TÉRMINO DO AMOR

Término do Amor do dramaturgo francês Pascal Rambert estreia dia 12 de julho no Viga Espaço Cênico com direção de Janaína Suaudeau

A peça ganhou o grande Prêmio CNT (Centro Nacional de Teatro) de literatura dramática francesa em 2012, um ano depois de ter estreado com muito sucesso no festival de Avignon.Término do Amorjá foi traduzida para 20 línguas em 5 anos e esta é sua primeira montagem no Brasil

Fotos de João CaldasFº

Término do Amor é uma peça sobre o fim de um relacionamento, tema bastante abordado e profundamente retratado em diversas obras. Neste espetáculo, o diferencial é a forma como o tema é apresentado. O autor Pascal Rambert propõe um embate entre duas pessoas, um combate verborrágico entre o casal que está se separando. Ou seja, Término do Amor instaura um clima de batalha entre os personagens.O texto foi escrito para os atores franceses Audrey BonneteStanislasNordeye Pascal optou por colocar os nomes dos atores da primeira montagem nos personagens.

Nesta versão,traduzida (com colaboração de Clara Carvalho) e dirigidapor Janaína Suaudeau, os atores são Carolina Fabri e Gabriel Miziarae, portanto, aqui os personagens se chamam Carol e Gabi, com o aval do autor. Primeira direção de atriz franco-brasileira Janaína Suaudeau conta com intermediação musical dramatúrgica (Drumaturgy) de Vinicius Calderoni.

“O que mais me tocou quando eu li Clôture de l’amour pela primeira vez foi a poesia do Pascal Rambert. Neste texto, ele descreve o final de um relacionamento sob dois pontos de vista, sob uma verdadeira dialética. E ele o faz de forma inusitada, em versos livres e muito ritmados, como uma partitura de música”, comenta a diretora e idealizadora do projeto Janaína Suaudeau, que teve a ideia de incluir uma bateria na encenação.

Sinopse
Término do amor, como o título indica é o fim de uma relação amorosa. No caso, de Gabi & Carol / Carol & Gabi. Um embate verborrágico e físico; ele começa, eu queria te ver pra te dizer que acabou, ela escuta. Segundo round começa, ela responde, você acabou?, agora é a vez dele escutar. Pascal Rambert propõe um canto à separação, onde as palavras batem, repercutem e muitas vezes morrem.

A encenação
O cenário assinado por Ulisses Cohn traz três praticáveis, como se fossem três passarelas e cada uma delas é habitada por um ator. Desta forma, Carol fica de frente para a plataforma do Gabi e ao fundo, no terceiro praticável está uma bateria tocada pelo músico Pedro Gongom– que acompanha e impulsiona os personagens o tempo todo, como num repente. “O maior desafio para a encenação foi trabalhar o ritmo da fala e da escuta durante esses dois rounds tão distintos” completa a encenadora.

O encontro
Janaína Suaudeau conhecia a atriz Carolina Fabri e o ator Gabriel Miziara há 15 anos, desde que são contemporâneos no Teatro Escola Célia Helena. Janaína viveu alguns anos na França e toda vez que visitava o Brasilassistia às peças da Cia Elevador de Teatro Panorâmico, da qual eles fizeram parte. Pensou, então, em chamá-los para este projeto, pois precisava de atores que tem uma grande cumplicidade em cena, disponibilidade física e um grande domínio de textos  verborrágicos, como podem ser textos de Koltès, Lagarce…

Pedro Gongom, baterista, foi apresentado por Vinícius Calderoni.“O Gongom, além de ser um excelente músico, trabalhou anos com o Oficina, ou seja, ele é muito sensível ao beat dos atores. Um lindo trio nasceu”,analisa a diretora.

Sobre Pascal Rambert
Pascal Rambert é um escritor francês, coreógrafo e diretor de teatro e cinema. Ele nasceu em 1962. Desde 2007 ele exerce o cargo de diretor do TG2, Théâtre de Gennevilliers, o qual ele transformou em um centro dramático nacional para criação contemporânea (teatro, dança, ópera, arte contemporânea, cinema e filosofia). As peças e coreografias de Rambert foram encenadas na Europa, América do Norte, Ásia, Rússia, América do Sul e Oriente Médio. Sua obra é publicada na França pela SolitairesIntempestifs e foi traduzida, publicada e encenada em muitas línguas. Seus espetáculos de dança, incluindo o mais recente, Memento Mori, foram apresentados em importantes festivais internacionais de dança contemporânea. Pascal Rambert dirigiu diversas óperas na França e nos Estados Unidos. Os curtas-metragens que ele dirigiu foram selecionados e premiados nos festivais de Pantin, Locarno, Miami e Paris. Sua peça Clôture de l’amour(Término do Amor), criada no Festival de Avignon em 2011 com Audrey Bonnet e StanislasNordey, foi um sucesso internacional. O texto ganhou vários prêmios, entre eles o Grande Prêmio de literatura dramática do Centre NationalduThéâtre (Centro Nacional de Teatro) em 2012 e já foi traduzida em vinte línguas desde então. Ele adaptou Clôture de l’amour em nove línguas: para o MoscowArtTheatre; em New York, Zagreb, Modena e Roma, e no Piccolo Teatro de Milão; em Shizuoka, Osaka e Yokohama; em Berlim e no ThaliaTheater em Hamburgo; em Barcelona no Grec Festival e em Madri no Festival de Otoño; e em Copenhagen, Aalborg, Aarhus, Odense e em Pequim. Sua peça Répétition (Ensaio), escrita para Emmanuelle Béart, Audrey Bonnet, Denis Podalydèsda  ComédieFrançaise, StanislasNordey e Claire Zeller, estreou em dezembro de 2014 no T2G, Théâtre de Gennevilliers – no Festival d’Automne em Paris. E fez uma turnê francesa e internacional em 2015. Em junho de 2015 Rambert apresentou cinco de suas peças no BouffesduNord em Paris. São elas: Memento Mori, Clôture de l’amour, Avignon à vie, Demespropresmains e Libido Sciendi. Ele está atualmente escrevendo Actrice (Atriz) para a companhia do MoscowArtTheatre; Une Vie (Uma Vida) para a ComédieFrançaise e Mourir (Morrer) para a atriz francesa Isabelle Huppert. Em janeiro de 2016 ele estreou sua peça Argument, escrita para Laurent Poitrenaux e Marie-Sophie Ferdane, no CDN de Orléans / Loiret / Centre, na Comédie de Reims e no T2G, Théâtre de Gennevilliers.

Sobre Janaína Suaudeau
Nascida no Rio de Janeiro de um pai francês e mãe brasileira, ela se forma com grandes nomes do teatro paulistano no Teatro Escola Célia Helena, Marcelo Lazzaratto, Ruy Cortez, Nelson Baskerville e Marco Antonio Rodrigues. Mudou-se para Paris em 2002 e seguiu o CoursFlorent até 2004. De 2004 até 2007 formou-se no Conservatório Nacional Superior de Artes Dramáticas (CNSAD) com os professores Dominique Valadié, AndrzejSeweryn, Daniel Mesguish, Muriel Mayette. Foi dirigida por Tilly, GildasMilin e Marcial Di Fonzo Bo durante seu último ano de formatura. Atua em várias montagens, entre as mais importantes La Ville de Martin Crimp direção Marc Paquien; Strindbergman a partir das obras de Strindberg e Bergan direção Marie Dupleix; La Tempête… de Shakespeare direção Georges Lavaudant; Claire en Affaires de Martin Crimp direção Sylvain Maurice.

No cinema interpreta o personagem principal no longa-metragem canadense ServeusesDemandées de Guylaine Dionne. Em vários curtas-metragens, entre eles Ilss’appelenttousMarlon Brando de MikaelBuch; La Meute de Elrina O’Brien, Bye, Bye Mamande Keren Marciano e Cellule de Arno Ledoux.

Strindbergmanveio ao Brasil em 2009, pelo Ano de França no Brasil e ganhou o Prêmio de Melhor Estreia do Guia da Folha de S. Paulo. Em 2012, foram convidados para fazer parte da Mostra Strindberg produzida pelo SESC-SP. Em 2013, de volta ao Brasil, além de cuidar da produção de Não Se Brinca Com O Amor, também traduziu esse clássico francês com colaboração de Clara Carvalho. Em 2014, estreia a peça Não Se Brinca Com O Amor com direção de Anne Kessler (sociétaire da Comédie-Française) no Teatro Aliança Francesa. Como produtora executiva atuou também nos seguintes projetos: Uma Trilha Para A Sua História de Gustavo Kurlat; turnê dos espetáculos internacionais Drumming da cia Rosas, direção Anna Teresa de Keersmaeker; The Suit de Peter Brook e O Rinoceronte da cia Théâtre de laVille, direção Emmanuel Demarcy-Mota.

Sobre Canto Produções

A Canto Produções gosta de uma boa história para contar. No cinema ou no teatro, produzindo ou oferecendo consultoria, nossa paixão é criar e possibilitar o intercâmbio entre linguagens. Criada por André Canto em 2010, a Canto Produções traz consigo todo o repertório de seu fundador para a área de produções artísticas. Como produtor executivo atuou em empresas como Buriti Filmes e Canal Azul Produções, trabalhando com cineastas de referência como Di Moretti, Kátia Lund, Laís Bodanzky, Lina Chamie, Luiz Bolognesi e Ugo Giorgetti em trabalhos para cinema e TV. Nas artes cênicas, integrou o Grupo Tapa de Eduardo Tolentino entre 2004 e 2010. Dentre as peças produzidas pela Canto Produções destacam-se A Noite das Tríbades, de Per OlovEnquist, com direção de MalúBazán (eleito o melhor espetáculo da cidade de São Paulo pela Veja São Paulo), Não se brinca com o amor, de Alfred de Musset, com direção da atriz e diretora francesa Anne Kessler, da Comédie-Française, espetáculo produzido em comemoração aos cinquenta anos do Teatro Aliança Francesa, e o espetáculo Dissecar uma Nevasca, de Sara Stridsberg, coprodução Brasil-Suécia, com direção da atriz e diretora sueca Bim de Verdier, com apresentações no Sesc Belenzinho entre janeiro e fevereiro de 2015. Atualmente, assina a produção do longa-metragem ficcional Dias nublados, projeto em coproducão com o Chile, e é parceiro da HomeMadeFilms no documentário Hilda Hilst Pede Contato, sobre a escritora e poeta Hilda Hilst. A Canto Produções também trabalha em parcerias nacionais e internacionais para trazer espetáculos de qualidade à cidade de São Paulo, onde está sediada, e a outras regiões do país.

Ficha técnica

Idealização do projeto: Janaína Suaudeau. Texto: Pascal Rambert. Tradução: Janaína Suaudeau com colaboração de Clara Carvalho e revisão de EloïseMorhange. Direção: Janaína Suaudeau. Provocadora: MalúBazan. Drumaturgy (interação musical dramatúrgica): Vinicius Calderoni.Orientação vocal interpretativa: Lucia Gayotto. Estudo do movimento: Joana Mattei. Elenco:Carolina Fabri– Carol, Gabriel Miziara– GabiePedro Gongom– bateria. Cenografia: Ulisses Cohn. Iluminação: Aline Santini. Figurinos: Isabela Teles. Fotografias –Carla Trevizani e João Caldas. Design gráfico: Bruno Gonçalves. Produção executiva – Larissa Barbosa. Direção de produção: André Canto. Co-Produção: Janaína Suaudeau. Produção: Canto Produções.

Serviço

Estreia dia 12 de julho de 2016

Duração: 90 minutos

Classificação etária: 14 anos

Local:Viga Espaço Cênico – Sala Viga – Rua Capote Valente, 1323. São Paulo / SP

Capacidade: 80 lugares.

Informações: (11) 3801-1843

Temporada: terças, quartas e quintas às 21h

Ingressos:R$ 20

Até 25 de agosto.