SENHOR DAS MOSCAS

‘Senhor das Moscas’ reestreia dia 17 de agosto no Teatro do SESI

Peça foi líder de indicações na categoria espetáculos para jovens do Prêmio São Paulo. Está pré-indicada a melhor espetáculo jovem, produção, direção, iluminação, ator (dois concorrentes – Bruno Fagundes e Ghilherme Lobo) e ator coadjuvante (Thalles Cabral).

Fotos de Giovana Cirne

Com direção de Zé Henrique de Paula, direção musical de Fernanda Maia e elenco de 13 atores, o texto de William Golding adaptado para o palco por Nigel Williams ganha tradução de Herbert Bianchi e Zé Henrique de Paula.

Senhor das Moscas reestreia no Teatro do SESI para temporada gratuita de 19 de agosto a 3 de dezembro. O elenco é composto por Arthur Berges, Bruno Fagundes, Davi Tápias, Felipe Hintze, Felipe Ramos, Gabriel Neumann, Ghilherme Lobo, Lucas Romano, Paulo Ocanha Jr., Pier Marchi, Rodrigo Caetano, Rodrigo Vellozo e Thalles Cabral.

Sinopse
Crianças inglesas de um colégio interno ficam presas em uma ilha deserta, sem a supervisão de adultos, após a queda do avião que as transportava para longe da guerra. Os meninos se vêm sob duas lideranças naturais: Jack está sempre preocupado em caçar, matar os porcos selvagens que existem na ilha, organizando sua equipe de caçadores; enquanto Ralph ocupa-se em deixar uma fogueira sempre acesa, para que possam ser, um dia, salvos. Ralph deseja voltar para o mundo moderno, para a civilização, enquanto Jack cada vez mais rompe seus laços com ela.

A situação se torna mais complexa quando aparece um “bicho” para aterrorizá-los. Então as crianças escolhem um símbolo sobrenatural: uma cabeça de porco espetada numa estaca, que eles batizaram como Senhor das Moscas e para quem pedem proteção contra os perigos da ilha.

Sobre a encenação – por Zé Henrique de Paula

“Senhor das Moscas” é um clássico da literatura inglesa – escrito em 1954, em plena Guerra Fria, o romance se tornou um dos mais importantes do século XX e deu a William Golding um Prêmio Nobel de Literatura. Mas o que existe nele que ainda possa nos interessar e, mais ainda, provocar interesse no jovem de hoje em dia?

Felizmente, a obra sobreviveu ao tempo e está mais atual do que nunca. Em tempos de grande agitação política, de ídolos instantâneos e de fluidez de identidade (especialmente entre os adolescentes), as aventuras de Jack, Ralph, Simon e Porquinho e seus dilemas éticos, morais e afetivos parecem ter sido escritos para o Brasil do século XXI. Como numa saga shakespereana em que há drama, comédia, luta, morte, natureza, aventura e religião – tudo junto numa só história – queremos dar combustível à peça através de uma de suas principais características: a velocidade e a ferocidade dos acontecimentos.

Há muito esse binômio ritmo acelerado/violência tem frequentado o cinema, as graphic novels, o videoclipe. No teatro, o fenômeno é sazonal: visitou os palcos na era elisabetana, reapareceu pontualmente em alguns momentos do século XX. Pois é esse binômio que queremos explorar, acreditando ser a matéria prima que trará à tona os grandes eixos temáticos da obra de Golding – a essência verdadeiramente bestial do ser humano; a luta pela civilização; a formação dos partidos (em sentido mais amplo, não o meramente político); o sentido de amizade, lealdade e a criação dos vínculos afetivos; a natureza do misticismo, a necessidade dos deuses e da epifania espiritual na vida dos homens.

O Núcleo Experimental tem como base de seu trabalho o ator. Aliado à síntese de elementos cênicos e à busca de bons textos, o trabalho dos atores é o foco de nossa pesquisa cênica. Pesquisamos a expressividade da ação física, o sentido de coesão e união cênica e, paralelamente, experimentamos os possíveis usos para a música e o canto no acontecimento teatral. Todos esses elementos permeiam a encenação de “Senhor das Moscas”, já que buscamos uma encenação limpa, de poucos elementos, com iluminação e música com alta significação cenográfica e direcionada aos quatorze intérpretes das crianças criadas por William Golding. Ele que é o nosso protagonista, uma vez que acreditamos que não há bom teatro se não iluminarmos, antes de mais nada, as ideias do autor.

Elenco
Arthur Berges
Bruno Fagundes
Davi Tápias
Felipe Hintze
Felipe Ramos
Gabriel Neumann
Ghilherme Lobo
Lucas Romano
Paulo Ocanha Jr.
Pier Marchi
Rodrigo Caetano
Rodrigo Vellozo
Thalles Cabral
Stand-in: Gabriel Malo, João Paulo Oliveira e Luiz Rodrigues

Ficha Técnica:

Texto WILLIAM GOLDING
Adaptado para o palco NIGEL WILLIAMS
Tradução HERBERT BIANCHI E ZÉ HENRIQUE DE PAULA
Direção ZÉ HENRIQUE DE PAULA
Direção Musical e Preparação Vocal FERNANDA MAIA
Cenografia BRUNO ANSELMO
Figurinos ZÉ HENRIQUE DE PAULA
Iluminação FRAN BARROS
Desenho de som JOÃO BARACHO
Preparação de atores INÊS ARANHA
Coreografia GABRIEL MALO
Arte Gráfica/ Ilustração LAERTE KÉSSIMOS
Fotos GIOVANA CIRNE
Direção de palco LUCAS FARIAS
Assistente de direção RODRIGO CAETANO
Assistente de figurinosDANILO ROSA E LEANDRO OLIVEIRA
Assistente de Iluminação TULIO PEZZONI
Assistente de cenografia CAROLINA CAMINATA
Coordenação de produção CLAUDIA MIRANDA
Produção LAURA SCIULLI, LOUISE BONASSI E MARIANA MELLO
Assessoria Jurídica GRACE CARREIRA
Assessoria de Imprensa POMBO CORREIO

Serviço
17 de agosto a 3 de dezembro 2017
Teatro do SESI Avenida Paulista, 1313
Quinta a sexta (agendamento escolar), 15h | sábado às 15h
Domingos às 14h30.
90 minutos
14 anos
Grátis