DANÇA COMO INSTRUMENTO REFLEXIVO
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CARNE AGONIZANTE REALIZA O PROJETO ‘DANÇA COMO INSTRUMENTO REFLEXIVO’ NA CAIXA CULTURAL SÃO PAULO EM SETEMBRO
Com entrada gratuita em todas as atividades, a programação é composta pelos espetáculos “O Canto Preso”, “Estado Independente” e “Colônia Penal” e pelas oficinas “Corpo como instrumento reflexivo e político” e “Elaboração e Gestão de Projetos Culturais”
São Paulo, agosto de 2018 – A CAIXA Cultural São Paulo apresenta, entre os dias 13 e 16 de setembro, o projeto “Dança como Instrumento Reflexivo e Político”, da Cia. Carne Agonizante, composto por três espetáculos com direção de Sandro Borelli e duas oficinas. A ideia é apresentar ao público parte do repertório do grupo e debater sua concepção sobre a dança contemporânea. O patrocínio do evento é da Caixa, com entrada e inscrições gratuitas e classificação etária de 16 anos.
O espetáculo “O Canto Preso” inaugura a programação com uma apresentação única no dia 13, às 19h15. Trata-se de uma adaptação coreográfica para a peça de teatro “Bent”, de Martin Sherman, sobre um homem preso em um campo de concentração na Segunda Guerra Mundial por ser homossexual. Para amenizar seus horrores, ele se fez passar por judeu, pois sabia que os homens que detinham o triângulo rosa em suas vestes estavam sendo massacrados pelos guardas da SS e humilhados pelos próprios companheiros de sela.
Nesse lugar de sofrimento e extermínio em massa, o protagonista se apaixona por outro homem de quem se torna amigo e amante. Com intensa fisicalidade, o espetáculo cria uma atmosfera densa, alternando momentos de fragilidade e agressividade. Os dois personagens masculinos foram inseridos em um contexto atual, com o objetivo de ampliar a discussão sobre territórios e fronteiras, liberdade e opressão. Em cena, duas figuras femininas, que não existem na trama original, são uma metáfora para os personagens masculinos.
Em “Estado Independente”, com sessão no dia 14, às 19h15, a companhia se apoia na poética e na política revolucionária de Ernesto Che Guevara entre os anos de 1950 e 1960, sobretudo na sua figura lendária de guerrilheiro cidadão do mundo, como ele próprio se definia, e na sua permanência no imaginário coletivo como um personagem de espírito incorruptível, indomável e disposto a lutar contra a injustiça social.
Ele colocou sua posição ideológica à frente da própria existência e desafiou o status quo na América Latina e África em nome de uma revolução contra a miséria material e espiritual. Na montagem, com o palco invadido por uma escuridão sobrecarregada, Borelli utiliza a metáfora da metamorfose e sobrepõe a ela elementos de uma guerrilha poética. A coreografia repercute as questões existenciais que permitam ao indivíduo buscar uma saída e sonhar com um mundo socialmente justo, honesto e ético.
Já “Colônia Penal”, inspirado na obra homônima de Franz Kafka (1883 -1924) e na ditadura militar brasileira (1964-1985), tem duas apresentações nos dias 15 e 16, às 19h15. A dança explora a visão ampla e original do escritor tcheco para o indivíduo e sua relação ao meio em que está inserido e leva à cena temas como opressão, o aprisionamento e a desesperança.
Na obra original, Kafka faz uma análise crítica sobre o instituto da pena, analisando os seus limites e a sinistra imposição de sanções baseadas em castigos corporais pelo Estado, e ilustra com clareza e precisão as barbáries que constituíam as técnicas medievais na aplicação dessas coações punitivas. É uma crítica aberta aos regimes despóticos, nos quais o processo judicial e o direito de liberdade são subjugados.
Em cena, a Carne Agonizante propõe que o insólito e o absurdo possam ser percebidos por meio de várias situações: uma detalhada descrição de métodos de tortura dos regimes antidemocráticos, abrigando e acobertando assassinos; a cruel e irônica omissão de um observador estrangeiro; e a estranha relação entre o poder oficial e o condenado.
O grupo amplia a pesquisa em direção às torturas cometidas pela ditadura no Brasil nas décadas de 1960, 1970 e 1980. Por meio de uma estrutura de gestos, ações e movimentos, é construída uma dramaturgia corporal, com diálogo constante entre dança e teatro, o que gera um jogo de tensão no espectador. “Colônia Penal” caracteriza-se como um atentado contra a dignidade humana, em que o anti-herói kafkiano é lançado, torturado e executado nos porões do regime militar brasileiro.
Oficinas
O projeto “Dança como Instrumento Reflexivo e Político” ainda conta com duas oficinas gratuitas, que acontecem no dia 15 de setembro, com 20 vagas cada. As inscrições são feitas pela internet, por meio do link – bit.ly/inscricaocaixa. O bailarino, coreógrafo e diretor Sandro Borelli ministra o minicurso “Corpo como instrumento reflexivo e político”, das 10h às 13h. A atividade tem a proposta de experimentar e desenvolver com os participantes um trabalho de pesquisa corporal, buscando descobrir peculiaridades que serão analisadas a partir do duplo registro da impressão e da expressão do corpo em movimento. Outro objetivo é compreender o fenômeno artístico da dança e a relação que se estabelece entre o corpo e suas (des)organizações articulares e musculares.
Já a oficina “Elaboração e Gestão de Projetos Culturais”, ministrada pelo produtor Júnior Cecon das 13h30 às 17h30, oferece aos participantes informações e discussões acerca da importância de uma gestão estratégica de projetos culturais, fornecendo noções sobre elaboração e formatação de projetos de natureza cultural para as Leis de Incentivo à Cultura.
Sobre a Carne Agonizante
A companhia de dança Carne Agonizante desenvolve pesquisas e criações desde 1997. O percurso do grupo é pautado por uma dança que se alimenta de questões que afligem o indivíduo no seu eterno embate entre o bem e o mal e na vontade de poder. Seus trabalhos criativos têm a intenção de gerar potências que provoquem a reflexão no espectador.
O repertório da companhia é composto por 25 peças coreográficas: “Balada da virgem – em nome de Deus” (2018); “Não tive tempo para ter medo” (2018); “Não te abandono mais, morro contigo” (2015); “Colônia Penal” (2013); “Eu em Ti” (2011); “Produto Perecível Laico” (2011); “Estado independente” (2009); “Artista da Fome” (2008); “Carne Santa” (2007); “Kafka in off” (2007) e “Carta ao pai” (2006), “Adeus deus” (2005), “Ponto final da última cena” (2004), as duas últimas, montadas originalmente montadas para o Balé da Cidade de São Paulo e incorporadas ao repertório da companhia; “Gárgulas” (2004); “O processo” (2003); “Kazulo” (2002); “A metamorfose” (2002); “Versos íntimos” (2002), composta para a Distrito Companhia de Dança e incorporada ao repertório); “O abutre” (2003); “Jardim de tântalo” (2002/2008); “33 – O eu e o outro” (2001); “Senhor dos anjos” (2001/2009); “O canto preso” (1999/2008); “Solidão proclamada” (1998); e “Ifá – se querem gritar para o mundo”(1997).
Para a Carne Agonizante, produzir arte através do corpo deve ser entendido como uma poderosa manifestação política, cultural e social, com a convicção inabalável de que nada adianta buscar fazer uma revolução nos padrões estéticos, dramatúrgicos e coreográficos sem que com isso não sejam produzidos sentidos capazes de tirar o espectador da apatia e, além disso, questionar o status quo e o establishment.
Ficha Técnica
Dança como Instrumento Reflexivo e Político
Realização: CAIXA Cultural São Paulo
Patrocínio: Caixa
Produção: Cia. Carne Agonizante
Assessoria de imprensa: Pombo Correio
Espetáculo “Colônia Penal”
Intérpretes: Adriele Gehring, Alex Merino, Daniela Moraes, Francisco Rosa, Rafael Carrion, Sandro Borelli e Vanessa Macedo
Concepção, direção e coreografia: Sandro Borelli
Assistente de Coreografia: Rafael Carrion
Trilha sonora e arte gráfica: Gustavo Domingues
Fotografia: Alex Merino e Rafael Carrion
Luz: Sandro Borelli
Figurino: Elenco
Equipe de produção: Júnior Cecon e Cris Klein
Duração: 70 minutos
Gênero: Dança Contemporânea
Classificação indicativa: 16 anos
Espetáculo “Estado Independente”
Intérpretes: Adriele Gehring, Alex Merino, Daniela Moraes, Francisco Rosa, Rafael Carrion e Vanessa Macedo
Concepção, direção e coreografia: Sandro Borelli
Assistente de Coreografia: Rafael Carrion
Trilha sonora e arte gráfica: Gustavo Domingues
Fotografia: Alex Merino e Roberto Alencar
Luz: Sandro Borelli
Figurino: Elenco
Equipe de produção: Júnior Cecon e Cris Klein
Duração: 55 minutos
Gênero: Dança Contemporânea
Classificação indicativa: 16 anos
Espetáculo “O Canto Preso”
Intérpretes: Beto Alencar, Daniela Moraes, Rafael Carrion e Vanessa Macedo.
Concepção, Coreografia e Direção: Sandro Borelli
Assistente de Coreografia: Rafael Carrion
Trilha Sonora: Sérgio Zurawsky
Luz: Sandro Borelli
Figurino: Grupo
Arte Gráfica: Gustavo Domingues
Fotografia: Alex Merino
Direção de Produção: Júnior Cecon e Cris Klein
Duração: 60 minutos}
Gênero: Dança Contemporânea
Classificação indicativa: 16 anos
SERVIÇO
Dança como Instrumento Reflexivo e Político, com Cia. Carne Agonizante
Local: CAIXA Cultural São Paulo – Praça da Sé, 111 – Centro – São Paulo – SP – próxima à estação Sé do Metrô
Espetáculos: 13 a 16 de setembro, às 19h15
Capacidade: 120 lugares
Ingressos: distribuição de senhas a partir das 9h do dia de cada apresentação
Oficinas: 15 de setembro, das 10h às 17h30
Capacidade: 20 vagas por oficina
Inscrições: bit.ly/inscricaocaixa
Classificação indicativa: 16 anos
Entrada franca
Acesso para pessoas com deficiência
Patrocínio: Caixa
Informações à Imprensa
Assessoria de Imprensa do projeto
Pombo Correio Assessoria de Imprensa
Douglas Picchetti (11) 998146911
Helô Cintra (11) 994028732