EU SOU ESSA OUTRA

A PARTIR DA VIDA DA ATRIZ LIV ULLMANN, EU SOU ESSA OUTRA, DE CARLA KINZO, ESTREIA EM MAIO NO SESC PINHEIROS

Com direção de Vera Egito, idealizado e produzido por Maria Laura Nogueira e Rita Gullo (que integram o elenco, ao lado de Nana Yasbek), espetáculo cria reflexão sobre o papel contemporâneo da mulher em espaços de criação

Fotos de Camila Cornelsen

Escrito por Carla Kinzo e dirigido por Vera Egito, Eu sou essa outra parte da vida da atriz Liv Ullmann, rememorada no livro autobiográfico “Mutações”, para tratar dos muitos papéis vividos por uma mulher em seus processos pessoais, profissionais, artísticos.  O espetáculo estreia no Sesc Pinheiros (no auditório do 3º andar), no dia 17 de maio, e segue em cartaz até 16 de junho, com sessões de quinta a domingo, às 20h30.

Com uma carreira já consolidada no audiovisual, Vera Egito marca sua estreia nos palcos nesta peça, o convite partiu das atrizes e produtoras Maria Laura Nogueira e Rita Gullo. “A direção teatral é nova para mim, mas o amor pelo teatro é mais antigo. Em 2005, fui assistente de direção de Marcelo Lazzaratto em ‘A Entrevista’, de Samir Yasbek e Ligia Cortez, e ali o bichinho me picou. Por mais desafiador que seja para mim, este é um lugar que ocupo com alegria e afeto, para o qual me preparei para estar. O texto da Carla Kinzo foi essencial para que eu aceitasse o convite. A abordagem que ela faz aos temas propostos por Liv Ullmann em suas memórias é tão bonita, tão inteligente e singela ao mesmo tempo”, comenta Vera.

Carreira, maternidade, autoimagem, relacionamentos são temas do espetáculo, que, em sua dramaturgia, também conjuga elementos de “Casa de bonecas”, do dramaturgo norueguês Henrik Ibsen, texto que Liv montou em diversos momentos em sua vida, e “Persona”, o primeiro filme que a atriz fez com o cineasta sueco Ingmar Bergman.

“Na encenação, não há exatamente situações materiais a serem reproduzidas. Relatos, memórias e citações se embaralham de forma lírica. Esse foi meu guia para a encenação. Criar jogos e sensações nas atrizes que tragam para o corpo as memórias narradas no texto”, explica a diretora.

Equipe criativa composta inteiramente por mulheres

Maria Laura Nogueira, Nana Yazbek e Rita Gullo revezam-se em cena para recriar episódios da vida de Liv Ullmann que, por sua contundência, são usados para discutir os papéis das mulheres em espaços de criação. Completamente feminina, a equipe do espetáculo também foi formada a partir dessa reflexão que o livro propôs. A trilha sonora será improvisada em cena por Camila Cornelsen.

A cenografia, assinada por Carmela Rocha, é composta por elásticos com os quais as atrizes interagem. “Como uma metáfora do feminino, que é resiliente e resistente ao mesmo tempo, as atrizes interagem com esses elásticos formando imagens e experiências físicas. A ideia é de transparência, revelar os artifícios como sinal de honestidade, de franqueza. Pois, assim são os relatos de Liv: francos, sem vaidade ou medo de se expor”, diz Vera.

Como Liv não usa maquiagem até hoje, as atrizes não aparecem maquiadas em cena. Os figurinos de Emanuelle Junqueira também reproduzem essa simplicidade. “A peça traz Nora, mulher do século 19, Elisabeth, protagonista de persona, mulher dos anos 60 e a própria Liv, atual e viva. O figurino de forma precisa sobrepõem essas épocas. As três atrizes se revezam fazendo as três personagens alternadamente até virarem uma só. Os figurinos seguem esse conceito”, acrescenta.

Já a iluminação, concebida por Aline Santini, é parcialmente manipulada pelas atrizes no palco. Há recortes cinematográficos no desenho de luz, construindo closes e planos detalhes a partir do foco luminoso.

Sobre Vera Egito

Formada pelo Curso Superior do Audiovisual na Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP), a paulistana Vera Egito apresentou já em seu trabalho de conclusão de curso o curta-metragem “Espalhadas pelo Ar”, que estreou no Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, em 2007, e recebeu o prêmio de Descoberta da Crítica Francesa, em 2008. Ela também estudou roteiro na Escuela de Cine y Tv de San Antonio de los Baños, em Cuba.

No cinema, ainda escreveu o roteiro do curta “Elo” (2009), exibido na abertura da Semana da Crítica do Festival de Cannes; participou como co-roteirista dos longas “À Deriva” (2009) e “Serra Pelada” (2013), ambos de Heitor Dhalia, e “Elis” (2016), de Hugo Prata; e escreveu e dirigiu o longa “Amores Urbanos” (2016), estreado no Festival Internacional de Miami. Na televisão, foi diretora e roteirista do programa “Viva Voz com Sarah” (GNT, 2010 a 2013) e dirigiu os dois especiais sobre música “Na Trilha da Canção” (GNT, 2013).

Como diretora de videoclipes, produziu “Cangote”, de Céu; “Nightwalker”, de Thiago Pethit, indicado a clipe do ano pelo MTV Video Music Award Brasil; além de vídeos de Arnaldo Antunes, Ana Cañas, Tiê e Karol Conká.

Sobre Maria Laura Nogueira

Formada em Atuação pelo Teatro Escola Célia Helena e em Artes do Corpo pela Pontifícia Universidade Católica (PUC-SP), a atriz e bailarina Maria Laura Nogueira participou do CPTzinho de Antunes Filho. Alguns de seus trabalhos no teatro foram “Ricardo III” e “Romeu e Julieta” (pela qual foi indicada ao Prêmio FEMSA de melhor atriz), de William Shakespeare, ambas dirigidas por Marcelo Lazzaratto; “Quarto 77”, de Leonardo Alkimim, por Roberto Laje; “Pornô Falcatrua”, de Irvine Welsh, por Gustavo Machado; e “A hora em que não sabíamos nada uns dos outros”, de Peter Handke, por Lazzaratto.

No cinema, protagonizou os longas “Amores Urbanos”, de Vera Egito, e “Todas as razões para esquecer”, de Pedro Coutinho. Na televisão, atuou na novela “Ciranda de Pedra”, na minissérie “JK” e no especial “Por Toda a Minha Vida”, sobre Raul Seixas, todos na Rede Globo. Como apresentadora, participou de um projeto de Cao Hambúrguer para a TV Futura e da série “Descolados” (MTV). Teve participação especial nos seriados “Beleza S.A.” (GNT), “PSI” (HBO) e “O Negócio” (HBO).

Sobre Rita Gullo

A atriz, escritora e cantora Rita Gullo é formada em História pela Pontifícia Universidade Católica (PUC-SP) e em artes cênicas pelo Teatro Escola Célia Helena. No teatro, participou de várias peças da Cia. Elevador de Teatro Panorâmico, todas dirigidas por Marcelo Lazzaratto, como “A hora em que não sabíamos nada uns dos outros”, de Peter Handke, e “Diásporas”, de Cássio Pires.

Gullo tem dois discos lançados em sua carreira musical. Dirigido por Swami Jr., o primeiro álbum levou seu nome e teve participação especial de Chico Buarque; o segundo, em turnê há mais de cinco anos, vai encartado no livro “Solidão no fundo da agulha”, de Ignácio de Loyola Brandão.

Ao lado de Carla Gullo e Camilo Vannuchi, Rita escreveu três livros, “Samba e Bossa Nova”, “Choro” e “Música Caipira”, que foram publicados na coleção “Ritmos do Brasil” (Ed. Moderna). A coletânea sobre música brasileira para criança foi finalista do 59º Prêmio Jabuti, em 2017.

Sobre Nana Yasbek

Formada em artes cênicas pela Escola de Arte Dramática (EAD/ECA/USP), a atriz, arte-educadora e produtora Nana Yasbek é fundadora do |nur du lab|, laboratório de pesquisa e experimentação da cena formado com Anna Turra, Flora Belotti e Rogério Pinto. Ela também estudou Ciências Sociais na Universidade de São Paulo (USP), fotografia no Senac, atuação no Teatro Escola Célia Helana (onde lecionou teatro para crianças e adolescentes de 2011 a 2014) e no Conservatoire National Supérieur d’Art Dramatique de Paris, onde foi aluna de Jean-Claude Carrière, Philippe Garrel, Anatoli Vassiliev e Ariane Mnouchkine.

Junto à companhia Empório de Teatro Sortido esteve em cartaz com “Gotas d’água sobre pedras escaldantes”, de Rainer W. Fassbinder; foi atriz e assistente de direção na peça “Um bonde chamado desejo”, de Tennessee Williams (ganhador do Prêmio Shell 2015 de Melhor Direção, Melhor Atriz e Melhor Cenário), ambas dirigidas por Rafael Gomes; e assistente de direção em “Chorume”, escrita e dirigida por Vinicius Calderoni.

Atuou também nas peças “Três fragmentos de Brecht”, dirigida por Marco Antônio Rodrigues; “Obscenas – a traição é uma vaidade”, a partir de Nelson Rodrigues, por Pedro Granato; “Sobre Lorca”, por Nelson Baskerville; “Esta noite improvisaremos”, de Luigi Pirandello, por Ruy Cortez; “C’est tout”, de Marguerite Duras, por Jean-Damien Barbin; e “Só eles o sabem”, de Jean Tardieu, por Cristiane Paoli Quito. Atualmente, integra a mundana companhia como atriz no espetáculo “Na Selva das Cidades – Em obras”, com direção de Cibele Forjaz, e como assistente de direção de Aury Porto em “Necropolítica”.

No cinema, atuou em vários curtas-metragens; nos longas “Verlust”, de Esmir Filho; “45 dias sem ela” e “Música para cortar os pulsos”, ambos dirigidos por Rafael Gomes. Na televisão, participou das séries PSI (HBO), de Marcus Baldini; “Marias” (Sony), de Vera Egito, e “O som e o Tempo” (Canal Brasil), de Juliana Rojas. Em parceria com Anna Turra, concebeu e dirigiu a cena final do premiado show “A Mulher do Fim do Mundo”, de Elza Soares.

SINOPSE

Partindo de Mutações, livro autobiográfico da atriz Liv Ullmann, Eu sou essa outra trata dos muitos papéis vividos por uma mulher em seus processos pessoais, profissionais e artísticos. Carreira, maternidade, autoimagem, relacionamentos são temas da peça, que também traz referências à peça Casa de bonecas, de Ibsen e ao filme Persona, de Ingmar Bergman.

FICHA TÉCNICA
Texto: Carla Kinzo
Direção: Vera Egito
Elenco: Maria Laura Nogueira, Nana Yazbek e Rita Gullo
Assistência de direção: Carolina Fabri
Direção de Movimento: Patrícia Bergantin
Trilha e Fotografia: Camila Cornelsen
Desenho de Luz: Aline Santini
Cenário: Carmela Rocha
Figurino: Emannuelle Junqueira
Assistência de luz: Michele Bezerra
Assistência de cenografia: Marina Lickel
Cenotécnica: RPT Cenografia
Microfonista: Dug Monteiro
Assistente de Produção Luiz Altieri
Assessoria de Imprensa: Pombo Correio
Produção Executiva: Claudia Odorissio
Direção de Produção: Dani Angelotti (Cubo Produções)
Idealização: Maria Laura Nogueira e Rita Gullo

SERVIÇO
EU SOU ESSA OUTRA

De 17 de maio a 16 de junho de 2018. Quinta a sábado, 20h30
Dia 31 de maio (quinta – feriado), às 18h
OBS.: A sessão de 19 de maio está inserida na programação da Virada Cultural, com ingressos gratuitos distribuídos a partir das 17h do sábado, 19/5, limitado a dois ingressos por pessoa.

Local: Auditório (3º andar) – 98 lugares
Valores: R$ 25,00 (inteira). R$ 12,50 (meia entrada: estudante, servidor de escola pública, + 60 anos, aposentados e pessoas com deficiência). R$ 7,50 (credencial plena do Sesc: trabalhador do comércio de bens, serviços e turismo matriculado no Sesc e dependentes).
Duração: 60 minutos
Recomendação etária: 14 anos

SESC PINHEIROS
Endereço: Rua Paes Leme, 195.
Bilheteria: Terça a sábado das 10h às 21h. Domingos e feriados das 10h às 18h.
Tel.: 11 3095.9400.

Estacionamento com manobrista: Terça a sexta, das 7h às 21h30; Sábado, das 10h às 21h30; domingo e feriado, das 10h às 18h30. Taxas / veículos e motos: Credenciados plenos no Sesc: R$ 12 nas três primeiras horas e R$ 2 a cada hora adicional. Não credenciados no Sesc: R$ 18 nas três primeiras horas e R$ 3 a cada hora adicional.

Transporte Público: Metrô Faria Lima – 500m / Estação Pinheiros – 800m

Assessoria de Imprensa Eu sou essa outra
Pombo Correio
Douglas Picchetti (11) 9 9814-6911
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