MAIS QUERO ASNO QUE ME CARREGUE
Mais quero asno que me carregue, que cavalo que me derrube faz nova temporada nos Parlapatões
Ednaldo Freire dirige espetáculo de Soffredini (montagem do ‘Quintal do Aventino coletivo de teatro’). Obra retrata os vícios e costumes da sociedade patriarcal brasileira e sua consequente opressão ao gênero feminino. Na comédia, Soffredini atualiza, critica e satiriza a condição de opressão sobre a mulher
Obra de Carlos Alberto Soffredini faz nova temporada em São Paulo, nos Parlapatões dia 9 de fevereiro de 2017. A montagem é do Quintal do Aventino coletivo de teatro e tem direção de Ednaldo Freire. No elenco estão os atores Ana Carolina Capozzi, Felipe Fonseca, Flora Rossi, Giovana Arruda, Hildit Nitsche, Ian Noppeney, Juliana Leite, Martha Almeida e Yannick Iksvaarzen.
Sinopse
“Mais quero asno que me carregue, que cavalo que me derrube” conta a história da adolescente Inês, que vive com sua mãe para os afazeres domésticos. Assistir ao seu ídolo, o cantor John Braz, na TV, é sua única diversão. Pressionada pelas vizinhas, mãe e madrinha para que se case, Inês é inscrita em um programa de TV que agencia casamentos, ao melhor estilo “Vai dar Namoro”. Porém, ao casar-se, percebe que nem tudo é um mar de rosas, e não aceita a dura rotina imposta, decidindo libertar-se de maneira inusitada. A comédia de Carlos Alberto Soffredini, adaptada da história de Gil Vicente, se passa na década de 1960 e discute de maneira leve e divertida as relações familiares, os costumes e a pressão social pela qual as mulheres eram e ainda são submetidas.
Na peça, Soffredini buscou por um teatro nacional não só do ponto de vista da temática como das formas de interpretação brasileira, pesquisadas nos remanescentes circos teatros. Ao manter contato com o ator popular brasileiro, Soffredini pôde também observar uma maneira pré-Stanislaviskiana de interpretar, tão eloquente quanto aquelas apontadas por Brecht.
Todas as observações foram deixadas por ele antes de morrer precocemente, numa curta dissertação nada acadêmica (não publicada) intitulada: De um trabalhador sobre o seu trabalho. Ali estão detalhados conceitos e técnicas, quase uma poética popular sobre a interpretação cômica que o diretor Ednaldo Freire, convidado para essa montagem quando integrou o Grupo Mambembe (dirigido por Soffredini), também pôde vivenciar.
A encenação
A ambientação proposta, embora farsesca, remete à estética de uma casa brasileira. A interpretação e caracterização dos tipos são trabalhados segundos os princípios que nortearam aquela investigação que remonta a um modo pré-Stanislaviskiano, observados no teatro de revista e circos teatros, tradição dos saltimbancos e comédia italiana, aclimatado pelos cômicos brasileiros do circo teatro e da chanchada nacional.
Por Ednaldo Freire
“1975, parece que foi ontem que um grupo de jovens atores liderados pelo dramaturgo Carlos Alberto Soffredini iniciava o Projeto Mambembe com a audaciosa montagem de As Aventuras do cavaleiro D. Quixote e seu criado Sancho Pança. Eu era um daqueles jovens quixotescos, muito interessado em toda aquela pesquisa sobre as formas de interpretação. O encontro com Soffredini só fez fortalecer minhas convicções sobre uma visão de teatro de caráter eminentemente popular. Visão essa que continua sendo aprimorada e revisada com os mais variados parceiros que durante esses anos dividi trabalhos. Hoje posso afirmar que o Grupo Mambembe e sua estética foi referência determinante para a estética de vários coletivos atuais como: Os Fofos encenam, Grupo Grafiti, Parlapatões, assim como para vários diretores como Gabriel Villela, Fernando Neves e claro, responsável pela minha carreira como diretor teatral, perpetuando-se na Fraternal Companhia de Artes e Malas Artes o qual sou fundador. Agora o destino me oferece mais uma oportunidade de compartilhar essa experiência com uma nova geração de atores e atrizes agrupados com a denominação QUINTAL DO AVENTINO COLETIVO DE TEATRO. Assim, a concepção de encenação segue os conceitos do conhecimento acumulado por todos esses anos de investigação da cultura popular brasileira e suas formas de expressão populares”.
“Para MAIS QUERO ASNO QUE ME CARREGUE QUE CAVALO QUE ME DERRUBE foi criado o grupo Quintal do Aventino com atores formados na Escola Célia Helena de Teatro. Montagem irreverente do delicioso texto do injustamente pouco montado Carlos Alberto Soffredini, com direção de Ednaldo Freire”.
José Cetra – crítico de teatro e jurado do Prêmio APCA
Ficha técnica
Companhia: Quintal do Aventino
Autor: Carlos Alberto Soffredini
Diretor: Ednaldo Freire
Diretor Musical: Fábio Freire
Produtora: Martha Almeida
Elenco:
Ana Carolina Capozzi – Inês
Felipe Fonseca – John Brás / João Brasílio
Flora Rossi – Festeira / Corista
Giovana Arruda – Dona Leonor / Carmem
Hildit Nitsche – Luzia
Ian Noppeney – Pedro / Espiquer
Juliana Leite – Festeira / Corista
Martha Almeida – Dona Clara
Yannick Iksvaarzen – Festeira / Corista
Cenógrafo e Figurinista: Luiz Augusto dos Santos
Assistentes de Produção: Luan de Andrade e Ana Carolina Capozzi
Operação de Som: Luan de Andrade
Sonoplastia: Hildit Nitsche
Fotos/Vídeos: Leekyung Kim
Assessoria de Imprensa: Pombo Correio
Divulgação: Jobstorm
Design Gráfico: Luciana Carvalho
Logotipo: Maiquel Bortolin
Serviço
Local: Espaço Parlapatões
Endereço: Praça Franklin Roosevelt, 158
Tel.: (11) 3258 4449
Período: 09/02 a 24/03, quintas e sextas, às 21hs
Inteira: 40,00
Meia-entrada: 20,00 (há meia-entrada para classe artística)
Vendas: http://www.compreingressos.com/ (a partir de 05/01)
Duração do espetáculo: 70 minutos
Classificação indicativa: 12 anos
Horário de Funcionamento da Bilheteria:
De terça a quinta
das 16h às 21h
Sexta e Sábado
das 16h à meia-noite
Domingo das 16h às 20h
Estacionamento: Garagem Imeri – Praça Franklin Roosevelt – 194