TRÍPTICO SERTANEJO

DUAL cena contemporânea faz duas apresentações da dança Tríptico Sertanejo no Teatro Sérgio Cardoso

Com direção de Ivan Bernardelli, espetáculo explora universo do sertão brasileiro a partir de relações míticas, lendárias e estéticas

Uma imagem contendo olhando, escuro, em pé, sentado

Descrição gerada com alta confiança

Fotos de Alicia Peres

O espetáculo TRÍPTICO SERTANEJO mergulha no vasto e multifacetado mundo dos sertões brasileiros, com a intenção de decifrar suas paisagens, sua gente e suas lendas para compor uma perspectiva de seu ideário e de suas mitologias.

Tríptico Sertanejo acena para os cenários dos sertões bravios, com seus personagens inesperados que tensionam relações míticas, lendárias e estéticas. Cabeças cortadas, bois encantados, bandos festeiros, profetas, guerreiros, centauros: poderosos brasileiros tornados eternos por violeiros, sanfoneiros, poetas e por muitos cordelistas.

Mundo vasto e multifacetado, o sertão é uma paisagem extremamente complexa. SERTÃO é termo usado já por Pero Vaz de Caminha, denotando o extenso e desconhecido interior da colônia, longe do mar. Com o tempo, a nomenclatura demarcaria um espaço simbólico, mais que um lugar geográfico. Povoado era a região ‘ordenada pela Igreja Católica’, sertão era o local da falta e da ausência de ordem.

Inspirado naquilo que nos disse Guimarães Rosa: “O sertão está em toda parte”, o amplo arco geográfico que o espetáculo enfrenta, que vai dos pampas gaúchos até o semi-árido nordestino, determina de maneira muito complexa a “terra ignota” a que chamamos sertão.

O espetáculo organiza-se a partir de um tríptico, uma obra em três partes interconectadas. Um boi encantado conduz os espectadores pelas lendas femininas do cangaço, pelos espaços vazios do pós-guerra de Canudos e pelos virtuosos sapateados dos tropeiros, o baile dos centauros.

A direção musical, de Rodrigo Mercadante, inspira-se nas ladainhas sertanejas e nos folguedos de bumba-meu-boi para as composições musicais interpretadas ao vivo. O espetáculo conta com a participação de Juh Vieira, que com sua viola dá o tom das paisagens pelas quais o espetáculo passeia, acompanha canções interpretadas por Mônica Augusto e Flávia Teixeira, e vibra nas improvisações para o baile dos centauros, intercalando com o som percussivo dos virtuosos sapateados.

SOBRE A DUAL CENA CONTEMPORÂNEA

A DUAL cena contemporânea realiza trabalhos artísticos a partir de mitologias, fenômenos históricos e temas relacionados à cultura brasileira. Sua trajetória teve início com o espetáculo “Duo Para Dois Perdidos” (2008), inspirado no universo de “Dois Perdidos Numa Noite Suja”, de Plínio Marcos.

Entre seus principais espetáculos estão “Terra Trêmula” (2014), que propõe o encontro de Ogum com São Miguel Arcanjo em meio às tensões religiosas do Brasil colonial; “Profetas da Selva” (2016), que mergulha no mundo indígena para tratar das extensas peregrinações rumo à Terra Sem Mal prometida pela mitologia Guarani; e “Chulos” (2017), baseado nas mitologias ao redor das folias de Reis do Brasil.

Ao longo de sua trajetória, a companhia participou de importantes Mostras de Teatro e Dança nem cidades da Bahia, Ceará, São Paulo, Pará, Pernambuco e Rio Grande do Sul, além de Santa Cruz de La Sierra e La Paz, na Bolívia.

Premiações
Indicada ao APCA 2018 (espetáculo Chulos, melhor estreia);
Indicada ao Prêmio Bravo! 2018 (Chulos, melhor espetáculo de dança);
Premiada na categoria DANÇA pelo Prêmio Brasil Criativo (2016)
Pré-selecionada para o Prêmio Select de Arte e Educação (2017, por atividades artísticas e pedagógicas realizadas no biênio 2015-2016).
A companhia foi contemplada pelo PROAC para a criação de Obras Inéditas e Temporadas de Dança em 2013, 2015 e 2017; pelo PROAC para a Circulação de Artes Cênicas Para a Rua 2018 e pela 20. edição do Edital de Fomento à Dança da Cidade de São Paulo em 2016. Em 2010 e 2011, foi contemplada no edital Novos Coreógrafos: Novas Criações: Site Specific, do Centro Cultural São Paulo.

SINOPSE
O espetáculo TRÍPTICO SERTANEJO mergulha no vasto e multifacetado mundo dos sertões brasileiros, com a intenção de decifrar suas paisagens, sua gente e suas lendas. O espetáculo organiza-se a partir de um tríptico, uma obra em três partes interconectadas. Um boi encantado conduz os espectadores pelas lendas femininas do cangaço, pelos espaços vazios do pós-guerra de Canudos e pelos virtuosos sapateados dos tropeiros, o baile dos centauros.

FICHA TÉCNICA
Direção geral: Ivan Bernardelli
Elenco: Mônica Augusto, Flávia Teixeira, Hélio Feitosa, Kleber Cândido, Diogo de Carvalho, Ivan Bernardelli e Edson Henrique
Textos e orientação dramatúrgica: Luís Alberto De Abreu
Direção e preparação musical: Rodrigo Mercadante
Viola: Juh Vieira
Canções: Flávia Teixeira, Mônica Augusto e Rodrigo Mercadante
Iluminação: Osvaldo Gazotti
Cenotécnica: Mauro Martorelli
Figurino: Otávio Matias
Macramês: Nereide Bernardelli
Aulas de chula gaúcha: Rodrigo Magalhães de Mattos e Leonardo Brizolla de Mello
Provocação estética e registro fotográfico: Alícia Peres
Registro em vídeo: Bela Baderna
Identidade visual, design gráfico e digital: Estúdio Manivela
Produção: DUAL cena contemporânea e Radar Cultural gestão e projetos / Solange Borelli

SERVIÇO
Tríptico Sertanejo, da DUAL cena contemporânea, com direção de Ivan Bernardelli
Teatro Sérgio Cardoso – Rua Rui Barbosa, 153, Bela Vista
Apresentações: 7 e 8 e novembro, 20 horas
Ingressos: R$ 20,00 (inteira) R$ 10,00 (meia)
Capacidade: 144 lugares
Duração da obra: 55 minutos
Classificação etária: 14 anos