LADO B

SESC EM SÃO PAULO APRESENTA EXPOSIÇÃO COLETIVA LADO B: O DISCO DE VINIL NA ARTE CONTEMPORÂNEA BRASILEIRA, NA UNIDADE BELENZINHO

Mostra com curadoria de Chico Dub reúne 61 obras de mais de 30 artistas e coletivos brasileiros

Foto: The Record, por Felipe Barbosa – (foto cortesia do artista)
Imagens em alta resolução em: http://bit.ly/LADO_B_fotos_belenzinho

 

A partir de 25 de abril de 2019, o Sesc Belenzinho recebe Lado B: O disco de vinil na arte contemporânea brasileira. Com curadoria de Chico Dub e coordenação geral de Luiza Mello, a exposição coletiva reúne 61 obras de mais de 30 artistas visuais e sonoros do país, mostrando toda uma ampla gama de usos do disco de vinil enquanto material estético de intervenção sonora, física, conceitual, ritualística e poética – em muitos casos ressignificando as formas e funções originais dos long plays e objetos de seu universo. Com entrada gratuita, a mostra fica em cartaz até 30 de junho de 2019.

“Lado B realiza um importante papel na aproximação da música com as artes contemporâneas. As convergências são inúmeras (…). Convidar o visitante do museu para, além dos olhos, usar os ouvidos tem se tornado uma constante. O som, em si mesmo, devido a avanços na tecnologia e, também, pelo desejo de ultrapassar os limites da experimentação, passou a ser reconhecido e exibido como arte”, afirma Chico Dub.

O visitante encontra em todo o espaço expositivo do Sesc Belenzinho instalações sonoras e interativas, pinturas, esculturas, discos conceituais, vídeos, fotografias, manipulações sônicas e objetos-instrumentos que abordam todas essas questões. As obras de Thomas Jeferson e Xico Chaves, por exemplo, criticam a obsolescência dos bens de consumo duráveis. O trabalho de Chiara Banfi, que apresenta as séries Discos Vazios (2013-2014), Aquele Disco (2018) e Capas (2018), lança uma perspectiva crítica sobre os novos tempos digitais e aponta para a perda do ritual entre corpo (audição) e som.

A exposição também apresenta comentários políticos (presentes nos trabalhos de Fabio Morais, Pontogor, Romy Pocztaruk e Hugo Frasa), gambiarras tecnológicas (nas vitrolas preparadas pela dupla O Grivo e na foto de Cao Guimarães), reflexões sobre a morte (na instalação de Gustavo Torres), o orgulho da propriedade e o disco como retrato da individualidade (na obra de Felipe Barbosa).

Outros destaques são obras influenciadas pelos movimentos intermedia (tais como conceitualismos, Fluxus, poesia sonora e o novo realismo), que contribuíram, nos anos de 1960, para transformar o disco em um instrumento de experimentação artística. Nesse eixo, Cildo Meireles utiliza osciladores de frequência para esculpir topologias sonoras em forma de fita de Moebius e espiral no trabalho Mebs/Caraxia (1970-1971). Já Sal Sem Carne (1975) discute as relações entre as culturas indígena e portuguesa, a partir de uma espécie de radionovela.

Ainda nesse contexto, a obra Disco contendo o som de sua própria gravação (2014), de Gustavo Torres, apresenta apenas os registros sonoros presentes na produção do próprio vinil, sem interferências externas. E em Record: The Space Between (1971), Antonio Dias grava dois sons contínuos e intermitentes: um despertador e a respiração humana.

Conhecido por trabalhar com mídias sonoras variadas, o coletivo Chelpa Ferro marca presença com um trabalho sonoro em vinil (um múltiplo) e com uma colagem escultórica de fitas cassete. Já Barrão apresenta esculturas feitas com essas fitas. Os últimos trabalhos – apesar de não serem confeccionados com vinis – demonstram que a força da palavra disco no Brasil é tão potente que o uso do termo não se esgota no objeto físico, podendo designar qualquer registro sonoro, independente do formato.

Além das obras, integram a exposição as performances ao vivo: Hit Parede, do coletivo Rádio Lixo, na noite de abertura no dia 25 de abril; Oficina de Sampleamento Radical, um workshop e performance coletiva organizada por Alexandre Fenerich, nos dias 3 e 4 de maio; Chelpa Ferro apresenta um set inédito na sua carreira, utilizando como matéria-prima os discos favoritos de sua coleção, no dia 11 de maio; Alguns discos desta exposição sobrepostos e justapostos, de Gustavo Torres, se utiliza de diversos “discos de artista” presentes na exposição, tal como num exercício de metalinguagem, no dia 8 de junho; e Narva 1 ao Vivo, de André Damião, no encerramento, no dia 30 de junho.

SOBRE A CURADORIA

Chico Dub é curador de música experimental, música de vanguarda e arte sonora. É diretor e curador do Festival Novas Frequências, finalista do Prêmio Bravo! 2016 na categoria Melhor evento de cultura do ano, e gestor do Incidências Sonoras, plataforma vinculada ao Coincidencia, um programa de intercâmbios culturais entre a Suiça e a América do Sul. Em 2016, assinou a curadoria da exposição de sound art brasileira Gambiarra Sonora, no centro cultural Festspielhaus Hellerau, em Dresden, na Alemanha. Já realizou curadorias para os festivais e eventos: Red Bull Music Academy SP (2017), HOBRA – Residência Artística Holanda Brasil (RJ, 2016), Red Bull Music Pulso (SP, 2016), Dia da Música (RJ, 2015), Eletronika (BH, 2013-2015), SESI Cultura Digital (RJ, 2014-2015), Sónar São Paulo (2012), Invasão Paraense (DF, 2012) e Invasão Baiana (SP e RJ, 2014-2015).

LADO B: O DISCO DE VINIL NA ARTE CONTEMPORÂNEA BRASILEIRA
Curadoria: Chico Dub
Coordenação Geral: Luiza Mello

Artistas e coletivos convidados: Alan Adi, André Damião, Antonio Dias, Barrão, Bernardo Damasceno, Brígida Baltar, Cao Guimarães, Chelpa Ferro (Luiz Zerbini, Barrão e Sergio Mekler), Chiara Banfi, Cildo Meireles, Daniel Frota, Dora Longo Bahia, Fabio Morais, Felipe Barbosa, Fernando Velázquez, Gustavo Torres, Hugo Frasa, Letícia Ramos, Marepe, Marssares, O Grivo (Nelson Soares e Marcos Moreira), Paulo Bruscky, Pontogor, Rádio Lixo (Juliana Frontin, Joaquim Pedro dos Santos, Cainã Bomilcar e Abel Duarte), Rafael Adorján, Rivane Neuenschwander, Romy Pocztaruk, Thiago Salas, Thomas Jeferson, Vivian Caccuri, Wagner Malta Tavares, Walter Smetak, Waltercio Caldas e Xico Chaves

Produção: Automática
Realização: Sesc

ABERTURA
25 de abril de 2019. Quinta, 20h

VISITAÇÃO
De 26 de abril a 30 de junho de 2019

De terça a sábado, das 10 às 21h; domingos e feriados, das 10h às 19h30
Grátis
Livre para todos os públicos
Agendamento de grupos: agendamento@belenzinho.sescsp.org.br

SESC BELENZINHO
Endereço: Rua Padre Adelino, 1000.
Belenzinho – São Paulo (SP)
Telefone: (11) 2076-9700
www.sescsp.org.br/belenzinho

Estacionamento
De terça a sábado, das 9h às 22h. Domingos e feriados, das 9h às 20h.
Valores: Credenciados plenos do Sesc: R$ 5,50 a primeira hora e R$ 2,00 por hora adicional. Não credenciados no Sesc: R$ 12,00 a primeira hora e R$ 3,00 por hora adicional. Para espetáculos pagos, após as 17h: R$ 7,50 (Credencial Plena do Sesc – trabalhador no comércio de bens, serviços e turismo). R$ 15,00 (não matriculado).

Transporte Público
Metro Belém (550m) | Estação Tatuapé (1400m)