VOLPONE

Foto de Heloisa Bortz

Foto de Heloisa Bortz

VOLPONE, de Ben Jonson, estreia dia 22 de janeiro no Teatro Mube Nova Cultural sob direção de Neyde Veneziano e com Chico Carvalho no papel título

 

O autor é considerado um dos três pilares da era elisabetana, junto com Marlowe e Shakespeare.  Seu texto revolucionário foi encenado por grandes atores como Jose Ferrer, Orson Wells e Jackie Gleason. No Brasil, foi encenado nos anos cinquenta com os magníficos  Ziembinski e Walmor Chagas, e nos anos setenta por Laerte Morrone, Laura Cardoso e Ney Latorraca.

 

Apresentado pela primeira vez no fim de 1605 e início de 1606, o texto é uma das principais obras da era elisabetana, permanecendo com vigor até nossos tempos. Volpone, um milionário falido de Veneza, arquiteta uma plano, junto com seu fiel empregado Mosca, para recuperar sua fortuna. Espalhando a falsa notícia de que está nos estertores da morte e que sua ¨fortuna¨ será deixada em testamento a um só herdeiro, os abutres da cidade começam a oferecer toda espécie de favores para se tornarem herdeiros. Um jogo que envolve corrupção e sedução vai revelando os mais profundos instintos de ganância, avareza, falta de moral e ética frente ao dinheiro.

 

Essa adaptação é composta de 8 atores, representando 11 personagens. Volpone, o milionário falido; Mosca, seu fiel empregado; Voltore, o advogado corrupto; Corvino, um comerciante; sua esposa Célia e sua empregada Serpina; Corbaccio, um velho surdo usurário; seu filho militar Bonario; Urraca, a viúva especializada em encontrar noivos moribundos; o soldado e o Juiz. No palco os atores Chico Carvalho (Volpone), Claudinei Brandão (Corbaccio), Dirceu de Carvalho (Bonário e Voltore), Eliana Rocha (Urraca), Fabio Espósito (Corvino), Fabíola Moraes (Célia e Serpina), Gabriel Miziara (Mosca), Guryva Portela (Soldado e Juiz), além do músico Fabio Martinelli vivem os personagens que remetem a figuras de animais predadores e aves de rapina, tornando a farsa divertida e provocadora.

 

Mosca, junto com Volpone, traça as estratégias para tirar dinheiro e bens de todos, que por sua vez oferecem fortunas em troca de serem nomeados herdeiros únicos. Voltore dá uma bandeja de ouro, Corvino leva pedras preciosas e chega a oferecer sexualmente sua esposa para recuperar o moribundo e ficar com a fortuna. Corbaccio deserda seu único filho em troca da suposta herança. Urraca, percebendo que o moribundo já não reconhece ninguém, se apresenta como noiva e com isso que apressar o casamento para se tornar herdeira.

 

“Nossa montagem tenta manter-se leal ao formato original, preservando a palavra traduzida sem fazer concessões ao riso fácil de adaptações banais, embora atualize expressões e apresente cortes significativos no caudaloso texto de Ben Jonson.”, comenta a diretora Neyde Veneziano

 

Sobre a encenação

 

A direção é toda orientada para preservar o gestual, a graça e as características da comédia original de Ben Jonson, recriando a atmosfera fiel da era elisabetana.

A composição dos atores se pauta por uma aprofundada pesquisa sobre os tipos da commedia dell’arte, buscando arquétipos que correspondam aos personagens da peça. Para isso, os atores foram submetidos a uma ampla preparação corporal.

A trilha sonora, composta especialmente para este espetáculo por Ricardo Severo, é executada ao vivo, trazendo um ritmo ágil e envolvente que faz a costura entre todas as cenas e os espaços retratados. O cenário e o figurino assinados por Cássio Brasil e a luz de Fran Barros trabalham para firmar esta proposta da direção.

 

 

FICHA TÉCNICA

Texto: Ben Jonson. Tradução: Ronaldo Diaféria. Adaptação: Neyde Veneziano e Ronaldo Diaféria. Direção: Neyde Veneziano. Elenco: Chico Carvalho (Volpone), Claudinei Brandão (Corbaccio), Dirceu de Carvalho (Bonário e Voltore), Eliana Rocha (Urraca), Fabio Espósito (Corvino), Fabíola Moraes (Célia e Serpina), Gabriel Miziara (Mosca), Guryva Portela (Soldado e Juiz). Músico em cena: Fabio Martinelli. Assistência de direção: Fabíola Moraes e Kiko Rieser. Preparação corporal, Máscaras e maquiagem: Guryva Portela. Coreografia de luta: Dirceu de Carvalho. Cenário e figurinos: Cássio Brasil. Música original e direção musical: Ricardo Severo. Iluminação: Fran Barros. Operador de luz: Rodrigo Caetano. Contrarregra: Ighor Walace. Fotografia: Heloísa Bortz. Arte gráfica: David Schumaker. Produção: Kiko Rieser e Ronaldo Diaféria. Assistência de produção: Isabela Tortato. Secretária de produção: Valéria Pucci. Realização: Diaféria Produções e Rieser Produções Artísticas. Patrocínio: Algar Telecom. Apoio: Programa de Ação Cultural

 

SERVIÇO

 

Teatro MuBE Nova Cultural – Rua Alemanha, 221 – Jardim Europa

Temporada: De 22 de janeiro a 13 de março

Sextas e sábados 21h30, domingos 20h30

Ingressos: R$ 50 (sextas) e R$ 60 (sábados e domingos)

Duração: 90 min

Lotação: 192 lugares

 

BREVES CURRÍCULOS

 

Neyde Veneziano

Especialista em Teatro Musical Brasileiro, dirigiu 37 espetáculos em São Paulo, Campinas, Florianópolis, Lisboa (PT) e Milão (IT). Recebeu vários prêmios por suas encenações, entre eles dois APCAs, dois Mambembes e uma indicação ao Shell-2013 como Melhor Diretora por Mistero Buffo, com o Grupo LaMinima. Em 1988/89, seu espetáculo Revistando o Teatro de Revista conquistou mais de 15 prêmios, tendo permanecido dois anos em cartaz. Neyde é Professora Doutora em Artes Cênicas pela USP, professora orientadora na UNICAMP e autora de cinco livros sobre Teatro de Revista, sendo considerada a pesquisadora brasileira precursora na área de teatro musical.

 

Chico Carvalho

Ator formado pela faculdade de Artes Cênicas da UNICAMP. Atuou em diversos espetáculos, como “Édipo Rei” e “Fausto”, ambos sob direção de Marcio Aurélio; “Réquiem”, dirigido por Francisco Medeiros; “Hamlet”, dirigido por Ron Daniels. Sob direção de Marcelo Lazzaratto, protagonizou “Ricardo III”, de Shakespeare, papel que lhe valeu o Prêmio Shell 2013 de melhor ator. Em 2015, atuou em “Consertando Frank” (indicado a melhor espetáculo no Prêmio APCA), direção de Marco Antônio Pâmio, e “A Tempestade”, direção de Gabriel Villela (pelo qual está indicado ao APCA de melhor ator).

 

Claudinei Brandão

Foi integrante da cia Parlapatões, Patifes e Paspalhões por dezesseis anos, onde participou de 25 espetáculos. Trabalhou também com diretores como  Eugênia Tereza de Andrade, Oswaldo Mendes, Hugo Possolo, Raul Barreto, Gerson Esteves, Moisés Miastkowsky, Illo Krugli, Marco Antonio Braz, Nelson Baskerville. Seus trabalhos mais recentes são “Boca de ouro”, “A falecida” (ambas sob direção de Marco Antonio Braz) e “Suburbano coração” (direção de Nelson Baskerville).

 

Dirceu de Carvalho

Bacharel em Artes Cênicas pela Universidade Estadual de Campinas – Unicamp, já atuou em espetáculos como “Sonho de uma noite de verão” (dir. Neyde Veneziano), “Romeu e Julieta” (dir. Marcelo Lazzaratto), “O belo indiferente” (dir. Helena Ignez e André Guerreiro Lopes), “Agamenon” e “Fala comigo doce como a chuva” (dir. Marcio Aurélio) e “Maiakóvski, uma tragédia” (dir. Renato Cohen). Dirigiu mais de 10 peças, entre elas “Eu não sou a lenda”, “O mistério de feiurinha” e “O círculo de giz caucasiano”. Na televisão, atuou na minissérie da Rede Globo “O combate da venda grande”.

 

Eliana Rocha

Formada pela Escola de Arte Dramática de São Paulo na década de 1970, tem-se dedicado principalmente ao teatro, tendo participado de mais de mais de trinta espetáculos, sob a direção de importantes diretores.  A partir dos anos 1990 começou a fazer televisão, no SBT e na TV Globo, onde atualmente está no ar com o seriado “Pé na Cova”.

 

Fábio Espósito

Formado pela Escola de Arte Dramática (EAD-USP). Seus últimos trabalhos em teatro foram “O pior de São Paulo” (Parlapatões), “Noite de reis” (cia As Graças), “O médico e os monstros” (dir. Fernando Neves), “À meia noite um solo de sax na minha cabeça” (dir. Mario Bortolotto), “Operação Trem Bala” (dir. Naum Alves de Souza) e “Assim é se lhe parece” (dir. Marco Antônio Pâmio). No Cirque Du Soleil, atuou nos espetáculos “The Beatles love” (dir. Dominic Champagne) e “Quidam” (dir. Franco Dragone). Ganhou Prêmio Femsa Coca-Cola, em “O médico e os monstros” e de melhor ator em “O menino que mordeu Picasso”.

 

Fabíola Moraes

Atriz e educadora de teatro, graduada em Artes Cênicas/Licenciatura pela ECA/USP. Complementa sua formação cursos com Roberto Tessari, Enrico Bonavera, Raquel Scotti Hirson (Lume Teatro), Silvana Abreu, dentre outros. Dá os primeiros passos na direção teatral, tendo assinado os espetáculos “Livres e iguais” e “Tempo”. Atuou como assistente de direção de Neyde Veneziano em “Sonho de uma noite de verão” (2014), com a Orquestra Sinfônica Municipal de Campinas e na opereta “A noiva do condutor” (2013). Assistiu também o diretor Platão Capurro Filho no espetáculo de rua “Farrandança” do Projeto Ciclocênico (2012). É atriz fundadora da Cia. Teatral Marulhos, atualmente em circulação com o espetáculo “Marulhos”, que aborda a cultura caiçara.

 

 

Gabriel Miziara

Possui Graduação em Teatro pela Escola Superior de Artes Célia Helena (2014). É Pós-Graduação em Corpo: Dança, Teatro e Performance na Escola Superior de Artes Célia Helena. Como ator, participou dos espetáculos: DISSECAR UMA NEVASCA de Sara Strindberg, direção de Bim de Verdier, NÃO SE BRINCA COM O AMOR de Alfred de Musset, direção de Anne Kessler (Comédie Française), O HOMEM A BESTA E A VIRTUDE de Luigi Pirandello, direção de Marcelo Lazzaratto. Integrou a COMPANHIA ELEVADOR DE TEATRO PANORÂMICO por 14 anos, onde participou dos espetáculos: O monólogo LOUCURA; IFIGÊNIA; DO JEITO QUE VOCÊ GOSTA; A HORA EM QUE NÃO SABÍAMOS NADA UNS DOS OUTROS; A ILHA DESCONHECIDA; AMOR DE IMPROVISO. No cinema é o protagonista do longa CORTE SECO, de Renato Tapajós. Participou também do longa ESTAMOS JUNTOS, de Toni Venturi. Em televisão participou da série SOMOS TODOS UM da TV Cultura / SESC TV com direção de Toni Venturi e da novela VENDE-SE UM VÉU DE NOIVA de Iris Abravanel.

 

Guryva Portela

Formado pela universidade Federal de Pernambuco – UFPE, em Artes Cênicas. Mestrando em Artes da Cena – Estudos dos movimentos – Unicamp. Pesquisa no estudo de movimento do Maracatu de Baque Solto e transpô-lo para o treinamento do intérprete. Com foco do estudo e pesquisa em manifestações populares do nordeste Brasileiro, e assim como a Commedia Dell”Arte, com treinamento realizando na scuola sperimentale dell’attore de Pordenone –Italia, com a Mestra Claudia Contin Arlecchino e Ferrucio Merisi. Tem também formação continuada com o Ator do Theatre du Soleil Maurice Durozier que entre suas longas vindas ao Brasil desenvolveu uma pesquisa com teatro Oriental (Japão, Índia, Oriente médio), sempre utilizando o formato que o Theatre Du soleil  trabalha em suas montagens. Integrou o elenco de espetáculos como “As Conchambranças de Quaderna”, de Ariano Suassuna, e “Noite de Reis”, de William Shakespeare.

 

Diaféria Produções

Realizou, entre outros, “Antônio, da Tua Tão Necessária Poesia”, dirigido por Márcia Abujamra e interpretado por Clarisse Abujamra, várias montagens entre 2001 e 2010; “Um Voo Para o Futuro”, em SP e no RJ, direção e atuação de Carla Fioroni (2003); “Essa é Dermais”, parte da programação de abertura do Congresso de Dermatologia SDB-RESP em 2004 em Campinas, com direção de Carla Fioroni e atuação de Jussara Freire, Carla Fioroni e Humberto Magnani; “Essa é Dermais2-O Retorno!” em 2008, Campinas; “Mambo Italiano”, em cartaz em 2011 e 2012 nos teatros Nair Bello, Amil (Campinas), Folha, Silvio Romero e Juca Chaves. Em, em 2013, realizou a I Mostra de Monólogos “Cenas Memoráveis”, no Teatro Irene Ravache. Em 2015, produziu o livro “Amor ao teatro”, uma compilação de duas décadas de críticas de Sábato Magaldi, publicado pelas Edições SESC, indicado ao Prêmio Jabuti. Atualmente, está em viagens com o espetáculo “Consertando Frank”, indicado a melhor espetáculo no Prêmio APCA.

 

Rieser Produções Artísticas

Realizou diversos projetos ligados às artes cênicas, como o espetáculo juvenil “Capitu, olhos de mar”, que ficou em cartaz no Teatro MuBE Nova Cultural, além de ter realizado 40 apresentações em mais de 10 cidades do Estado de São Paulo. Produziu, também, os espetáculos “Ruas de Barros” (viagens por diversas cidades de SP e MG), “Cabarezinho” (em cartaz por um ano e meio no Teatro CIT-Ecum e depois no Teatro Pequeno Ato), “Gardênia” (espetáculo premiado, com 6 anos de trajetória), “Carta de um pirata” (temporada no Centro Cultural São Paulo). Em 2015, produziu o livro “Amor ao teatro”, uma compilação de duas décadas de críticas de Sábato Magaldi, publicado pelas Edições SESC, indicado ao Prêmio Jabuti. Atualmente, está em viagens com o espetáculo “Consertando Frank”, indicado a melhor espetáculo no Prêmio APCA.

 

 

 

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