O PORTO

Laerte Késsimos realiza performance instalação O PORTO – Experimento Público Nº 2 , a partir da vida do artista plástico José Leonilson no centro de SP

Com orientação e dramaturgia de Leonardo Moreira, a ocupação artística faz parte do processo criativo do espetáculo SER JOSÉ LEONILSON, que tem previsão de estreia para outubro

Uma imagem contendo pessoa, vestuário

Descrição gerada automaticamente

Fotos de Leekyung Kim

 

Nesta performance/instalação, o artista Laerte Késsimos compartilha com o público o processo criativo de seu novo espetáculo – inspirado na vida e obra do artista plástico cearense José Leonilson (1957-1993) – em um ateliê-vitrine localizado no centro da cidade de São Paulo. O PORTO, Experimento Público Nº 2, tem direção de Aura Cunha e dramaturgia de Leonardo Moreira, e faz parte do processo criativo do espetáculo SER JOSÉ LEONILSON, com previsão de estreia para outubro de 2019.

A ocupação artística acontece em um local de passagem no centro da cidade, a Galeria Zarvos, Avenida São Luiz, nº 258 – loja 14, de 10 de junho a 10 de agosto de 2019, a ação acontece por seis horas diárias (das 11h às 17h), de segunda a sexta. Nesse ateliê aberto, Laerte dividirá com o público, durante estes 60 dias, um diário de criação de obras (pinturas, desenhos, bordados, e outros trabalhos têxteis) e ensaios do espetáculo, com ações como conversas com o público, experimentos perfomativos e uma exposição das obras criadas.

Idealizado por Laerte Késsimos, o projeto Ser José Leonilson é uma aproximação poética da obra e vida do artista plástico José Leonilson Bezerra Dias, vinte e seis anos após sua morte. Vítima da Aids, sua obra continua atual, candente e relevante, demandando multiplicações, contestações e disseminações. O projeto é divido em três frentes criativas: um espetáculo teatral, uma exposição com os trabalhos criados durante o processo de ensaios e uma instalação performática, um “ateliê vitrine”, a performance O PORTO.

A performance O PORTO

Uma primeira versão da performance, O PORTO, experimento público nº1, aconteceu na Virada Cultural 2018, quando um contêiner deu abrigo a esse ateliê-vitrine que ficou instalado ao lado do Teatro Municipal de São Paulo, durante 24 horas ininterruptas. O projeto SER LEONILSON foi contemplado pela primeira edição do edital Cleyde Yáconis e tem apoio institucional da Sociedade Amigos do Projeto Leonilson para sua pesquisa.

Objeto de Curiosidade

Durante o experimento público no. 2, o artista Laerte Késsimos estará dentro de um “ateliê vitrine” –  o próprio espaço como um “objeto de curiosidade”. Durante este período, o ateliê será o local de trabalho de Laerte, onde diante dos olhos de transeuntes e/ou visitantes, ele trabalhará diariamente na criação de obras, e nos ensaios do espetáculo.

Para formar um tecido poético, feito do entrelaçamento entre as biografias e objetos de arte de José Leonilson e Laerte Késsimos, o performer irá realizar performances diárias e públicas para criar novos trabalhos (pinturas, desenhos, bordados, e outros trabalhos têxteis), ou releituras dos “objetos de desejo e curiosidade” criados por Leonilson – uma releitura pública da obra de Leonilson a partir do confronto entre sua pessoalidade, a biografia de Leonilson e o depoimento do público.

Diários cartografados, mapas geométricos, mapas que são retratos, geometrias brancas, brancos que são páginas de diário ou autorretratos, referências íntimas e cotidianas sustentam essa ação, que nasce do desejo íntimo de Laerte Késsimos em jogar o jogo favorito de Leonilson – a intersecção entre ficção e realidade; entre o íntimo e o público; entre o diário e a afirmação política;  entre o bordado real e a descrição de uma paisagem; entre a biografia de Laerte e os bordados de Leonilson.

Um ateliê de arte no meio de uma galeria comercial: um porto, um lugar de receptividade. O artista Laerte Késsimos é um porto que recebe o público em seu ateliê vitrine. Nesse encontro, histórias íntimas são compartilhadas. Entre a precariedade e o sublime, entre o íntimo e o público, entre o efêmero e o duradouro. Entre o conforto familiar de um bordado e a concretude oca de uma palavra. Como um pedaço de pano se junta a outros pedaços iguais – outras histórias, outras palavras, outros encontros.

Objeto de Desejo

Assim como Leonilson, em sua performance, Késsimos transfere sentimentos de sua vida para sua obra de forma direta e ao mesmo tempo subjetiva, procurando traçar paralelos entre sua vida e a vida de Leonilson, aprofundando a ideia de que o encontro entre o artista e o espectador pode gerar um objeto de desejo.

Um encontro transformado em tecido, linha, relevo, cor, textura. E vazio. Localizado entre uma espécie de tradição artesanal não erudita e a arte conceitual contemporânea, a tela cobertor evidencia o afeto como única (e talvez ingênua) possibilidade de abrigo.

A performance, já esboçada em um evento público que funcionou como preparação, teste e ensaio de seu formato final usa o encontro com o espectador, a ideia do performer como porto e a criação de um espaço de hospitalidade, tema tão contemporâneo quanto ambíguo.

O termo hospitalidade derivada do latin hospes, significa tanto a pessoa que hospeda alguém como o hóspede: um estrangeiro, um outro, um viajante. Aqui nasce uma ambiguidade que não nos permite determinar quem recebe e quem é recebido. Um hóspede pode ser alguém que irá te salvar ou alguém que irá perturbar a ordem. Ao deixar-se ser hospedado por alguém, o hóspede oferece – ele próprio – um certo tipo de hospitalidade: ao visitar o coração do hóspede ele simbolicamente o toma para si. É por isso que hostis em latim significa, além de um visitante, também um inimigo.

O ateliê-vitrine é o abrigo para a criação do espetáculo “SER JOSÉ LEONILSON”, criado a partir de uma profunda investigação sobre a vida e obra do artista plástico, de sua biografia poética (suas obras, diários, gravações em áudio, entrevistas e depoimentos de familiares), e dos relatos biográficos do artista. O espetáculo teatral inédito, com atuação de Laerte Késsimos, dramaturgia de Leonardo Moreira, direção de Aura Cunha tem previsão de estreia para o segundo semestre de 2019.

Exposição

Todas as obras visuais (bordados, tecidos, objetos pessoais e roupa) produzidos por Laerte Késsimos durante a performance ficarão expostas em uma exposição que em breve ficará aberta à visitação na cidade de São Paulo. Esses trabalhos partem de inspirações, traduções e revisitas à obra de Leonilson.

O espetáculo SER JOSÉ LEONILSON

Com previsão de estreia para outubro, SER JOSÉ LEONILSON é um espetáculo solo que mistura narrativas pessoais e ficção. Organizado como um documentário poético em que a vida de Laerte (e a feitura desse espetáculo) se entrelaça aos diários, gravações e depoimentos de Leonilson, a montagem não está preocupada em levantar um edifício ficcional. Antes, contenta-se com o relato e a descrição de obras, criando um ambiente poético, que não abandona a narrativa e o contato direto com o público.

Sobre Laerte Késsimos (performer)

Natural de Governador Valadares/MG o ator é formado pela Escola de Teatro Ewerton de Castro, vive em São Paulo desde 2001. Na capital paulista fez parte do elenco da Cia de Teatro Os Satyros de 2004 a 2009, onde iniciou sua carreira profissional e participou de diversos trabalhos de destaque como “A Vida na Praça Roosevelt”, “Transex” e “Inocência”. Alí também participou do processo de revitalização da Praça Roosevelt. Em 2019, completa 36 anos, idade em com que Leonilson morreu.

Últimos trabalhos no teatro: O AGORA QUE DEMORA, de Cristiane Jatahy | REFLUXO de Angela Ribeiro, direção Eric Lenate | UNFAITHFUL  de Owen McCafferty, direção Lavínia Pannunzio | COM AMOR, BRIGITTE, texto de Franz Klepper e direção de Fábio Ock | AO PÉ DO OUVIDO, direção Zé Henrique de Paula  TRANSEX | texto e direção de Rodolfo García Vázquez, A VIDA NA PRAÇA ROOSEVELT | de Dea Loher | direção de Rodolfo García Vázquez, INOCÊNCIA | de Dea Loher | direção de Rodolfo García Vázquez, EL TRUCO | texto e direção Roberto Audio, URUBU QUANDO ESTÁ COM AZAR | texto e direção Hugo Possolo | PIRATAS DO CARIBE | de Otávio Frias, direção Marcos Loureiro, MORMAÇO | de Ricardo Inhan | direção Zé Henrique de Paula, NO CORAÇÃO DO MUNDO | de Tony Kushner | direção Zé Henrique de Paula e VESTIDO DE NOIVA | de Nelson Rodrigues  | direção Eric Lenate. Concorreu ao prêmio APLAUSO BRASIL DE TEATRO, como melhor ator coadjuvante de 2013 pelo espetáculo VESTIDO DE NOIVA de Nelson Rodrigues dirigido por Eric Lenate.

No cinema já atuou em diversos curtas e fez participações em alguns longas, os mais recentes são o curta “Polícia e Ladrão” – Direção Marcela Cardoso, o curta “Eric” – Direção Herbert Bianchi, o longa-metragem “Trabalhar Cansa” – Direção Marco Dutra/Juliana Hojas. Atuou recentemente nas séries O ESCOLHIDO (NETFLIX),  3%, (NETFLIX), Gigantes do Brasil do canal HISTORY CHANNEL.

Em uma carreira paralela, desenvolve seu trabalho de artista visual como fotografo, diretor, montador de curtas e vídeos e design gráfico. Paralelo ao cinema, trabalhou na criação de filmes para os espetáculos: 1984, de George Orwell e DOG VILLE, direção Zé Henrique de Paula, O TESTE DE TURING de Paulo Santoro, dirigido por Eric Lenate, SIT DOWN DRAMA de Michelle Ferreira e VESTIDO DE NOIVA de Nelson Rodrigues dirigidos por Eric Lenate, INOCÊNCIA de Dea Loher, direção Rodolfo Gárcia Vázquez.

Sobre Aura Cunha (direção)

Atriz e produtora cultural, é mestra em Artes Cênicas pela Universidade de São Paulo. Integrou a Companhia de Teatro em Quadrinhos, sob direção de Beth Lopes, onde atuou como atriz, produtora e idealizadora dos espetáculos: “Na Pele de Josef K”, “Anônimos” “(a)tentados” e “A Tempestade”. Em 2010, foi produtora e assistente de direção de Leonardo Moreira no espetáculo “O Silêncio depois da Chuva” (indicado a 02 Prêmios Shell 2012) de Gustavo Colombini . Foi assistente de direção de Leonardo Moreira no espetáculo “Menor que o Mundo” (2011) e produziu o espetáculo “Maquina de escrever reticências” de João Dias com direção de Beth Lopes. É co-criadora “Del Lugar en el que estoy ya me fui” apresentado no Projeto Espacios Revelados em Buenos Aires (2014). Foi assistente de direção de Leonardo Moreira do espetáculo Wiosna, no Teatr Studio, Varsóvia (Polônia / 2016). Atualmente é integrante da Cia. Hiato exercendo a função diretora de produção  e assistente de direção que inclui no seu repertório os espetáculos, “Cachorro Morto” 2007; O Jardim (Prêmio Shell 2012; Prêmio APCA 2012; Prêmio Governador do Estado de São Paulo – Melhor Espetáculo, e Prêmio CPT ); “Ficção” (03 indicações ao Prêmio Shell 2013), “2 Ficções” (coprodução KunstenFestivaldesArts / Bruxelas); Amadores, indicado ao Prêmio APCA (2016) e Odisseia (coprodução OCC / Atenas e Mousonturm/Frankfurt), indicado, junto a Cia Hiato, ao Prêmio Shell Inovação por seus 10 anos de trajetória artística no Brasil e exterio). Os espetáculos da Cia. se apresentam na Holanda, Alemanha, Chile, Romênia, Colômbia, Grécia, Estados Unidos, Argentina, Bélgica e Áustria.

Sobre Leonardo Moreira (orientação e dramaturgia)

Dramaturgo e diretor da Companhia Hiato, de São Paulo, é mestre em Dramaturgia pela Universidade de São Paulo. Estreou como autor e diretor com a peça Cachorro Morto (2008) e com o texto seguinte, Escuro, recebeu o Prêmio Shell 2010 e Prêmio CPT – Melhor Autor e Melhor Espetáculo. Com O Jardim (2011) recebeu o Prêmio Shell 2012 e Prêmio APCA 2012 de Melhor Direção, Prêmio Governador do Estado de São Paulo – Melhor Espetáculo, e Prêmio CPT. Escreveu e dirigiu com a Cia. Hiato os espetáculos Ficção, indicado ao Prêmio Shell 2014 e  2 Ficções (co-produção com o KunstenFestivaldesArts | Bruxelas). Também são de sua autoria Bagagem, Prometheus – a tragédia do fogo e Menor que o Mundo, que também dirigiu. Dirigiu o espetáculo “O Silêncio Depois da Chuva” (indicado a 2 Prêmios Shell 2012) e criou a instalação Del lugar en el que estoy, Espacios Revelados, Buenos Aires (2014). Em 2016, dirigiu e escreveu o espetáculo Wiosna, Teatr Studio, Varsóvia (Polônia) e criou o espetáculo Amadores, também com a Cia. Hiato, indicado ao Prêmio APCA 2016 de Melhor Direção. Em 2018, criou o espetáculo Odisseia (coprodução OCC / Atenas e Mousonturm/Frankfurt) indicado, junto à Cia Hiato, ao Prêmio Shell Inovação por seus 10 anos de trajetória artística no Brasil e exterior. Além disso, é roteirista para cinema (De onde Eu Te Vejo, A Noite do Halley) e televisão (Três Teresas, GNT; Vizinhos, GNT, Jogo da Memória, Globo). Seus espetáculos já foram apresentados nos Estados Unidos, Alemanha, Holanda, Grécia, Polônia, Bélgica, Romênia, Chile, Colômbia, Argentina e Áustria.

FICHA TÉCNICA DA PERFORMANCE – O PORTO (EXPERIMENTO No. 2)

Artista Performer: Laerte Késsimos
Orientação e dramaturgia: Leonardo Moreira
Direção: Aura Cunha
Direção de Produção: Renata Bertelli e Gustavo Sanna
Produção Executiva LUDMILLA PICOSQUE e YUMI OGINO
Assessoria de Imprensa: Pombo Correio

FICHA TÉCNICA DO PROJETO SER JOSÉ LEONILSON
Criação: SOCIEDADE LÍQUIDA
Idealização: LAERTE KÉSSIMOS
Direção: AURA CUNHA
Dramaturgia e pesquisa: LEONARDO MOREIRA
Elenco, pesquisa, e direção audiovisual: LAERTE KÉSSIMOS
Trilha Sonora Original: JUAN PABLO ABALO (Chile)
Direção de Produção: RENATA BERTELLI e GUSTAVO SANNA
Produção Executiva: LUDMILLA PICOSQUE e YUMI OGINO
Assessoria de Imprensa: Pombo Correio

SERVIÇO
O PORTO – Experimento Público nº 2
Galeria Zarvos – Avenida São Luiz, nº 258 – loja 14
10 de junho a 10 de agosto de 2019
de segunda a sexta, das 11h às 17h.
Classificação: livre