ATO A QUATRO

Após temporadas de sucesso, ATO A QUATRO de Jane Bodie, faz temporada popular no Viga Espaço Cênico a partir de 13 de setembro

 Fotos de Ligia Jardim

 Montagem dirigida por Bruno Perillo traz no elenco os atores Nicole Cordery, Luciano Gatti, Carolina Mânica Edu Guimarães

Em 25 cenas curtas, Ato a Quatro, montagem do texto britânico Fourplay, de Jane Bodie, narra com muito humor o jogo amoroso entre quatro pessoas. O público se identifica imediatamente com as personagens e com as situações. Aos poucos, entretanto, vêm à tona temas atuais como a solidão, o medo, o desejo insaciável e descartável, a obsessão pelo Eu, o voyeurismo e o ressentimento.

As personagens parecem não se comunicar. Muitas vezes falam, mas não se olham. Aproximam-se, mas não se tocam. Uma comédia dramática sobre a solidão do homem, em sua incapacidade de ser livre num ambiente global nunca tão próximo e tão conectado.

Com direção de Bruno Perillo, espetáculo volta ao cartaz dia 13 de setembro para curta temporada no Viga Espaço Cênico. No elenco estão os atores Nicole Cordery, Luciano Gatti, Carolina Mânica e Edu Guimarães.

Ato a Quatro estreou em fevereiro de 2015 no SESC Pinheiros e teve sua segunda temporada no Viga Espaço Cênico no mesmo ano. Espetáculo teve duas indicações ao Prêmio Aplauso Brasil (melhor atriz para Nicole Cordery e melhor figurino para Chris Aizner).

Sinopse
O espetáculo conta a história de Alice, uma ex-atriz que agora trabalha como cuidadora e está às voltas com o lento desgaste de sua relação com Tom. Ele é ator e está ensaiando uma peça em que faz o papel do amante de Natasha, uma atriz atraente e determinada, que coloca a sua carreira acima de tudo. Ao longo dos ensaios, Tom começa a levar o seu papel como amante de Natasha muito a sério. A quarta personagem da história é Jack, um jovem enfermeiro que fica obcecado por Alice e passa a observá-la e segui-la, todos os dias, do trabalho até sua casa, no intuito de conhecer sua vida nos mínimos detalhes.

Por dentro desses temas, a autora Jane Bodie costura a sua linha dramatúrgica, brincando com eles, dando-lhes outros significados, até expô-los ao vazio e abrir espaço para novas possibilidades.

Dramaturgia
No texto, a autora Jane Bodie utiliza-se de alguns elementos característicos na estrutura da dramaturgia britânica contemporânea como a fragmentação da estrutura, as cenas curtas e alternantes e a sintaxe metalinguística.

“O título original da obra, além de estabelecer um estado inicial para as personagens, faz, também, uma provocação à direção e aos atores: Fourplay. Um convite ao jogo metalinguístico – o teatro dentro do teatro, dentro de um mundo que já é representação de si próprio, no qual não se sabe mais onde começa e onde termina um evento real”, enfatiza Perillo.

Encenação
A montagem é constituída de 25 cenas curtas, passadas em locais diferentes, exigindo um ritmo preciso entre as trocas de cenas, para descaracterizar o realismo, imprimir velocidade quando necessário e para que as pausas e os silêncios possam fazer sentido. Os quatro atores/jogadores já estarão em cena durante a entrada do público, e em cena permanecerão até o final.

No palco, a cenografia assinada por Chris Aiznere Nilton Aiznertraz uma cama redimensionada, que será compartilhada pelas quatro personagens em diferentes ambientes: quarto de Tom e Alice, quarto de Natasha, quarto e casa de Jack, local de trabalho de Alice e Jack. Além da cama, o palco é ocupado por quatro cadeiras, uma pequena mesa e um espelho. A cenografia é completada por uma série de projeções de imagens inseridas em paredes ao fundo ou na lateral, no piso, nos figurinos e nos corpos dos atores.

“A ideia é fazer com que os elementos como luz, vídeo, fotografias, corpos dos atores, cenário, adereços e figurinos criem, juntos, quadros que consigam exprimir as tensões e temperaturas ideais para cada narrativa, cada ação e, em especial, reforçar o caráter não realista da montagem”, detalha o diretor. Já a trilha sonora foi escrita pelo cantor e compositor Dan Nakagawa, especialmente para a encenação. O universo referencial e criativo para as composições é o da música contemporânea.

A luz na montagem tem um papel vital e simbólico, além de servir como elemento diferenciador para climas e ambientes. As fontes de luz foram criadas com formatos distintos: refletores, lâmpadas penduradas, pequenas fontes de led, lanternas, celulares, abajur e globo de luz, com muitos acionamentos e manipulações feitos pelos próprios atores, no palco.

As cores e os tecidos criados por Chris Aiznerforam pensados para compor os quadros e as texturas pretendidas pela encenação. Desta maneira, os atores vestem figurinos incompletos que os fazem coexistir com os personagens, ao mesmo tempo em que o espectador tem uma sensação de dúvida diante do que vê.

FICHA TÉCNICA
Texto: Jane Bodie
Direção e tradução: Bruno Perillo
Elenco: Nicole Cordery (Alice), Luciano Gatti (Tom), Carolina Mânica (Natasha) e Edu Guimarães (Jack)
Assistente de direção: Janaína Suaudeau
Cenografia: Chris Aizner e Nilton Aizner
Figurino: Chris Aizner
Luz: Igor Sane e Flavio Barollo
Instalação audiovisual: Flavio Barollo
Trilha sonora: Dan Nakagawa
Corpo: Marina Caron
Fotografia: Carla Trevizani
Patrocínio: Meimundo
Produção executiva: Janaína Suaudeau
Direção de produção: André Canto
Realização: Canto Produções e Meimundo

SERVIÇO:
Reestreia dia 13 de setembro de 2016
75 minutos
Livre
Viga Espaço Cênico– Sala Viga
Endereço: Rua Capote Valente, 323 – Pinheiros
Telefone: (11) 3801 1843
Terças, quartas e quintas, às 21h
Ingresso: R$ 20,00
Até 6 de outubro