NOMO
Com texto e direção de Pedro Garrafa, espetáculo vídeo-teatral NOMO estreia em abril no Teatro Jardim Sul
Peça jovem cria discussão sobre a conexão sincera e real entre as pessoas na era digital. Elenco é formado por Kuka Annunciato e Lucas Padovan
Crédito: Fernanda Bianco. Baixe aqui imagens de divulgação
A dependência da tecnologia nos dias de hoje e a necessidade de estabelecer conexões reais e profundas entre as pessoas são temas do espetáculo jovem NOMO, com texto e direção de Pedro Garrafa, que estreia no dia 5 de abril no Teatro Jardim Sul. A peça, estrelada por Kuka Annunciato e Lucas Padovan, fica em cartaz até 31 de maio, com apresentações aos domingos, às 19h (exceto nos dias 12/4 e 10/5).
A trama conta a história de amizade entre dois adolescentes: Lis, uma garota de 16 anos, ácida e sarcástica, que sofre por nunca se sentir adequada às tribos ou situações; e Guilherme, um garoto de 15 apelidado de “Nomo”, por ser diagnosticado com um caso agudo de NOMOFOBIA, um tipo de dependência comportamental pela tecnologia.
Lis toca a campainha do apartamento vizinho. Guilherme resiste, mas atende à porta. Ela dá a desculpa de estar sem a chave de casa e apertada para usar o banheiro. Na verdade, está curiosa para conhecer o garoto que mora ao lado. O jovem rapaz, tímido e recluso à sua relação com o celular e os jogos online, aos poucos cede às investidas da garota e se abre a essa nova amizade.
Entre conversas no aplicativo e visitas ao apartamento vizinho, Lis e Guilherme desenvolvem uma estreita amizade que pode mudar a vida deles. Guilherme conta a Lis porque é apelidado de Nomo e Lis se abre sobre sua difícil situação com sua mãe, que a insiste em exigir que se comporte como uma “princesa da Disney”. Nomo fala sobre como acha inútil a terapia que sua mãe o obriga a fazer e Lis revela a ele que já se cortou para sentir-se melhor, sem resultado.
Enquanto a amizade dos dois evolui, vamos conhecer outras personagens: Valter, o terapeuta que tenta ajudar Nomo a trabalhar um trauma do passado; Rosely, a ausente mãe de Lis; Paulo, o amigo “baladeiro” de Nomo que tenta dissuadi-lo da vida reclusa; Mércia, a mãe de Nomo às avessas com a dependência do filho e Eduardo, o amigo de infância e confidente de Nomo, que também enfrenta seus fantasmas.
No desenrolar da trama, um obstáculo se impõe à intimidade crescente de Lis e Nomo: o garoto está cada vez mais adicto aos games. Quanto mais Lis tenta tirá-lo da dependência, mais ela também se isola de seu próprio mundo. Juntos eles vão procurar uma resposta à difícil tarefa de se libertar da dependência comportamental, apoiando-se no que tem de mais genuíno: a conexão real entre os dois.
A temática: Por que falar sobre a conexão entre as pessoas?
Segundo reportagem recente da revista ISTOÉ (maio de 2019), estima-se que 10% da sociedade brasileira seja “viciada em tecnologia”. Esse tipo de comportamento compulsivo patológico é uma dependência comportamental silenciosa e extremamente perigosa no atual contexto, onde somos muitas vezes convencidos de que o meio digital é o principal campo de ação social contemporâneo.
Outros exemplos de comportamentos compulsivos como os distúrbios alimentares e a automutilação, presentes principalmente entre os jovens na atualidade e, também, incluído no debate proposto pelo espetáculo, estão na lista dos temas mais urgentes com os quais as famílias e instituições de ensino estão sendo obrigadas a lidar.
Especialistas sobre o assunto ao redor de todo mundo apontam que uma das melhores soluções ao problema está na conexão real entre as pessoas. É a partir do reforço dos laços pessoais, da presença dos amigos e familiares, do apoio e do carinho dessas pessoas que as dependências ganham maiores chances de serem tratadas.
Sendo assim, o objetivo da montagem de NOMO é falar sobre a questão de maneira aberta e clara. Com essa iniciativa, o espetáculo se torna uma oportunidade de oferecer ao jovem um espaço de debate sobre as suas angústias e de fazê-lo buscar ajuda a partir da conexão real com seus amigos e parentes.
Um espetáculo vídeo-teatral
Por ter como ponto de partida o tema da dependência na tecnologia, NOMO é um espetáculo teatral que apresenta uma linguagem híbrida entre Vídeo e teatro.
Em cena, enquanto a conexão real entre Nomo e Lis acontece em carne e osso sobre o palco, outras personagens aparecem em vídeo e interagem com eles. A ideia é contrapor esses tipos de conexão, a presencial e a virtual, brincando com a sensação de isolamento que qualquer tipo de dependência causa em quem a sofre. Ora falando como se estivessem mediados pela tecnologia, ora como se, mesmo compartilhando o mesmo espaço a relação entre as personagens fosse mais distante e “truncada”, a presença dessas duas telas e das aparições de alguns personagens em vídeo torna o jogo de cena curioso e diferente, e ajuda a contar essa história a partir do seu tema principal: a conexão como solução para a dependência.
SINOPSE
Lis é uma garota ácida e sarcástica de 16 anos, que sofre por nunca se sentir adequada às tribos ou situações; e Guilherme, um garoto de 15 anos apelidado de “Nomo”, por ser diagnosticado com um caso agudo de NOMOFOBIA, um tipo de dependência comportamental pela tecnologia. Lis é intrometida, Nomo é avesso à intimidade. Juntos, eles começam uma amizade disfuncional que vai mudar as suas vidas. NOMO é um espetáculo que fala sobre conexão, sobre conectar-se realmente ao outro.
FICHA TÉCNICA
Dramaturgia e direção: Pedro Garrafa
Assistência de direção e direção audiovisual: Rafael Cabral
Elenco: Kuka Annunciato e Lucas Padovan
Participações especiais em Vídeo: Eduardo Leão, Flávia Garrafa, Luan Iaconis, Paulo Sommer Nascimento e Suia Legaspe.
Fotografia Audiovisual: Pipo Gialluisi
Edição de Vídeo: Magda Rimolo
Trilha Sonora: Rafael Cabral
Direção de movimento e coreografia: Raony Iaconis
Assessoria de imprensa: Pombo Correio.
Produção: Elemento Cultural.
SERVIÇO
NOMO, com texto e direção de Pedro Garrafa
Teatro Jardim Sul – Shopping Jardim Sul – Piso 2- Av. Giovanni Gronchi, 5819 – Vila Andrade
Temporada: de 5 de abril a 31 de maio (exceto nos dias 12/4 e 10/5)
Aos domingos, às 19h
Ingressos: R$60 (inteira) e R$30 (meia-entrada)
Classificação: 12 anos
Duração: 70 minutos
Capacidade: 120 lugares
Informações: (11) 2122-4087