Entre
ENTRE, com direção de Yara de Novaes e Carlos Gradim, faz curtas temporadas presenciais no Teatro da Revista, na oficina Cultural Oswald de Andrade e no Teatro Flávio Império, a partir de 02 de outubro
Espetáculo tem texto de Eloisa Elena, com Alexandre Cioletti, Cláudio Queiroz e Eloisa Elena no elenco. A peça faz temporadas gratuitas ou com contribuição de 5 a 20 reais, que será revertida para uma instituição de prevenção e combate à violência contra mulheres, o Programa Bem Querer Mulher. “Entre” estreou em 2019 no Itaú Cultural e fez duas temporadas na Oswald de Andrade, o trabalho foi indicado a melhor texto pelos Prêmios APCA e Shell.
Produção da Barracão Cultural conta um dia na vida de dois irmãos (Alexandre Cioletti e Cláudio Queiróz) e a irmã (Eloisa Elena) que se encontram para organizar a festa de bodas dos seus pais. Este encontro, aparentemente banal, vai sendo afetado por acontecimentos no apartamento vizinho. Apesar de ser um encontro superficialmente afetuoso, a relação dos irmãos já evidencia aspectos do patriarcado nessa relação familiar. Um olhar mais profundo sobre como somos afetados pelo entorno, o quanto nos alienamos e onde está nosso medo, permeiam este encontro familiar.
ENTRE é um espetáculo que propõe uma reflexão sobre os processos que alimentam a nossa sociedade patriarcal. A dramaturgia de Eloisa Elena parte da diferença de papéis e representatividade de gênero na sociedade e como esta questão está presente, muitas vezes d e forma extremamente sutil e adaptada ao cotidiano, para abordar a nossa cumplicidade e passividade diante dos mais diversos desdobramentos e consequências do histórico patriarcal que estrutura nossa formação.
Para a trilha sonora, que ao longo do espetáculo vai permeando a trama, Dr Morris gravou uma encenação real com os atores Lavinia Pannunzio e Joca Andreazza. A dramaturgia de Eloisa Elena propõe essa coexistência de histórias; a que está acontecendo na frente do público, e a que se ouve ao longe. Essa situação expressa pelo texto tem grande potencial para gerar discussões acerca do quanto nos permitimos afetar pelos fatos à nossa volta, o quanto estamos dispostos a assumir posicionamentos efetivos e arcar com as consequências disso.
A encenação de Carlos Gradim e Yara de Novaes criou um paralelo na interpretação dos atores, que ora narram, ora vivem a história. Um caleidoscópio de existências, pensamentos e realidade colocado na frente do público.
“Entre trata da correlação entre afetação, alienação e medo. O quanto somos afetados pelo que ocorre ao nosso redor e as consequências desta afetação, são questões cada vez mais cotidianas para todos nós. Ao mesmo tempo que somos bombardeados por informações do que ocorre no mundo inteiro e estamos o tempo todo nos manifestando e nos posicionando nas redes sociais e nos nossos pequenos círculos, continuamos muitas vezes fechando os olhos e ignorando o que ocorre ao nosso lado. Violências acontecem dentro de casa, pessoas morrem na nossa esquina e por uma infinidade de razões, muitas vezes não nos damos conta disso e do que não fizemos para evitar.
A constituição de nossa sociedade patriarcal, o machismo estrutural no qual somos formados, nos fazem repetir grandes ou pequenos comportamentos de opressão, de diferenciação, de continuidade do que como disse Caetano Veloso é “o macho adulto branco, sempre no comando.” É neste lugar incômodo que nos colocamos neste espetáculo e estamos a cada dia nos perguntando: como saltar sobre isso?”, comenta Eloisa Elena.
SINOPSE
Dois irmãos e a irmã se encontram para organizar a festa de bodas dos seus pais. Este encontro, aparentemente banal, vai sendo afetado por acontecimentos no apartamento vizinho.
Sobre Yara de Novaes
Atriz, diretora e professora de teatro. Lecionou na PUC-Minas, UFPE e Uni-BH e atualmente, na FAAP-SP. Trabalha como atriz e diretora. Seus trabalhos mais recentes como atriz são: Justa – de Newton Moreno; Love, Love, Love de Mike Bartlett, Contrações – de Mike Bartlett e Uma Espécie de Alasca – de Harold Pinter. Recebeu vários prêmios por suas atuações e direções, entre eles, o APCA, por Contrações. Em Belo Horizonte, sua terra natal, fundou duas companhias, o Grupo Teatral Encena e a Odeon Companhia de Teatro, essa ultima ao lado do diretor Carlos Gradim. Na Odeon dirigiu e atuou em espetáculos de grande importância para a cena teatral mineira e brasileira. Entre eles, Ricardo 3°, de W. Shakespeare e o Coordenador, de Benjamim Galimiri. Em São Paulo, funda o Grupo 3 de Teatro, junto com Débora Falabella e Gabriel Fontes Paiva, onde dirigiu os espetáculos A Serpente, de Nelson Rodrigues e O Amor e seus Estranhos Rumores, adaptação de Silvia Gomez para a obra de Murilo Rubião. Dirigiu como convidada diversos espetáculos nos últimos anos, entre eles: Tio Vania – do Grupo Galpão, Caminho para Meca – com Cleyde Yaconis, A Mulher que Ri – de Paulo Santoro, Maria Miss – adaptação da obra de Guimarães Rosa, As Meninas – de Lygia Fagundes Telles, O Capote – de Nicolai Gógol, Noites Brancas – de Fiodor Dostoiévski, Tiros em Osasco – de Cássio Pires.
Sobre Carlos Gradim
Iniciou sua carreira artística como ator de teatro. Como publicitário, ator, diretor e realizador cultural, promoveu ações culturais assumindo importantes funções em grandes instituições de Minas Gerais. É presidente do Instituto Odeon, que gerencia o Museu de Arte do Rio – MAR e o Theatro Municipal de São Paulo. Em quase 20 anos de carreira, já assinou a direção e/ou coordenação de diversos espetáculos teatrais: Justa – de Newton Moreno; Noés – de Rafael Neumayr; Para tão longo amor – de Maria Adelaide Amaral, direção em parceria com Yara de Novaes; Horácio – de Edmundo de Novaes Gomes; Os Saltimbancos – de Sergio Bardotti e Luis Enríquez Bacalov; O Herói e a Armadura – Projeto Valores de Minas – Belo Horizonte/MG
Sobre Eloisa Elena
Formada pela UFMG, cursou a Escola de Arte Dramática da USP. É atriz e produtora da Barracão Cultural, onde, entre outros, realizou os espetáculos: On Love e Facas nas Galinhas, direção de Francisco Medeiros, Já Pra Cama! e A Condessa e o Bandoleiro, direção de Fernando Escrich, O Tribunal de Salomão e o Julgamento das Meias-Verdades Inteiras, direção de Cuca Bolaffi, A Mulher que Ri, direção de Yara de Novaes, Convite para Jantar, co-direção com Julia Ianina e Um Destino para Julieta e Romeu, direção de Cris Lozano. Atuou ainda em Você Vai Ser o que Você Quer Ser, texto e direção de Luiza Jorge; Sacromaquia, direção de Maria Thaís; A Senhora Aoi, direção de Antonio Araujo, Florbela, de Alcides Nogueira, direção de Cibele Forjaz. Produtora da Barracão Cultural, fez produção executiva para diversos espetáculos. Recebeu indicações como Melhor Atriz: A Condessa e o Bandoleiro – 1º Prêmio São Paulo de Incentivo ao Teatro Infantil e Jovem; O Tribunal de Salomão – Prêmio Femsa 2011; Aqueles 2, de José Geraldo Petean; Prêmio Pananco (Coca Cola) 98/Melhor Atriz. Em cinema fez os curtas Todos os dias são iguais, de Carlos Gradim, premiado no festival de Recife e Canal Bravo Brasil; Condomínio, de Jean Pierre Lasmar e A História Real, de Andréia Pasquini, premiado no festival de Brasília.
Sobre Claudio Queiróz
Ator, diretor de produção, designer gráfico. Graduado pela Universidade Estadual de Campinas e vem atuando em São Paulo, tendo participado da Cia Teatro Balagan e Teatro da Vertigem. Atualmente, integra o elenco da Barracão Cultural. Em suas atividades no teatro, além da atuação em diversos espetáculos, destacam-se: realização de projetos de captação; atuação como ator-pesquisador em projetos de pesquisa estética e de linguagem; direção de produção de espetáculos. Indicado ao Prêmio Coca Cola Femsa 2011, categoria Melhor Ator. Atuou em: Facas nas Galinhas; O Tribunal de Salomão e o Julgamento das Meias-Verdades Inteiras; Cacoete; Tauromaquia; Západ; Apocalipse 1,11; Café – Ópera Imperfeita; Sambas e Tragédia; Ofélia X Polônio; Quem Casa Quer Casa; Caviar e Champagne de Alcione Araújo, com direção de Cláudio Queiroz e Cristina Rodrigues.
Sobre Alexandre Cioletti
Em teatro atuou em: Love Love Love – Dir. Eric Lenate; A Falecida – Nelson Rodrigues/ Dir: Carlos Gradim; A Serpente – Nelson Rodrigues/ Dir. Yara de Novaes; Servidão – Somerset Maugham/ Dir. Carlos Gradim; Olá Pessoa – Edmundo de Novaes/ Dir. Carlos Gradim; # 140 – Felipe Rocha/ Dir. Nando Motta; Do Lado Direito do Hemisfério – Dir. Nando Motta. No cinema: Todos os Dias são iguais – Curta de Carlos Gradim; Depois Daquele Baile – Longa de Roberto Bontempo; Batismo de Sangue – Longa de Helvécio Ratton; Fronteira – Longa de Rafael Conde; Pretensão – Curta de Byron O´Neil; Família – Longa de Guilherme Reis; Um Sentido Bélico Para as Coisas Belas – Curta de Afonso Nunes; Preliminares – Curta de Ronaldo Janotti; Teobaldo Morto Romeu Exilado – longa de Rodrigo de Oliveira; Guigo Off Line – Longa de René Guerra; Atrás Dos Olhos das Meninas Sérias – Longa de Carlos Canela. Em TV: Tempos Modernos – TV Globo; Força tarefa – TV Globo; Sete Vidas – TV Globo. Séries: PSI – HBO; 13 Dias Longe do Sol – TV Globo; Toda Forma de Amor – Canal Brasil; Gigantes do Brasil – Mauá – Histore Channel; Coisa Mais Linda – Netflix. Prêmios: Bonsucesso/Amparc – ator revelação (Muito Barulho Por Nada) – 2001. Indicado ao APCA 2018, como Melhor ator por Love, Love, Love.
Sobre a Barracão Cultural
A Barracão Cultural é um núcleo de criação e produção que tem como proposta realizar projetos que priorizem a pesquisa de temas e de linguagem, que sejam acessíveis e atendam a diferentes públicos. Formado por alguns parceiros fixos e outros convidados a integrar cada trabalho, desenvolve há 20 anos um exercício permanente de criação e produção de espetáculos, que obtiveram excelente acolhida de crítica e público.
Principais realizações em teatro: “Nós” Adaptação de Sérgio Pires para o livro de Eva Furnari, direção: Cris Lozano. “On Love” (2017), de Mick Gordon, direção: Francisco Medeiros. “Já Pra Cama! ” (2015), de Eloisa Elena, direção Fernando Escrich. “A Condessa e o Bandoleiro” (2014), de Angelo Brandini, direção Fernando Escrich. “Facas nas Galinhas” (2012), de David Harrower e direção Francisco Medeiros. “O Tribunal de Salomão e o julgamento das meias-verdades inteiras” – (2011), de Paulo Rogério Lopes e direção Cuca Bolaffi. “Cacoete” – (2008), adaptação de Eloisa Elena para o livro de Eva Furnari e direção Heitor Goldflus. “A Mulher que Ri” – (2008), de Paulo Santoro e direção Yara de Novaes. “Convite para Jantar” – (2005), de Eloisa Elena e Júlia Ianina. “Um Destino para Julieta e Romeu”, “Caixa Mágica” e “As Roupas do Rei” – direção Cris Lozano
Principais realizações em música -Produção do 1º Festanza – festival de músicas de diferentes estilos e linguagens (2015). Produção dos CDs – “5” de Dr. Morris, lançado em 2008 e “Urbanda”, lançado em 2004. Produção de shows com Dominguinhos, Renato Borghetti, Elza Soares, Mônica Salmaso, Paulo Moura, Yamandu Costa, Ná Ozzetti, – Co-Produção do evento “Um Sopro de Brasil”.
Prêmios e Indicações
. Já Pra Cama! – Prêmio APCA 2015 – Melhor espetáculo infantil de texto original
Prêmio São Paulo de Incentivo ao Teatro 2016 – Trilha Musical Original
. A Condessa e o Bandoleiro – Prêmio São Paulo de Teatro 2014 – Melhor Espetáculo Jovem e indicado como Melhor Atriz
. Facas nas Galinhas – Indicado em 03 categorias ao Prêmio Shell de teatro de SP (direção, cenário e trilha sonora). Indicado ao Prêmio Cooperativa Paulista de Teatro – Melhor Direção.
. O Tribunal de Salomão e o Julgamento das meias-verdades inteiras.
Prêmio Femsa – Melhor Produção 2011. Indicado em 10 categorias – Prêmio Femsa/1º. Semestre de 2011
Indicado ao Prêmio Cooperativa Paulista de Teatro – Melhor espetáculo para público infanto juvenil.
. Um Destino para Julieta e Romeu – Indicado para 3 prêmios Coca Cola Femsa 2005. Vencedor do Prêmio Revelação para Marina Reis pela criação dos figurinos.
· Caixa Mágica Indicado para 8 categorias do Prêmio Coca Cola Femsa 2004, incluindo Melhor Produção. Vencedor das categorias melhor direção e melhor ator.
· As Roupas do Rei – Prêmio APCA 2002 – melhor espetáculo.
Ficha Técnica
Texto –Eloisa Elena. Direção – Yara de Novaes e Carlos Gradim. Elenco – Alexandre Cioletti, Cláudio Queiroz e Eloisa Elena. Criação e espacialização sonora – Dr Morris. Cenário – André Cortez. Figurino – Marichilene Artisevskis. Iluminação – Guilherme Bonfanti. Atores (personagens vizinhos) – Lavínia Pannunzio e Joca Andreazza. Direção de voz – Lucia Gayotto. Coordenação de movimento – Murilo Basso. Assistente de movimento – Renan Ferreira. Consultoria de áudio – Daniel Maia. Direção de audiovisual – Murilo Alvesso. Técnico de som – Maurício Mateus. Técnico de luz – Fábio Ferretti. Design gráfico – Cláudio Queiroz. Foto do material gráfico – Henrique Resende. Fotos de divulgação – Henrique Resende e Murilo Alvesso. Fotos de cena – Bob Souza. Costureira – Judite de Lima e equipe. Confecção e cenografia – Ciro Schu. Administração – Tetê Ribeiro. Produção executiva – Heloisa Andersen. Realização – Barracão Cultural
Serviço:
Temporada 1 – 02 (sábado) e 03 (domingo)| 8, 9 e 10 (sexta, sábado e domingo) | 15, 16 e 17 (sexta, sábado e domingo)de outubro. Sextas e sábados, 21h e domingos às 19h.
Onde: Cia da Revista (Alameda Nothmann, 1135 – Santa Cecília)
Lotação: – 50 lugares
Temporada 2 – 27, 28, 29 e 30 de outubro, Quarta, quinta e sexta às 20h e sábado às 18h.
Onde: Oficina Cultural Oswald de Andrade – Rua Três Rios, 363 – Bom Retiro
Temporada 3 – 06 e 07 de novembro. Sábado às 19h e domingo às 18h
Onde: Teatro Flávio Império – R. Prof. Alves Pedroso, 600 – Cangaiba, São Paulo
Informações válidas para todas as temporadas:
Gratuito ou
Contribuição 1 – R$ 5,00,
Contribuição 2 – R$ 10,00
Contribuição 3 – R$ 20,00
Todo valor arrecadado com a bilheteria deste espetáculo, será destinado ao Programa Bem Querer Mulher, projeto criado em 2004 com o apoio da ONU Mulheres, para prevenir e combater a violência contra a mulher.
Para mais informações: www.bemqurermulher.org.br
Classificação indicativa – 14 anos. Duração: 55 minutos.
Link para ingressos: https://www.sympla.com.br