CARMEN

CARMEN, de Luiz Farina, estreia no Rio de Janeiro, no Teatro Poeira, no dia 13 de setembro 2018

Com direção de Nelson Baskerville, espetáculo é inspirado na novela clássica de Prosper Mérimée. Elenco é formado por Natalia Gonsales, Flávio Tolezani e Vitor Vieira

Uma imagem contendo pessoa, interior, homem, em pé

Descrição gerada com alta confiança

Fotos de Ronaldo Gutierrez

Sucesso absoluto de público e crítica em São Paulo, Carmen, com direção de Nelson Baskerville, desembarca no Rio de Janeiro para uma temporada no Teatro Poeira, entre os dias 13 de setembro e 28 de outubro, com sessões às quintas, sextas e sábados às 21h00; e aos domingos, às 19h. Na capital paulista, o espetáculo teve temporadas nos teatros Aliança Francesa, Auditório MASP e Tucarena. A peça tem texto de Luiz Farina e elenco formado por Natalia Gonsales, Flávio Tolezani e Vitor Vieira.

Palavras do diretor

“Uma história contada e recontada nas mais variadas formas e gêneros. Carmen surgiu como romance em 1845 e já foi filme, ópera e novela nas mãos de grandes mestres. Um clássico. A pergunta recorrente que todos se fazem ao remontar a peça é: por que fazê-la? Para mim, porque pessoas continuam morrendo por isso e precisamos recontar a história até que não sobre nenhuma gota de dor.

Na atual encenação elementos clássicos como a dança flamenca, os costumes ciganos, a tauromaquia, entre outros, são ressignificados ao som de guitarras distorcidas, microfones e coreografias para que não reste dúvida de que estamos repetindo histórias tristes de amor, de paixões destruidoras.

O ponto de vista que nos interessa é o de Carmen, a mulher assassinada, dentro de uma sociedade que pouco mudou de comportamento ao longo dos séculos, que aceitou brandamente crimes famosos cometidos contra mulheres como os de Doca Street, Lindomar Castilho e mais recentemente de Bruno, o goleiro. Crimes muitas vezes justificados pela população pelo comportamento lascivo das vítimas, como se isso não fosse aceito em situações invertidas relativas ao comportamento masculino. O homem pode. A mulher não. Nessa encenação Carmen morre não porque seu comportamento justifique qualquer tipo de punição, mas porque José é um homem, como tanto outros, doente como a sociedade que o criou”

Nelson Baskerville

SINOPSE

Carmen e José vivem uma trágica paixão. Na trama, ele narra o seu amor por ela e o motivo que o levou a prisão. E ela, através do seu olhar, narra o seu ponto de vista em relação à história. Baseado na novela de Prosper Mérimée publicada em 1845, na qual Georges Bizet se inspirou para criação da ópera Carmen, a história é contada por três atores: Natalia Gonsales, Flávio Tolezani e Vitor Vieira.

Direção Nelson Baskerville e dramaturgia de Luíz Farina, baseada na novela original CARMEN escrita por Prosper Mérimée.

REALIZAÇÃO

Como idealizadores, Natalia Gonsales e Flávio Tolezani, responsáveis pela produtora cultural BEM CASADO PRODUÇÕES ARTÍSTICAS LTDA, optaram pela montagem de um clássico que relata a história de uma das personagens mais conhecidas: “Já ouviu falar de Carmencita?”.  De fato, a cigana não demorou a passar das páginas aos palcos e destes, às telas. No cinema, diversos diretores assinaram adaptações próprias da história, entre eles se destaca Chaplin, Peter Brook, Lubitsch, Saura e Godard. Mas o sucesso da narrativa teve o seu preço.

A figura esquiva e inconstante criada por Mérimée foi perdendo espaço para uma “femme fatale”.  Portanto, esse projeto tem como objetivo a montagem do espetáculo, o resgate dos principais personagens criados por Mérimée para que o público volte a se intrigar e querer decifrá-los. E assim, basear-se na literatura de Prosper Mérimée também permitirá que a construção cênica explore a cultura cigana numa linguagem contemporânea. Com intuito de unir num único espetáculo o teatro, a dança e a música, os movimentos e as coreografias serão dirigidos pela bailarina do Balé da Cidade Fernanda Bueno. Nelson Baskerville assina a direção geral do espetáculo.

Em Carmen o público conhecerá o mundo fascinante e perigoso da boêmia que se opõe às normas burguesas, já que a sua figura foi deformada da original, principalmente na ópera e no ballet, tornando-a assim familiar, o que não deixa de ser uma situação insólita para quem, como ela, sempre se recusou terminantemente a constituir um laço familiar. Uma mulher que não teme a morte, fascinada pelo risco e capaz de prever o seu trágico destino.

Admiração, pulsão, curiosidade, interesse pela cultura cigana e pela personagem CARMEN foram fundamentais para essa iniciativa artística. O desejo impulsionou a ideia e a vontade de levar essa personagem, carregada de uma forte personalidade e de uma trágica história, ao teatro.

Uma dramaturgia clássica merece ser conhecida, visitada, discutida e revistada. Pois, quando são vivenciadas de fato, mais se revelam novas, inesperadas e inéditas. Toda releitura de um clássico é uma leitura de descoberta como a primeira. Um clássico é uma história que nunca terminou de dizer aquilo que tinha para dizer e que, por isso, atravessa o tempo e atualiza questões verdadeiramente fundamentais à existência, ao expandir, de maneira contínua, a percepção da realidade daqueles que, com ele, entram em contato.

Porém, a dinâmica da dramaturgia criada pelo dramaturgo Luiz Farina, a partir da obra do Mérimée, não admite apenas uma interpretação. Carmen, também como narradora, poderá relatar os acontecimentos que levaram à sua tragédia. E assim, a montagem tem como intuito não apenas encenar essa história, mas oferecer ao público elementos conflitantes e contraditórios de uma mesma realidade contados por duas pessoas com pontos de vista divergentes e que são surpreendidas pelo desejo e pela paixão.

Ficha Técnica
Atuação: Natalia Gonsales, Flávio Tolezani e Vitor Vieira
Direção: Nelson Baskerville
Assistente de direção: Janaína Suaudeau
Criação Dramatúrgica: Luíz Farina
Direção de Movimento e Coreografia: Fernanda Bueno
Flamenco: Andi El Canijo
Música Original: Marcelo Pellegrini
Cenário e Iluminação: Marisa Bentivegna
Figurino: Leopoldo Pacheco e Carol Badra
Designer Gráfico: Murilo Thaveira
Fotografia: Ronaldo Gutierrez
Técnico de Luz: Walace Furtado
Técnica de Som: Caio Nogueira e Joana Guimarães
Técnico de Palco: Daniel Benevides
Produção Executiva: Joana D´Aguiar
Realização: Bem Casado Produções Artísticas
Idealização: Natalia Gonsales e Flávio Tolezani

Serviço
Carmen, de Luíz Farina direção Nelson Baskerville
Teatro POEIRA – Rua São João Batista, 104, Botafogo – Rio de Janeiro – RJ
Temporada: 13 de SETEMBRO a 28 de OUTUBRO
Às quintas-feiras, sextas-feiras e sábados às 21h; e aos domingos, às 19h
Ingresso: R$ 60 (inteira) e R$ 30 (meia-entrada).
Telefone: (21) 2537-8053
Horário de funcionamento da bilheteria: terça a sábado 15h às 21h; domingo 15h às 19h
Classificação: 14 anos
Duração: 70 minutos
Capacidade: 150 lugares

teatropoeira@teatropoeira.com.br
www.teatropoeira.com.br