COLETIVO LABIRINTO

Coletivo Labirinto faz nova temporada gratuita de Argumento Contra a Existência de Vida Inteligente no Cone Sul no Teatro de Contêiner

Com direção de Marina Vieira, a peça do uruguaio Santiago Sanguinetti discute o recente avanço do conservadorismo e fascismo na América Latina. Elenco traz Abel Xavier, Carol Vidotti, Emilene Gutierrez e Wallyson Mota

Uma imagem contendo pessoa, homem, interior, em pé

Descrição gerada com muito alta confiança

Fotos de divulgação

Depois de estrear no CCSP, Argumento Contra a Existência de Vida Inteligente no Cone Sul, do dramaturgo uruguaio Santiago Sanguinetti, ganha uma nova temporada gratuita no Teatro de Contêiner, entre 23 de maio e 2 de junho. A peça, que marcou a primeira direção de Marina Vieira, propõe uma reflexão sobre o tenso cenário político na América Latina e traz no elenco Abel Xavier, Carol Vidotti, Emilene Gutierrez e Wallyson Mota.

O espetáculo apresenta de maneira tragicômica uma geração criada após a queda do Muro de Berlim e do fim da União Soviética, que é bombardeada cotidianamente pela publicidade e pelo imaginário capitalista, não conseguindo mais pensar em outras formas de relação ou existência que não sejam pela eliminação absoluta do outro e pela destruição.

Essas pessoas são violentadas constantemente pelo imaginário neoliberal e globalizado da cultura de massa norte-americana, que digere tudo à moda fast-food, mas que intui que algo em tudo isso não está bem, não faz sentido. Apesar disso, não consegue encontrar vias para se articular, fazer política ou sequer entender as referências de pensamento que encontra brevemente nas estantes de algumas bibliotecas.

Na trama, quatro amigos tentam organizar um atentado contra a Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP (FFLCH-USP). Os desencontros e a falta de sentido dessa e de tantas outras ações revelam a idiotização de nossos tempos e a necessidade de buscarmos e discutirmos algum imaginário possível sobre os ideais de revolução que permearam a América Latina nos anos de 1960 e 1970. O texto uruguaio foi adaptado pelo grupo para o contexto brasileiro em conjunto com o dramaturgo Santiago Sanguinetti.

Trata-se de uma dramaturgia que justapõe dois sistemas de significados: um pensamento crítico contra-hegemônico de esquerda (defendido pelo autor) e o do sequenciamento de elementos de publicidade e cultura pop estadunidense, irradiados pelos meios de comunicação e entretenimento.

O embate entre elementos tão distintos gera comicidade instantânea, seguida imediatamente de provocação, desconforto e reflexão sobre sua convivência, fazendo do teatro espaço de discussão viva e coletiva. A encenação surgiu justamente da necessidade do núcleo artístico de entender nossas ações em esferas públicas e políticas e de projetar que coletividade queremos construir.

Recentemente, o dramaturgo uruguaio tem gerado grande discussão no teatro montevideano e seus textos também ganharam encenações em Buenos Aires, Paris, Berlim, Chile e São Paulo – Argumento Contra a Existência de Vida Inteligente no Cone Sul estreará simultaneamente nos dois últimos países. As outras partes da Trilogia da Revolução se passam no Haiti e nos Estados Unidos.

SOBRE O COLETIVO LABIRINTO

Desde 2013, o Coletivo Labirinto investiga as relações do indivíduo com o seu panorama social por meio da dramaturgia latino-americana contemporânea. Seu primeiro espetáculo foi “SEM_TÍTULO”, com dramaturgia do portenho Ariel Farace, que estreou no Sesc Consolação em 2014. A peça discutia a constatação de uma sociedade apática, solitária, enclausurada em seus pequenos apartamentos e soterrada pelas demandas do modo de vida dos grandes centros urbanos.

SOBRE MARINA VIEIRA

Esta é a estreia da atriz Marina Vieira na direção. Ela é formada pelo Célia Helena Teatro-Escola e licenciada em Educação Artística com habilitação em Artes Cênicas pelo Instituto de Artes da UNESP. Ministrou aulas de teatro e adaptou e dirigiu “Sagarana, contos de Guimarães Rosa”; “Venha ver o pôr do Sol”, a partir de contos de Lygia Fagundes Telles; “Para não mais dormir”, a partir de contos de Júlio Cortázar; entre outros.

Como assistente de direção, participou de “Leocádia, a sombra de quatro patas”, textos de Ivana Arruda Leite, com direção de Marcelo Lazzaratto; “Sobre Janelas e Filmes”, textos de vários autores, direção de Gabriel Miziara; “Apenas o fim do mundo”, de Jean Luc Lagarce, direção de Marcelo Lazzaratto. Como atriz, esteve nos espetáculos: “Quinze atores à procura de um papel”, com direção de Cleyde Yáconis; “As Troianas”, direção de Nydia Lícia, entre outros.

Integrou a Cia. Elevador de Teatro Panorâmico por 17 anos, desde sua fundação, participando dos espetáculos: “A Ilha Desconhecida”, adaptação do conto de José Saramago; “Peça de Elevador”, de Cássio Pires; “A hora em que não sabíamos nada uns dos outros”, de Peter Handke; “Amor de Improviso”, de autores diversos; “Eu estava em minha casa e esperava que a chuva chegasse”, de Jean Luc Lagarce; “Do jeito que você gosta”, de William Shakespeare; “O jardim das cerejeiras”, de A. Tchekhov; “Sala dos Professores”, de Leonardo Cortez, entre outros, sempre sob a direção de Marcelo Lazzaratto.

SINOPSE

Quatro amigos tentam elaborar um atentado contra a emblemática Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP (FFLCH-USP). Os desencontros e a falta de sentido dessa e de tantas outras ações que daí decorrem deflagram a idiotização de nossos tempos e a necessidade de buscarmos e discutirmos algum imaginário possível sobre os ideais de revolução que permearam a América Latina nos anos 60 e 70. A peça foi adaptada pela companhia para o contexto brasileiro em conjunto com o dramaturgo uruguaio Santiago Sanguinetti.

FICHA TÉCNICA

Autor: Santiago Sanguinetti
Tradução e Adaptação: Coletivo Labirinto e Marina Vieira
Direção: Marina Vieira
Elenco: Abel Xavier, Carol Vidotti, Emilene Gutierrez e Wallyson Mota
Cenografia e Figurino: Marina Vieira e Wallyson Mota
Vídeos e projeções: Laíza Dantas
Sonorização: Gustavo Velutini
Iluminação: Paula Hemsi
Assessoria de imprensa: Pombo Correio
Designer gráfico: Oré Design Studio
Assistente de Produção: Veronica Jesus
Produção: Anayan Moretto e Carol Vidotti
Realização: Coletivo Labirinto
Espetáculo Contemplado pelo Prêmio Cleyde Yaconis

SERVIÇO
Argumento Contra a Existência de Vida Inteligente no Cone Sul, de Santiago Sanguinetti
Teatro de Contêiner – Rua dos Gusmões, 43, Santa Ifigênia
Temporada: de 23 de maio a 2 de junho (nas apresentações dos dias 24/5 e 1/6 haverá intérprete de Libras)
De quinta a sábado, às 21h; e aos domingos, às 20h
Ingressos: Grátis, distribuídos na bilheteria 1 horas antes da sessão
Classificação: 14 anos
Duração: 85 minutos
Capacidade: 70 lugares