terça a sábado, às 20h30, e aos domingos, às 18h30

Ingressos: R$ 40 (inteira); R$ 20 (aposentado, pessoa com mais de 60 anos, pessoa com deficiência, estudante e servidor da escola pública com comprovante) e R$ 12 (credencial plena do Sesc – trabalhador do comércio de bens, serviços e turismo credenciado no Sesc e dependentes).Venda de ingressos no Portal Sesc SP (www.sescsp.org.br) e unidades. Limite de 4 ingressos por pessoa.

Classificação: 12 anos

Duração: 150 minutos

Venda online a partir de 04 de junho, terça-feira, às 12h.

Venda presencial nas unidades do Sesc SP a partir de 05 de junho, quarta-feira, às 17h30.

Não temos estacionamento. Para informações sobre outras programações, acesse o portal: sescsp.org.br/pompeia

 

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Informações para a imprensa:

Assessoria de Imprensa Sesc Pompeia

Dih Lemos e Guilherme Barreto

Estagiários: Mari Carvalho

Coordenador de comunicação: Igor Cruz

Telefone: (11) 3871-7720 / 7776

 

Bertolt Brecht

 

Música original

Paul Dessau

 

Tradução

Marcos Renaux

 

Direção

Daniela Thomas

 

Assistência de direção

Gabriel Fernandes

 

Direção musical

e arranjos

Felipe Antunes

 

Cenário

Daniela Thomas

e Felipe Tassara

 

Figurino

Cassio Brasil

 

Iluminador

Beto Bruel

 

Desenho de som

Gustavo Breier

 

 

Elenco

Bete Coelho

Luiza Curvo

Amanda Lyra

Carlota Joaquina

Luisa Renaux

Ricardo Bittencourt

Murilo Grossi

Roberto Audio

Rodrigo Penna

Wilson Feitosa

Cacá Toledo

Murillo Carraro

 

Músicos

Juliana Perdigão/ Gui Augusto

Felipe Antunes

Allan Abbadia/Ednaldo Santos

Wilson Feitosa

Murilo Grossi

Cacá Toledo

 

Assistentes cenografia

Iara Ito e Tania Menecucci

 

Produtora de figurino

Patricia Sayuri Sato

 

Assistentes figurino

Daniela Tocci, Alice

Tassara, Maria Pini Piva

e Thomas Carvalho

 

Assistente e

operadora de luz

Sarah Salgado

 

Engenheiros de som,

gravações e mixagem

Gustavo Breier e Randal Juliano

 

Diretor de palco

Murillo Carraro

 

Contrarregras

Theo Moraes e Davi Puga

 

Camareiras

Lili Santa Rosa

e Luciana Galvão

 

Cenotécnicos

Murillo Carraro, Nietzsche,

José Roberto Tomasim

e Alberes Souza da Costa

 

Aderecistas

Jesus (Walkir Pedroso)

e Bosco Bedeschi

 

Visagismo

Gabi Moraes

 

Assistente de visagismo

Amanda Tedesco

 

Costureiras

Yrondi Moço Rillo, Salete

Paiva e Lili Santa Rosa

 

Harmonização das

partituras originais

Kezo Nogueira e Felipe Antunes

 

Diretor técnico

Nietzsche

 

Arquitetura

Alvaro Razuk

 

Equipe de arquitetura

Daniel Winnik, Ligia Zilbersztejn, Tabata Sung

e Anselmo Turazzi

 

Diretor de comunicação

Maurício Magalhães

 

Assessoria de imprensa

Pombo Correio

 

Arte gráfica

Celso Longo e Daniel Trench, Caterina Bloise (assistente)

 

Videomaker

Annick Matalon

 

Fotos

Jennifer Glass, Daniela Thomas

e Roberto Audio

 

Assessoria jurídica

Olivieri Advogados (pro bono) / NBPF Advogados

 

Assistentes de produção

Diogo Pasquim, Theo Moraes

e Davi Puga

 

Produtor executivo

Arlindo Hartz e

Camila Bevilacqua

 

Direção de produção

Luís Henrique Luque Daltrozo