TCHEKHOV É UM COGUMELO
Bem-sucedido Tchekhov é um Cogumelo, dirigido por André Guerreiro Lopes, reestreia no Teatro Sérgio Cardoso em abril
Com linguagem que mistura ficção, neurociência e memória, espetáculo do Estúdio Lusco-Fusco encena trechos do clássico As Três Irmãs, do russo Anton Tchekhov. Elenco traz Djin Sganzerla, Helena Ignez, Michele Matalon, Samuel Kavalerski, Fernando Rocha e Cleber D’Nuncio. Essa temporada comemora os 80 anos de Helena Ignez.
“…uma delicada viagem pelo tempo que resulta em dos mais belos espetáculos presentes em nossa cena. Imperdível!”
– José Cetra Filho – Palco Paulistano, Jurado APCA SP
“Belíssimo, alusivo, tchekhoviano, na sua névoa de irrealidade, de memória e de projeto” – Marcelo Coelho, Folha de SP
Sucesso de crítica e de público, o tecnológico Tchekhov é um Cogumelo, do Estúdio Lusco-Fusco, ganha uma nova temporada no Teatro Sérgio Cardoso, entre 26 de abril a 6 de maio. Com direção de André Guerreiro Lopes, o espetáculo mistura teatro, dança, neurociência e música ao vivo para montar de forma original trechos do clássico ‘As Três Irmãs’, do autor russo Anton Tchekhov (1860-1904). O espetáculo foi selecionado para o 42º FITEI e segue em maio para Portugal, se apresentando no Porto, no tradicional Teatro Nacional São João.
A encenação retrata a vida de três mulheres presas nas memórias de um tempo passado e acuadas por um mundo em transformação. Atrizes de diferentes gerações, Djin Sganzerla, Helena Ignez e Michele Matalon, criam um jogo cênico que embaralha os diversos tempos. Seriam elas as três irmãs ou a mesma mulher em três momentos da vida?
A partir das contradições do presente, a peça cria uma reflexão sobre os temas da apatia, do caos, do medo e do desejo de mudança. O elenco tem, ainda, participação dos dançarinos Samuel Kavalerski e Fernando Rocha, do cantor e ator Cleber D’Nuncio e do grupo musical Embatucadores.
Durante a apresentação, o diretor André Guerreiro Lopes veste um capacete de eletrodos que capta sua atividade cerebral e emoções, ativando uma instalação sonora e visual desenvolvida pelo músico Gregory Slivar. Dessa forma, as ondas mentais produzidas pelo encenador controlam frequências que tocam sinos e fazem vibrar poças d’água nesse aparato tecnológico instalado no palco.
Além disso, são projetadas no espaço cênico trechos de uma entrevista em vídeo feita em 1995 por André Guerreiro e alguns colegas com José Celso Martinez Corrêa. Nas imagens, o diretor do Teatro Oficina conta sobre o processo criativo radical pelo qual o grupo passou em 1972 para a montagem de ‘As Três Irmãs’. E relata como uma experiência com substâncias alucinógenas permitiu a compreensão da obra de Tchekhov. Essa conversa foi publicada no livro ‘PRIMEIRO ATO – Cadernos, Depoimentos, Entrevistas (1958/1974)’, do próprio Zé Celso, mas as filmagens permaneceram inéditas por mais de 20 anos.
O espetáculo, que estreou em 2017, foi indicado aos prêmios APCA (na categoria de melhor espetáculo) e Shell (de melhor música), além de ter sido eleito um dos três melhores daquele ano pelos críticos do jornal Folha de S.Paulo. A montagem original marcou os 10 anos de trajetória do Estúdio Lusco-Fusco.
Sobre André Guerreiro Lopes
Diretor artístico da Cia. Estúdio Lusco-Fusco, André Guerreiro Lopes explora a intersecção das linguagens do teatro, dança, cinema e artes visuais em espetáculos como “Tchekhov é um Cogumelo”, “A Melancolia de Pandora”, “Ilhada em Mim – Sylvia Plath” (indicado ao Prêmio APCA de melhor direção) e “O Livro da Grande Desordem e da Infinita Coerência” (escolhido o 2º Melhor Espetáculo do Ano pelo júri da crítica da Folha de S.Paulo). Acaba de finalizar “siron. tempo sobre tela”, filme de longa-metragem sobre o pintor Siron Franco.
Recebeu os prêmios de Melhor Ator no 21 º Festival de Cinema Lusco Brasileiro, Portugal, no 41º Festival de Cinema Guarnicê e no Festival Internacional de Cinema Fronteira. Como ator convidado, atuou em produções como a peça “Dissecar Uma Nevasca”, de Bim de Verdier, apresentado no Brasil, Estocolmo e no Odin Teatret na Dinamarca; os longas-metragens “A Moça do Calendário” e “Luz Nas Trevas – A Volta do Bandido da Luz Vermelha”, de Helena Ignez; a novela “Sangue Bom”; e as minisséries “Hebe”, “Carcereiros”, “Dercy” e “JK”, da Rede Globo.
Por seis anos foi membro do Theatre de l’Ange Fou, companhia teatral sediada em Londres, apresentando-se em diversas cidades da Europa, Israel e Brasil. Foi integrante dos grupos CPT, de Antunes Filho, e Cia do Latão. Foi assistente de direção do diretor Bob Wilson nos espetáculos Garrincha – Uma Ópera das Ruas e A Dama do Mar. Entre trabalhos como cineasta, está a direção de “O Voo de Tulugaq”, premiado como Melhor Filme da Crítica no Festival de Cinema Luso-Brasileiro de Santa Maria da Feira, Portugal e exibido no Festival do Rio, Mostra Internacional de Cinema de SP, NY Film Festival – Lincoln Center e Wexner Center For The Arts, Ohio. Formado em audiovisual na ECA-USP e no Teatro Célia-Helena, especializou-se em teatro físico na International School of Corporeal Mime em Londres, em cinco anos de estudos com os últimos assistentes de Etienne Decroux, Steven Wasson e Corinne Soum. Estudou voz com Rona Laurie da Giuldhall School of Music and Drama de Londres e com Eudósia Acuña Quitero da ECA-USP.
Sobre Djin Sganzerla
É atriz, produtora e cofundadora da Cia Estúdio Lusco-Fusco junto com André Guerreiro Lopes. No momento finaliza seu primeiro longa como diretora, OCEAN GIRL. Uma co-produção Brasil x Japão que conta com Lucélia Santos, Stênio Garcia e Rafael Zulu no elenco.
Recebeu diversos prêmios, entre eles o APCA de Melhor Atriz de Cinema de 2008; Melhor Atriz no 12º Festival de Cinema Luso Brasileiro, Portugal; Melhor Atriz no Festival de Cinema de Natal e Melhor Atriz Coadjuvante no 39º Festival de Cinema de Brasília.
No teatro, atuou em “Tchekhov é um Cogumelo” (2017), “Ilhada em Mim- Sylvia Plath” (2014), “O Livro da Grande Desordem e da Infinita Coerência” (2013), e “O Belo Indiferente” (2011), todos com direção de André Guerreiro Lopes; “A Melancolia de Pandora” (2016), com direção de Steven Wasson e Lopes; “ Frank-1” (2013), com direção Helio Cícero e Samir Yazbek; “O que é Bom em Segredo é Melhor em Público”, com direção de André Abujamra; “Cacilda!”, com direção de Zé Celso; e “Savanna Bay”, com direção de Rogério Sganzerla. Protagonizou, ainda, a performance teatral “Avoidance”, com direção e texto do inglês Jesse Ash, apresentado em mais de 18 capitais mundiais, em museus e galerias de arte. Codirigiu com André G. Lopes o “Estranho Familiar”, inspirado no conto O Espelho, de Guimarães Rosa.
No cinema, atuou em mais de quinze longas metragens como “A Moça do Calendário” (2017) e “Ralé” (2016), ambos de Helena Ignez; “Ornamento e Crime” (2017), com direção Rodrigo Areias; “O Gerente”, de Paulo Cesar Saraceni; “Luz nas Trevas – A volta do Bandido da Luz Vermelha”, de Helena Ignez e Ícaro Martins; “Meu Nome é Dindi”, de Bruno Safadi; e “Falsa Loura”, de Carlos Reichenbach. Na TV, foi uma das protagonistas da série “Motel” (2015), da HBO, com direção de Fabrizia Pinto; da minissérie “Ed Mort” do Multishow, com direção Eduardo Albergaria, entre outras. É coordenadora da Escola Livre de Cinema da Adaap São Paulo, em parceria com a Escola de Cinema de Estocolmo, também atuando no filme rodado no Brasil e na Suécia em março 2018.
Sobre Helena Ignez
Começou no teatro em 1960 em Salvador na antológica montagem de A Ópera dos Três Tostões, de Bertolt Brecht, dirigida por Martim Gonçalves, com cenários de Lina Bo Bardi e com Eugenio Kusnet como protagonista. Trabalhou como atriz com alguns dos mais importantes diretores como Judith Malina, Ziembinski, Antônio Abujamra. Atuou em Os Sete Afluentes do Rio Ota, de Monique Gardenberg, em Vestido de Noiva, em 2016 sob direção de Rodolfo Vázquez e Tchekhov é um Cogumelo com direção de André Guerreiro Lopes, em 2017. Dirigiu Savannah Bay de Marguerite Duras e Cabaret Rimbaud – Uma Temporada no Inferno, de sua autoria, para o Festival de Artes em Barcelona.
Fez seu primeiro filme com Glauber Rocha, como atriz no curta-metragem “Pátio” em 1959. Fez inúmeros filmes do Cinema Novo, como “A Grande Feira”, “Grito da Terra”, “Assalto ao Trem Pagador” e “O Padre e a Moça”. Começou sua parceria criativa com Rogério Sganzerla em 1968 e atuou em quase todos os seus filmes. Seu trabalho como atriz incluem os filmes Antes do Fim, de Cristiano Burlam, Encarnação do Demônio, de José Mojica Marins, Hotel Atlântico, de Suzana Amaral, entre muitos outros.
Em cinema dirigiu, entre outros filmes, Canção de Baal, vencedor do Prêmio de Melhor Filme pelo Júri da Crítica no Festival de Gramado 2009; Luz nas Trevas, Prêmio da Crítica Boccalino d’Oro de Melhor Filme no Festival de Cinema de Locarno e Ralé, vencedor do prêmio Melhor Direção no 23o Festival Mix Brasil em 2016. Seu último filme, A Moça do Calendário, com roteiro de Rogério Sganzerla, foi premiado no Festival de Cinema Luso-Brasileiro de Santa Maria (Melhor Filme – Voto Popular), Melhor filme no Femina – Festival Internacional de Cinema Feminino e recebeu sete prêmios no 41º Festival Guarnicê de Cinema.
Helena recebeu homenagens em festivais como no 20º Fribourg International Film Festival, na Suíça, com a Mostra La Femme du Bandit com a exibição de 25 filmes, e no 17º Kerala International Film Festival, na Índia, além de ter sido a homenageada do Grande Prêmio do Cinema Brasileiro, em 2017.
Sobre Michele Matalon
Trabalhou como atriz-dançarina com o Grupo Marzipan, com o qual também produziu espetáculos como “Marzipan 2015”, “Tico-Tico”, “Marzipan Dança”, “Palimpseto”, “Manos Arriba” e “Tratar com Murdock”, e com Gerald Thomas. Codirigiu com Monique Gardenberg os espetáculos “O Desaparecimento do Elefante”, “Inverno na Luz Vermelha”, “Um Dia No Verão” e “Os Sete Afluentes Do Rio Ota”.
Atuou em “Pentesiléias”, com direção de Daniela Thomas e Bete Coelho, e nos seguintes espetáculos de Gerald Thomas “Império Das Meias Verdades”, “Saints and Clowns” e “Morte”, além de ter produzido “The Flash and Crash Days”. No cinema, foi diretora assistente de projetos como “A Moça do Calendário”, “Ralé”, “Luz Nas Trevas”, “Poder dos Afetos” e “Canção de Baal”, todos de Helena Ignez e do longa “Ó Paí Ó”, de Monique Gardenberg.
SINOPSE
Teatro, dança, neurociência e música ao vivo se encontram neste espetáculo para abordar de forma original a peça “As Três Irmãs”, de Anton Tchekhov, uma das obras primas da dramaturgia russa. Três mulheres cercadas por um mundo em intensa transformação atravessam uma jornada de surpresas, desencantos e esperanças. Em cena, o próprio diretor interfere de forma inusitada no espetáculo: vestindo um capacete de eletrôdos, suas ondas mentais e pensamentos controlam luzes e sons durante a apresentação.
FICHA TÉCNICA
Direção, Concepção e Adaptação: André Guerreiro Lopes
Texto: extratos de “As Três Irmãs”, de Anton Tchekhov
Elenco: Djin Sganzerla, Helena Ignez, Michele Matalon, Samuel Kavalerski, Fernando Rocha e Cleber D’nuncio
Cenário e Figurinos: Simone Mina
Direção Musical e Instalação Sonora: Gregory Slivar
Iluminação: Marcelo Lazzaratto
Assistente de Direção e Direção de Cena: Rafael Bicudo
Participação Especial: Grupo Embatucadores
Preparação de Canto e Músicas Tradicionais: Roberto Moura
Produção Executiva: Sandro Rabello
Produção Local: Flandia Mattar
Direção de Produção: Djin Sganzerla – Mercúrio Produções Ltda.
Visagista: Patrícia Boníssima
Direção de Vídeo: André Guerreiro Lopes
Operação de Luz: Ricardo Barbosa
Operação de Som: Renato Garcia
Pós-produção e Operação de Vídeo: Ricardo Botini
Contraregra: Manu Muniz
Crédito da foto: Jennifer Glass e André Guerreiro Lopes
SERVIÇO
Tchekhov é um Cogumelo, a partir de ‘As Três Irmãs’, de Anton Tchekhov
Teatro Sérgio Cardoso – Sala Sérgio Cardoso – Rui Barbosa, 153, Bela Vista
Temporada: 26 de abril a 6 de maio
Sextas, sábados e segundas, às 21h; e aos domingos, às 17h
Ingressos: Plateia A – R$50 (inteira) e R$25 (meia-entrada); Plateia B – R$40 (inteira) e R$20 (meia-entrada); e Balcão – R$30 (inteira) e R$15 (meia-entrada)
Vendas online: pelo site Ingresso Rápido
Bilheteria: de terça a sábado, das 14h às 19h; e no dia do espetáculo, das 14h até o início da sessão
Informações: (11) 3288-0136
Classificação: 12 anos
Duração: 90 minutos
Capacidade: 835 lugares
www.luscofusco.art.br