ELZA
Musical Elza celebra prêmios e indicações com nova temporada no Teatro Porto Seguro
Visto por mais de 100 mil espectadores, espetáculo teve a aprovação irrestrita da homenageada
A trajetória de Elza Soares é sinônimo de resistência e reinvenção. As múltiplas facetas apresentadas ao longo de sua majestosa carreira foram o ponto de partida para o musical Elza, que estreou em julho de 2018 no Rio de Janeiro, passou por 15 cidades. Agora, após imenso sucesso popular e a aprovação irrestrita da homenageada, Elza, o Musical fará nova temporada na capital paulista, no Teatro Porto Seguro, de 8 de novembro a 15 de dezembro, com sessões às sextas e sábados, às 20h e domingos, às 19h.
Larissa Luz, convidada para a montagem, e outras seis atrizes (selecionadas em uma bateria de testes), Janamô, Julia Tizumba, Késia Estácio, Khrystal, Laís Lacorte e Verônica Bonfim sobem ao palco para celebrar o trabalho. Foram nove indicações ao Prêmio Bibi Ferreira, vencendo em quatro categorias: Melhor Musical Brasileiro, Melhor atriz em Musicais (Larissa Luz), Melhor Direção em Musicais (Duda Maia), Melhor Arranjo Original em musicais (Letieres Leite) e Melhor Roteiro Original em Musicais (Vinicius Calderoni), o recém-conquistado Prêmio Shell de Melhor Música, os dois prêmios CESGRANRIO (Melhor Direção – Duda Maia e Categoria Especial pelo Elenco), quatro troféus do Prêmio Reverência (Melhor Espetáculo, Melhor Direção, Melhor Autor e Categoria Especial) e o Prêmio da APCA de Melhor Dramaturgia.
Em cena, as atrizes se dividem ao viver Elza Soares em suas mais diversas fases e interpretam outros personagens, como os familiares e amigos da cantora, além de personalidades marcantes, como Ary Barroso (1903-1964), apresentador do programa onde se apresentou pela primeira vez, e Garrincha (1933-1983), que protagonizou com ela um notório relacionamento.
Com texto inédito de Vinícius Calderoni e direção de Duda Maia, o espetáculo tem a direção musical de Pedro Luís, Larissa Luz e Antônia Adnet. Além disso, o maestro Letieres Leite, da Orquestra Rumpilezz, foi o responsável pelos novos arranjos para clássicos do repertório da cantora, tais como Lama, O Meu Guri, A Carne e Se Acaso Você Chegasse. O projeto foi idealizado por Andréa Alves, da Sarau Agência, a partir de um convite da própria Elza e de seus produtores Juliano Almeida e Pedro Loureiro.
Ainda que muitos dos conhecidos episódios da vida da homenageada estejam no palco, a estrutura de Elza foge do formato convencional das biografias musicais. Se os personagens podem ser vividos por várias atrizes ao mesmo tempo, a estrutura do texto também não é necessariamente cronológica. Da mesma forma que músicas recentes (A Mulher do Fim do Mundo, a emblemática A Carne e Maria da Vila Matilde) se embaralham aos sucessos das mais de seis décadas de carreira da cantora, como Se Acaso Você Chegasse, Lama, Malandro, Lata D’Água e Cadeira Vazia.
Marcada por uma série de tragédias pessoais – a morte dos filhos e de Garrincha, a violência doméstica e a intolerância –, a jornada de Elza é contada com alegria. “A Elza me disse: ‘sou muito alegre, viva, debochada. Não vai me fazer um musical triste, tem que ter alegria’. Isso foi ótimo, achei importante fazer o espetáculo a partir deste encontro, pois assim me deu base para saber como Elza se via e como ela gostaria de ser retratada”, conta Vinicius Calderoni, que leu e assistiu a infindáveis entrevistas que a cantora deu ao longo da vida e também pesquisou a obra de pensadoras negras, como Angela Davis e Conceição Evaristo, cujos fragmentos de textos aparecem na peça.
O espetáculo foi desenvolvido ao longo de um período em que Elza se encontra no auge de uma carreira marcada por reviravoltas e renascimentos. Ao lançar seus últimos dois discos, A Mulher do Fim do Mundo (2015) e Deus é Mulher (2018), a cantora não somente ampliou ainda mais seu repertório e sua base de fãs, como conquistou, mais uma vez, a crítica internacional, e se consolidou como uma das principais vozes da mulher negra brasileira.
Vinícius Calderoni, autor do texto, chama a atenção para a coletividade presente em todo o processo de criação da montagem. Após ter escrito as primeiras páginas, ele começou a frequentar os ensaios e estabeleceu um rico intercâmbio com Duda Maia e as sete atrizes. “Hoje poderia dizer que elas são coautoras e colaboradoras do texto. São sete atrizes negras e múltiplas, como a Elza é. Diante da responsabilidade enorme, eu estabeleci limites de fala para mim, por exemplo, em relação a alguns temas. Limitei a minha voz e disse que não escreveria nada, queria os relatos delas e as opiniões. Pedi a colaboração delas, das experiências vividas por uma mulher negra. Do mesmo jeito que a Duda propôs muitas coisas, as atrizes também tiveram este espaço”, conta o dramaturgo.
Tal processo colaborativo se estendeu para a música, com a participação ativa das atrizes e das musicistas nos ensaios com os diretores musicais, e o maestro Letieres Leite, que liderou algumas oficinas com o grupo no período dos ensaios. O processo gerou ainda duas canções inéditas que estão na peça: Ogum, de Pedro Luís, e Rap da Vila Vintém, de Larissa Luz. Se a escolha de Pedro Luís para a função foi referendada pela própria Elza – que gravou e escolheu um verso do compositor para nomear seu último disco –, Larissa Luz já estava envolvida com o projeto desde o seu embrião.
SOBRE A EQUIPE DE CRIAÇÃO E PRODUÇÃO
A estreia de Elza marca o encontro da dramaturgia de Vinícius Calderoni com a direção de Duda Maia, dois nomes que se destacaram no recente panorama teatral brasileiro. Pela direção de Auê (2016), estrelado pela Cia. Barca dos Corações Partidos, ela conquistou os prêmios Shell, Cesgranrio e Botequim Cultural de Melhor Direção, além dos prêmios APTR e Cesgranrio de Melhor Espetáculo e o Bibi Ferreira de Melhor Musical Nacional. Enquanto isso, Vinicius já ganhou o Prêmio Shell de Melhor Autor por Ãrrã (2015), o APCA por Os Arqueólogos (2016) e coleciona outras indicações e troféus por espetáculos da companhia Empório de Teatro Sortido, que lidera ao lado de Rafael Gomes.
Em paralelo à carreira de escritor, Vinícius é também ator e músico – ele integra a banda 5 a Seco e tem dois discos lançados. A experiência musical foi determinante no processo de criação do texto. Já Duda trouxe todo o seu trabalho corporal para o desenvolvimento da linguagem da encenação.
A sintonia entre Duda e os diretores musicais Pedro Luís, Larissa Luz (esta também em cena) e Antonia Adnet foi determinada por uma característica fundamental: a escuta e a participação das intérpretes. “Foi um processo de ensaios muito vivo, em que partimos do princípio que a voz não é nossa, é das atrizes. Fizemos este trabalho para elas e a partir de propostas delas também. Precisamos olhar para o grupo, para a troca”, conta Duda, ressaltando que tudo só foi possível graças à parceria com a Sarau, produtora capitaneada por Andrea Alves.
Nos últimos anos, a Sarau foi responsável montagens tais como Gonzagão – A Lenda, Ópera do Malandro, Auê e Suassuna – O Auto do Reino do Sol, da Cia. Barca dos Corações Partidos, e Gota D’Água [a seco], dirigida por Rafael Gomes e protagonizada por Laila Garin. Sempre comprometida com a cultura nacional em seus mais variados aspectos, a produtora também assina a direção do Festival Villa-Lobos e do Toca, evento que teve a primeira edição neste ano e trouxe a canção brasileira para o centro da discussão, através de shows gratuitos, oficinas e debates.
Ficha Técnica:
Elenco: Janamô, Julia Tizumba, Késia Estácio, Khrystal, Laís Lacôrte, Verônica Bonfim e a atriz convidada Larissa Luz. *Substituta de Larissa Luz: Ágata Matos. Musicistas: Renata Montanari (violão, cavaquinho e guitarra), Fran Nóbrega (bateria), Grazi Pizani (trompete e flugelhorn), Marfa Kourakina (baixo), Neila Kadhí (programação, percussão e guitarra), Lis de Carvalho (teclado). Direção: Duda Maia. Texto: Vinícius Calderoni. Direção Musical: Pedro Luís, Larissa Luz e Antônia Adnet. Arranjos: Letieres Leite. Idealização e direção de Produção: Andréa Alves. Assessoria de imprensa: Pombo Correio.
ELZA, MUSICAL
De 8 de novembro a 15 de dezembro – Sexta e sábado, às 20h e domingo, às 19h.
Ingressos: R$ 80,00 plateia / R$ 60,00 balcão e frisas.
Classificação: 14 anos.
Duração: 150 minutos.
Obs: Dias 23 e 24 de novembro não haverá espetáculo.
Sessão extra dia 19 de novembro, às 20h.
Nos dias 19, 22, 29 e 30 de novembro e 7 de dezembro, a atriz Larissa Luz será substituída pela atriz Ágata Matos.
TEATRO PORTO SEGURO
Al. Barão de Piracicaba, 740 – Campos Elíseos – São Paulo.
Telefone (11) 3226.7300.
Capacidade: 496 lugares.
Formas de pagamento: Cartão de crédito e débito (Visa, Mastercard, Elo e Diners).
Acessibilidade: 10 lugares para cadeirantes e 5 cadeiras para obesos.
Estacionamento no local: Estapar R$ 20,00 (self parking) – Clientes Porto Seguro têm 50% de desconto.
Serviço de Vans: TRANSPORTE GRATUITO ESTAÇÃO LUZ – TEATRO PORTO SEGURO – ESTAÇÃO LUZ. O Teatro Porto Seguro oferece vans gratuitas da Estação Luz até as dependências do Teatro. COMO PEGAR: Na Estação Luz, na saída Rua José Paulino/Praça da Luz/Pinacoteca, vans personalizadas passam em frente ao local indicado para pegar os espectadores. Para mais informações, contate a equipe do Teatro Porto Seguro.
Bicicletário – grátis.
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